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TECNOLOGIA A SERVIÇO DA SAÚDE E DOS PACIENTES
27/09/2016

Com a facilidade de acesso à tecnologia e a rapidez das ferramentas on-line, pesquisar medicamentos, sintomas e diagnósticos de saúde ficou muito mais fácil. Mas, infelizmente, este é um meio de pesquisa pouco preciso se as fontes não forem realmente confiáveis.

Atentas a esse cenário, muitas companhias farmacêuticas passaram a enxergar as plataformas digitais de engajamento como um importante diferencial competitivo em seu relacionamento com médicos e pacientes. Por isso, buscam entender de maneira mais profunda a necessidade de seu público para definir uma estratégia com foco na jornada completa do paciente, que inicia-se antes mesmo do diagnostico, e não só no produto em si.

Uma pesquisa realizada recentemente pela Accenture Life Sciences, com mais de 200 executivos de empresas dos Estados Unidos e da Europa, mostrou um aumento significativo nos investimentos em plataformas focadas em serviços de acompanhamento ao paciente, educação e informação. Segundo dados levantados pelo estudo, 95% das empresas já estão com planos de aumentar o investimento nessa área para os próximos 18 meses, sendo que 66% estão direcionando uma boa parte do orçamento para aprimorar tecnologias de serviços ao paciente que criem uma interface mais amigável e abrangente entre pacientes e profissionais de saúde, assim como métricas mais exatas que permitam conhecer melhor o paciente, facilitar o acesso ao medicamento, e direcionar de forma mais eficiente o tratamento.

“Acredito que esse é um caminho sem volta. A expectativa das pessoas em relação à rapidez e à confiabilidade das informações é cada vez mais exigente, e as companhias farmacêuticas devem trabalhar para se adequar a essa realidade digital. E vale ressaltar que, uma vez que as empresas pesquisadas são multinacionais, esta tendência global de industria é aplicável também no mercado brasileiro”, diz Matias Levin, líder da prática da indústria farmacêutica da Accenture para a América Latina. O executivo ainda explica que, num futuro próximo, não será mais suficiente a simples entrega de um medicamento com valor clínico provado. “O mais relevante será a oferta de soluções de saúde que combinem atributos terapêuticos com serviços digitais, disponibilizando um resultado melhor e mais preciso.”

Mais comunicação, mais precisão
Para viabilizar esse modelo com foco na jornada completa do paciente, as empresas deverão focar na adoção de plataformas digitais que facilitem a comunicação entre todos os stakeholders do ecossistema de saúde, como médicos e outros profissionais da área, planos e seguros, hospitais, farmácias, governo e os próprios pacientes. “O monitoramento das informações de forma objetiva, precisa e instantânea vai agilizar a medição e a análise de resultados, otimizando o resultado clínico para a população e os custos finais do sistema de saúde”, explica.

Portais informativos sobre bem-estar e gestão da saúde, apoio on-line à família e ao paciente, aplicativos que acompanham a evolução do usuário, lembretes e dicas via redes sociais, SMS, WhatsApp ou wearables monitorados de forma remota – as possibilidades são diversas quando falamos em canais de comunicação entre a indústria e o paciente. “Essa é uma grande oportunidade para que as companhias farmacêuticas tenham um contato mais próximo com o paciente aumentando o acesso e a aderência ao tratamento. A pergunta já não deve ser sobre oferecer ou não serviços, mas sim quais são aqueles que mais têm impacto para cada perfil de paciente.”

Mas, apesar de todas as vantagens apresentadas por essas plataformas, a pesquisa mostra que um dos grandes obstáculos é o desconhecimento dos serviços oferecidos, por parte dos pacientes e até dos profissionais de saúde. Outra barreira é a necessidade de melhorar a medição dos serviços e seu impacto sobre os resultados dos pacientes. Esses são dois importantes pontos que devem ser tratados com atenção pelas empresas que buscam dar relevância aos seus canais digitais. “Com o envelhecimento da população e o aumento das doenças crônicas, globalmente estão emergindo novos modelos de saúde baseados no resultado do tratamento, com o intuito de dar mais eficiência ao sistema de saúde. Neste contexto, entregar serviços a pacientes suportados digitalmente, com propostas de valor que utilizem canais digitais, dispositivos conectados, sensores e redes sociais, deve estar na agenda de toda companhia farmacêutica.”


Fonte: Jornal Folha de São Paulo