Demissões e repasse insuficiente prejudicam Santas Casas (PARTE 3)
25/04/2016
O pleito do setor filantrópico inclui formas de melhorar o financiamento, a reabertura do Prosus e a criação de uma linha de crédito mais favorável aos hospitais. De acordo com o ofício entregue pela CMB, as reivindicações visam minimizar a crise de sustentabilidade do segmento decorrente do crescente déficit de custeio provocado pelo subfinanciamento do SUS.
A CMB ressaltou, durante o encontro, que as Santas Casas e hospitais sem fins lucrativos respondem por 51% dos atendimentos hospitalares e ambulatoriais do SUS, além de 63% de todas as internações de alta complexidade, sendo 59% de transplantes, 68% em procedimentos de quimioterapia realizados em regime de internação, 66% de cardiologia e 69% das cirurgias oncológicas. “Esse volume impõe responsabilidades crescentes em investimentos em tecnologia e adequação de ambientes físicos, com foco na ampliação da qualidade e segurança assistencial”, informou o documento entregue ao Ministro.
Além da nova etapa da política de incentivo (IAC), já acordada em governos anteriores; a criação de incentivo para custeio da alta complexidade, estabelecendo IAC que corresponda a, no mínimo, 20% do valor da produção anual; e uma linha de crédito do BNDES com juros de 0,5% ao ano, prazos de 180 meses e 2 anos de carência, os representantes da CMB também reivindicaram a revisão dos valores dos honorários médicos e dos procedimentos previstos na Tabela SUS, tendo em vista as dificuldades de manutenção das equipes integrantes dos corpos clínicos.
ABRAÇO SIMBÓLICO
No dia 11 de dezembro, aconteceu na Santa Casa de São Paulo um abraço simbólico ao prédio do Hospital Central, organizado espontaneamente pelo Movimento Santa Casa Viva (MSCV). O objetivo foi unir a sociedade paulistana e os colaboradores da instituição em prol daquela que é uma das mais importantes do Brasil. “Neste momento, precisamos nos unir novamente e olhar pra frente, voltar a sonhar e a realizar, para que possamos colher a Santa Casa que queremos no futuro. Temos um longo caminho porque o desgaste que a instituição sofreu foi muito grande, mas ela é muito maior do que isso tudo, pois é feita de sentimento”, disse o médico Igor Bastos Polonio, organizador do MSCV.
Ele acredita que a junção das esferas governamentais, população, administração e o apoio dos colaboradores conseguirão reerguer o hospital mais antigo do estado. “A Santa Casa é um patrimônio do Brasil que passa por dificuldades, e seria uma derrota da sociedade se ela fechasse as portas”, declarou.
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Por Carol Gonçalves
Revista Hospitais Brasil