O Globo: Santas Casas viram moeda na disputa de São Paulo
31/01/2014
Governos federal e estadual reforçam envio de verba para unidades
Um dos primeiros embates da disputa eleitoral pelo governo de São Paulo é para se ver qual pré-candidato repassa mais dinheiro às Santas Casas e aos hospitais filantrópicos do estado. O Ministério da Saúde, comandado até ontem por Alexandre Padilha (PT), anunciou em dezembro que serão transferidos R$ 434,4 milhões para 180 unidades espalhadas por 147 cidades. No mesmo mês, o governo de São Paulo, comandado pelo tucano Geraldo Alckmin, pré-candidato à reeleição, disse que, em 2014, serão destinados R$ 535 milhões para 117 entidades de 113 municípios. O valor é mais que o dobro dos R$ 222 milhões repassados em 2013.
Historicamente, as Santas Casas, que representam 40% dos atendimentos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), vivem em dificuldades financeiras. Em cidades do interior, médicos e diretores de Santas Casas são considerados cabos eleitorais importantes. Essas entidades são, em muitos casos, a única unidade de Saúde de uma região.
— Os repasses de verba têm que continuar (nos próximos anos). Não pode ser só porque vai ter eleição — diz Edson Rogatti, diretor-presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo (Fehosp).
O Ministério da Saúde informou que os repasses para Santas Casas seguem critérios técnicos. O governo do estado afirma que ajuda as entidades há mais de 20 anos. Diz ainda que um estudo em 2013 mostrou instituições endividadas e com ocupação de leitos muito baixa.
O Globo