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ABIFICC ALERTA SOBRE SITUAÇÃO DOS HOSPITAIS ONCOLÓGICOS DO PAÍS
07/10/2016

A ABIFICC – Associação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Combate ao Câncer, entidade que congrega 27 hospitais que atendem pacientes com câncer em 16 estados brasileiros, alerta a sociedade sobre as dificuldades que as instituições têm enfrentado nos últimos anos.

A política para atendimento de câncer requer dos serviços especializados uma série ações que demandam um conjunto de especialidades multidisciplinares para os pacientes que buscam tratamento, conforme determina a Portaria 140, do Ministério da Saúde.

A partir do diagnóstico que determina o início de tratamento em 60 dias, os hospitais têm uma estrutura cirúrgica e clinica que dão suporte aos mais diversos tipos de câncer tanto pediátrico como adulto. Além do suporte ao tratamento, os serviços de quimioterapia e radioterapia quando necessários, bem como cuidados paliativos aos pacientes que estão fora de possibilidade terapêutica.

O presidente da ABIFICC, Pascoal Marracini, ressalta que toda essa estrutura tem um custo que nos últimos anos apresentaram uma alta crescente aos hospitais que não estão mais conseguindo suportar sem a busca de alternativas bancárias. “Essas alternativas, além de elevar o endividamento da instituição compromete o caixa com o pagamento da parcela e dos juros bancários”, explica.

Além disso, variação da inflação na área da saúde bem como da variação do câmbio norte americano aumentam mais as dívidas das instituições, uma vez que as peças para reposição dos equipamentos de radioterapia são todas em dólar.

A ABIFICC atualmente representa 10% do total de CACONS – Centro de Alta Complexidade de Oncologia do Ministério da Saúde existentes no País, porém com 30% no atendimento de cirurgias, 50% no atendimento para radioterapia e 20% no atendimento para quimioterapia ao Sistema Único de Saúde/SUS. Dessas entidades, três são voltadas com atendimento exclusivo (100%) e, sua maioria (80%) mantém atendimento aos pacientes do Sistema Único de Saúde/SUS.

Para Marracini, os incentivos financeiros que o Ministério da Saúde tem adotado nos últimos anos somente amenizam os custos de serviços executados na média complexidade. Os demais serviços, considerados de alto custo, oneram as entidades que atendem a oncologia. “É preciso que nossas autoridades, cuja responsabilidade de coordenação e regulação da política pública de câncer se atentem para esse momento que as nossas entidades estão passando, muitas restringindo os seus atendimentos para não interromper totalmente a entrada de novos pacientes no Sistema Público de Saúde”, conclui.

Confira a variação da inflação na área da saúde bem como da variação do câmbio norte americano:

ÍNDICE DE CUSTOS SOBRE A ÁREA DA SAÚDE

EXERCÍCIO

ÍNDICE

ACUMULADO

2013

6,42%

6,42%

2014

6,02%

12,82%

2015

12,03%

26,39%

2016 (Até Julho)

7,02%

35,26%

Fonte: IISS – Índice de Inflação na Saúde SINDHOSP

Em termos de comparação:

Procedimento

Valor em 2012

Valor em 2016(Julho)*

Consulta Médica

R$ 10,00

R$ 6,47

Ultrassonografia Abdomen Total

R$ 37,95

R$ 24,57

Mamografia

R$ 45,00

R$ 29,13

Tomografia de Abdômen

R$ 138,63

R$ 89,75

Cirurgia (Nefrectomia Total em Oncologia)

R$ 1.753,30

R$ R$ 1.135,09

Internação Clínica (Tratamento Clínico em Oncologia)

R$ 367,44

R$ 237,88

Radioterapia por Campo

R$ 30,00

R$ 19,42

Quimioterapia do Carcinoma Avançado 1a. Linha

R$ 1.700,00

R$ 1.100,58

*Valor considerando índice 35,26%

VARIAÇÃO DO DÓLAR AMERICANO

EXERCÍCIO

ÍNDICE

ACUMULADO

2013(Dezembro)

R$ 2,34

0,00%

2014(Dezembro)

R$ 2,64

12,82%

2015(Dezembro)

R$ 3,87

65,38%

2016 (Até Julho)

R$ 3,21

37,17%


Fonte: Jornal Valor Econômico