Fone: (11) 3242-8111 Fax: (11) 3112-0554 | Endereço: Rua Libero Badaró, 158 – 6º andar – São Paulo – SP

INCOR SUPERA MARCA DE MIL TRANSPLANTES REALIZADOS DESDE 1985
02/08/2016

Instituto do Coração do Hospital das Clínicas já fez 1.080 procedimentos. Primeiro transplante feito na instituição aconteceu em 1985.

O Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da USP (Incor) superou a marca dos mil transplantes. Foram realizados 1.080 procedimentos, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (1º) pela instituição.

Desde o primeiro transplante realizado na instituição, em 1985, foram 564 transplantes de coração em adultos, 230 transplantes em crianças e 286 transplantes de pulmão.

Isso corresponde a 40% de todos os transplantes de coração realizados no estado de São Paulo e 37% dos realizados no Brasil. O Incor fica na sétima posição mundial dos maiores centros de transplante cardíaco do mundo.

De acordo com o cardiologista Roberto Kalil Filho, presidente do conselho diretor do Incor, a instituição poderia fazer ainda mais transplantes caso houvesse mais doadores de órgãos no país. "Em estrutura e captação de órgãos, se melhora a cada dia. Temos estrutura para isso, o problema é o doador. Tem doadores, mas precisamos de mais", diz Kalil.

Ele destacou os avanços promovidos no transporte dos órgãos a serem transplantados no país. "Temos helicópteros e aviões do estado de São Paulo para captar órgãos à distância. Com o decreto de Temer, também podemos usar avião da FAB para esse transporte, o que promoveu uma melhora ainda maior."

Em junho, o presidente em exercício, Michel Temer, ordenou que a Aeronáutica mantenha permanentemente à disposição um jato da Força Aérea Brasileira (FAB) para atuar no transporte de órgãos e tecidos para transplantes.

Milésimo paciente

O professor de história Elias Manoel da Silva, de 53 anos, foi o milésimo paciente a receber um transplante no Incor. Silva soube que precisaria de um transplante em 23 de julho de 2015 e passou pelo procedimento em 9 de setembro, período em que permaneceu internado na instituição.

Ele saiu do hospital no dia 8 de outubro. "Eu me sinto muitíssimo bem, nunca tive nenhum problema mais sério depois disso", diz o paciente. "Depois que há a morte de um ente, a doação é a coisa mais importante na vida. O morto leva um coração, dois pulmões, rins, pele, pâncreas. Tudo isso, se não é doado, morre. Quando é doado, salva vidas. É assim que eu vejo a doação."

Já no caso de Heloísa Cardoso da Silva, de 3 anos, a notícia de que precisaria de um transplante de coração veio antes do primeiro aniversário. Seu coração estava crescendo mais do que o normal, o que estava prejudicando a saúde da menina. O pai de Heloísa, Ricardo Santos da Silva, conta que foram quase 11 meses esperando o órgão até o transplante.

"Foi angustiante porque a gente sabia que a qualquer hora o coração poderia parar. O pouco que ele batia era suficiente só para respirar. Ela não ganhava peso, pelo contrário, perdia peso. O coração dela batia, 21%, 22%. Para a gente, era como se tivesse uma bomba relógio ali dentro que a qualquer momento poderia parar", diz Ricardo.

Hoje, um ano e cinco meses após o transplante, Heloísa é uma criança que brinca, corre, frequenta a escola e se desenvolve bem, segundo o pai.

Protesto

Participaram do evento para marcar a superação da marca de mil transplantes no Incor o ministro da Saúde, Ricardo Barros, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin e o secretário estadual de Saúde de São Paulo, David Uip.

Um grupo de manifestantes protestou contra as autoridades durante o evento, com cartazes que mencionavam Temer, Barros, Alckmin e Uip.


G1