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Hospitais do interior investem em gestão
30/01/2010

Santas Casas buscam gerir melhor recursos e humanizar atendimento Santas Casas de vários municípios paulistas estão participando de projetos de aprimoramento da gestão que as auxiliam a administrar melhor os recursos que recebem do Sistema Único de Saúde (SUS) e humanizar o atendimento. Entre as iniciativas, há uma pós-graduação em Administração Hospitalar, consultorias in loco e linha de crédito para informatização. "Para cada R$ 100 gastos com o atendimento, o SUS cobre R$ 60. Como entre 60% e 80% dos pacientes das Santas Casas são do SUS, sempre há déficit. Se não houver capacitação do gerente, a situação fica pior", diz Maria Fátima da Conceição, da Federação dos Hospitais e Casas Beneficentes de São Paulo. A instituição oferece desde 2006 uma pós-graduação em Administração Hospitalar para funcionários de Santas Casas. "Já colocamos 160 administradores em hospitais antes geridos por voluntários." Outro programa é desenvolvido em 16 cidades, graças à parceria entre o Hospital Samaritano, a Secretaria de Estado da Saúde e o Centro de Estudos Augusto Leopoldo Ayrosa Galvão (Cealag), da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Em 2009, consultores acompanharam funcionários dessas Santas Casas, ajudando-os a otimizar processos de trabalho e a planejar estratégias para atingir metas de melhoria do atendimento e infraestrutura. "Nossa proposta é que até o fim de 2010 esses hospitais estejam habilitados a passar por algum processo de acreditação, como o ONA (Organização Nacional de Acreditação, uma espécie de ISO para instituições de saúde)", conta Antônio Barbosa, superintendente do Samaritano - um dos seis filantrópicos que assinaram, em 2008, termo com o Ministério da Saúde para projetos voltados à melhoria dos serviços do SUS. "No início, avaliamos os hospitais por um questionário com os critérios da Fundação Nacional da Qualidade, que promove o principal prêmio de excelência em gestão do País. Fizemos recentemente uma nova avaliação e a melhora foi significativa", diz Paulo Carrara, coordenador do programa no Cealag. "Neste primeiro ano, a meta era fazer com que essas instituições adotassem pelo menos duas ações da HumanizaSUS (política do ministério para humanizar o atendimento). Isso já trouxe impacto na qualidade", afirma. Os municípios que mais avançaram foram Itapeva, Mococa e Votorantim. Também participam as Santas Casas de Mogi das Cruzes, Palmital, Ourinhos, Mogi Mirim, Lorena e as maternidades de Andradina, São Vicente, Jaú, Lins, Sorocaba e Tatuí. Em Registro, Guarujá, Votorantim e Itapeva, o convênio apoia Santas Casas e maternidades. A seleção foi feita pela Secretaria de Estado da Saúde, que priorizou hospitais que passavam por um processo de informatização graças a uma linha de crédito da Nossa Caixa. Com a melhora da gestão, diz Barbosa, os hospitais passaram a receber mais recursos do ministério, o que possibilitou a compra de equipamentos e modernização.