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PROGRAMAS PREVENTIVOS SÃO FERRAMENTAS PARA REDUÇÃO DE CUSTOS DAS OPERADORAS
01/08/2016

Programas preventivos são ferramentas para a redução de custos das operadoras

 

Em tempos de crise, a medicina preventiva surge como uma ferramenta estratégica para barrar e até mesmo diminuir os custos das operadoras de planos de saúde. Num primeiro momento, os programas adotados beneficiam não apenas os usuários, mas também representam um ganho para a imagem da empresa. É nesse contexto que o gerente Médico do Núcleo de Promoção e Gestão em Saúde do Grupo São Francisco, Dr. Carlos Gustavo Braga, vai apresentar, durante o XI Congresso Nacional das Operadoras Filantrópicas de Planos de Saúde, as vantagens de se desenvolver programas de prevenção. O evento acontece simultaneamente ao 38º Encontro Catarinense de Hospitais, em Florianópolis (SC).

Para Dr. Carlos Braga, o investimento em Medicina Preventiva é, atualmente, a chave para as operadoras de planos de saúde, que desejam alcançar seus clientes com produtos que “vendem” não mais um suporte de doenças, mas uma conscientização por hábitos saudáveis e consequente qualidade de vida. “A Medicina Preventiva pode auxiliar os serviços a controlar os custos desnecessários...Os programa de prevenção devem funcionar dando suporte aos seus clientes, empoderando-os quanto o cuidado de sua própria saúde, facilitando, orientando o andamento e a utilização dos serviços de saúde”, explicou.

A palestra “Programa de prevenção à saúde como forma de diminuir o custo assistencial” acontece no dia 25 de agosto, na sala Arvoredo, às 11h. Dr. Carlos Braga vai dividir a mesa com o diretor Comercial do Grupo São Cristóvão, Luiz Antônio Martinho.Programação e inscrição aqui!

Confira a íntegra da entrevista:

Rede Saúde Filantrópica/CMB - Qual a importância de as operadoras investirem em programas de promoção e prevenção?
Dr. Carlos Braga - Acredito que hoje não existe outra opção para as operadoras que não o investimento em Medicina Preventiva. A questão é que devemos começar a “vender” saúde e não mais suporte a doenças. Por muitos anos, os sistemas de saúde só pensaram em como tratar e cuidar das pessoas já doentes, e não em como prevenir que as pessoas cheguem à doença ou em como controlá-las, evitando sua complicação. A medicina é muito cara, e se torna mais cara a cada dia, por diversos fatores: novas tecnologias de diagnósticos, novos medicamentos, a judicialização da medicina, a falta de preparo dos profissionais e a falta de informações aos usuários. A Medicina Preventiva pode auxiliar os serviços a controlar os custos desnecessários. Além disso, ressalto que devemos estar atentos às novas tecnologias em saúde, principalmente aquelas que ajudam na gestão da saúde, como prontuários eletrônicos integrados, aplicativos mobiles e big data.

RSF/CMB - Como o programa de prevenção funciona? Ele depende da adesão do cliente?
Dr. Carlos Braga - Os programa de prevenção devem funcionar dando suporte aos seus clientes, empoderando-os ao cuidado de sua própria saúde, facilitando, orientando o andamento e a utilização dos serviços de saúde. Quanto a depender da adesão do cliente, digo que sim e não. Sim, porque quando temos a adesão do cliente aos programas seu empoderamento é mais fluido, contando com suporte de uma equipe de saúde, treinada e preparada para isso. Não, porque, mesmo quando o cliente não adere aos programas, podemos trabalhar com as informações de utilização dos serviços e também com os profissionais que atuam junto a este cliente. Mas, normalmente, a dificuldade não está na adesão do cliente, mas em sua manutenção e participação no programa.

RSF/CMB - Como se dá a redução do custo por meio desses programas?
Dr. Carlos Braga - A redução se dá, principalmente, evitando o desperdício. Quando falo em desperdício, me refiro a todas as consultas, exames e procedimentos desnecessários. Por exemplo: uma pessoa que não acompanha sua saúde, apesar de ter um quadro de doença crônica, como hipertensão ou diabetes, acaba procurando o pronto socorro várias vezes, solicitando vários exames e medicamentos que não necessariamente são a resposta para seu problema. Essas idas à emergência, com consultas, exames e medicamentos, poderiam ser evitadas com um monitoramento efetivo ou até mesmo com um suporte de informações que façam que esse homem realize suas consultas periódicas e cuide melhor de sua saúde. Além da redução do desperdício, pessoas com melhor saúde, mais informadas dos cuidados e com mais qualidade de vida, consequentemente apresentam menos complicações, menos casos graves, uma menor utilização dos serviços e até mesmo um uso mais racional destes serviços, além de serem clientes mais satisfeitos.

RSF/CMB - A redução do custo é o único benefício para que a operadora adote esses programas?
Dr. Carlos Braga - A redução de custos é um fator primordial para a adoção desses programas por parte das operadoras, até porque o funcionamento deles vai exigir um investimento, portanto é preciso ter uma forma clara de medição dos resultados. Porém, existem muitos outros benefícios, como o ganho comercial e de marketing que esses programas trazem. Isso mostra que a operadora se preocupa com a pessoa. Acredito que fique uma relação de compra e entrega diferente: deixamos somente de vender suporte às doenças, ou aos serviços que o plano cobre, o tipo de rede médico-hospitalar, e entregamos um produto muito maior, que é cuidado, carinho, saúde e qualidade de vida.

RSF/CMB - Há incentivo da ANS para a adoção do programa de prevenção?
Dr. Carlos Braga - Sim, a ANS pontua as operadoras anualmente e aquelas que possuem programas registrados e reconhecidos por ela ganham bonificações. Também vemos, por parte da ANS, uma preocupação em compartilhar boas práticas e bons exemplos, para que sirvam de modelo para que outras operadoras se espelhem e tenham seus programas funcionando.


Lenir Camimura