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TECNOLOGIA É A CHAVE PARA O AVANÇO DA MEDICINA
08/09/2016

Em 1960, a expectativa de vida do brasileiro era de 48 anos. Hoje, quase 60 anos depois, alcança os 75 anos, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Se por um lado a longevidade é sinal de evolução social e econômica, por outro demanda mais investimentos na área de saúde, já que há necessidade de maior assistência durante o envelhecimento.

Dessa forma, um importante desafio da medicina é garantir não apenas que a população viva mais, mas que viva melhor. Tendo em vista o grande desafio para os próximos anos, a medicina volta seu olhar para a tecnologia, uma das áreas em que pode encontrar um apoio efetivo. Esse foi justamente o tema do evento Tecnologia à Serviço da Saúde, realizado pelo jornal O GLOBO e correalizado pela Editora Globo. O encontro é o segundo da série Vida Inteligente, que discute a necessidade de um novo padrão de desenvolvimento tecnológico e econômico no país.

Um dos participantes do debate, Carlos Alberto Goulart, presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos de Saúde (ABIMED), afirmou que o uso eficiente da tecnologia na área da saúde pode ajudar a reduzir custos em todo setor, além de promover diagnósticos precoces e tratamentos mais assertivos.

— A tecnologia é um elemento de sustentabilidade de toda a cadeia, porque gera maior eficiência no atendimento e redução de custos, além de ser vetor de desenvolvimento econômico – disse Goulart.

Um bom exemplo do uso ativo de novas tecnologias na medicina é o monitoramento remoto de pacientes. Entre outras vantagens, esse recurso diminui o tempo de internação e a necessidade de retornar muitas vezes ao hospital, promovendo mais conforto ao cliente. Além disso, amplia-se a capacidade de atendimento do estabelecimento.

500 mil tecnologias

De acordo com Carlos Gouvêa, presidente da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS), existem mais de 500 mil tecnologias médicas diferentes em uso atualmente, de exames laboratoriais ao tratamento de vários tipos de câncer por meio da biologia molecular.

— Novas áreas de conhecimento como a genômica, a farmacogenômica e a farmacogenética identificam a propensão para determinadas doenças e permitem a personalização da medicina, tornando a despesa pública com saúde mais eficiente – afirmou.

Paulo Chapchap, diretor-geral e CEO do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, um dos centros de medicina mais desenvolvidos do país, destacou a importância do diagnóstico precoce, possível graças à inovação.

O câncer de mama, ele explica, pode passar por até quatro estágios. O diagnóstico na fase um garante 95% de cura. Já no quarto estágio, o número se inverte: a taxa de mortalidade é de 95%. Daí o valor da tecnologia para a medicina.

— O ganho humanitário do uso das diversas tecnologias aplicadas à medicina é indiscutível, mas vivemos o risco de uma medicina cada vez melhor para cada vez menos pessoas. Este é o desafio que temos de enfrentar: uma melhor gestão para aumentar o acesso de grande parte da população à tecnologia que transforma – ressaltou Chapchap, sobre a necessidade de popularizar o acesso aos tratamentos mais modernos.

Gestão hospitalar

O Hospital Sírio-Libanês vem implementando, em parceria com a Siemens, novos modelos de gestão e a utilização de equipamentos de ponta, que permitem maior precisão e sensibilidade no diagnóstico precoce de diversas doenças, reduzindo o custo do tratamento e, principalmente, o sofrimento do enfermo e seus familiares.

— Precisamos pensar em novos modelos de integração de dados do paciente, para que a tecnologia existente no país ajude a reduzir custos, retrabalhos e desperdícios – afirmou Chapchap.

Para Armando Lopes, Country Head da Siemens Healthineers no Brasil, a tecnologia é instrumento que pode ampliar o acesso à saúde de qualidade, e por isso deve ser vista como um investimento. Entre os recursos, ele citou a padronização de processos, os procedimentos minimamente invasivos e o uso intensivo de plataformas de gestão eficientes, que aumentam a produtividade e preservam a humanização do atendimento.

— Em um cenário de pressão de custos em toda a cadeia, o que uma empresa de tecnologia pode oferecer é excelência clínica e operacional, além de serviços customizados. Do ponto de vista clínico, é possível evitar a repetição de exames e melhor direcionar os tratamentos. Com relação ao operacional, há ganhos em produtividade e otimização de custos – afirmou Lopes.


Fonte: Jornal O GLOBO