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A TECNOLOGIA COMO ALIADA DO SETOR DE SAÚDE
24/10/2016

Até alguns anos atrás, o setor de saúde era um dos que menos investia em tecnologia da informação. Isso era reflexo de uma característica do mercado: gerenciadas por médicos, as empresas do segmento tinham um foco muito maior no negócio.

“Se um médico tivesse que gastar para comprar um servidor ou um tomógrafo, ele compraria um tomógrafo”, exemplifica Anderson Figueiredo, analista independente de mercado de TI e Telecom. Ele lembra que a área médica enxergava TI como suporte, mas que isso tem mudado, principalmente em função do crescimento do setor.

Com negócios mais complexos as áreas de TI passaram a ser ocupadas por gestores de TI, hoje presenças certas em grandes hospitais e laboratórios. “Eles têm se adaptado a uma área de negócio diferente e são todos de muita qualidade. São profissionais muito atualizados quando falamos de tecnologia. Acompanham, trocam informações e conseguem mais investimentos, como todo o mercado”, explica.

É por conta dessa mudança que algumas soluções estão se tornando bastante comuns. O uso da computação em nuvem é um exemplo. Para Figueiredo, o setor deve ser um dos que mais vai se beneficiar do conceito digital. “Praticamente todos os equipamentos já chegam aos hospitais com sensores instalados e capacidade de gerar informação e passar para a frente”, afirma.

De olho no potencial e nas necessidades do segmento de saúde, muitos fornecedores estão desenvolvendo uma série de soluções. É o caso da Siemens Healthineers. Um exemplo é o CentraLink, um sistema de gerenciamento de dados que permite aos laboratórios entregar resultados mais precisos e em menor tempo. Para isso, a solução automatiza uma série de workflows; simplifica a operação, integra diversos sistemas; permite acesso às informações de qualquer equipamento e assegura melhor suporte aos pacientes ao aplicar padrões de qualidade que garantem a acuracidade dos resultados clínicos. Outro exemplo é o sLIM (syngo Lab Inventory Manager) que, com o uso de tecnologia baseada em nuvem e identificação via radiofrequência (RFID) gerencia e controla o estoque em tempo real.

Na mesma linha, o RapidComm, também um sistema de gerenciamento de dados, proporciona segurança no acesso aos equipamentos de POC (Point-of-Care), garantindo que estejam online, operando e com as manutenções devidamente feitas com supervisão e controle imediato. O sistema monitora os equipamentos remotamente, emitindo alertas no caso de problemas.

Caso prático
Um exemplo prático de tecnologia aplicada à gestão é a implementação da primeira Sala de Comando Remoto para equipamentos de ressonância magnética. O projeto, implementado pela Siemens em parceria com a Alliar Médicos, foi instalado na sede da Alliar, em São Paulo. A partir dessa Sala de Comando é possível fazer o setup dos equipamentos de ressonância magnética de qualquer localidade para a realização de exames, de acordo com as especificações do paciente, histórico clínico e solicitação médica.

Os equipamentos de ressonância se conectam à Sala de Comando por meio de um kit de hardware, que conta com câmeras, interfaces de áudio para comunicação e sensores diversos. De acordo com Roberto Kalil, diretor de Marketing e Comercial da Alliar Médicos, a solução possibilita exames de alta qualidade em qualquer região do Brasil, já que acaba com a dificuldade de levar profissionais altamente especializadosa localidades mais distantes.

“Temos mais de 23 marcas espalhadas pelo Brasil e garantir que o exame de ressonância em todas elas tenha a mesma qualidade é muito difícil, pois depende do profissional responsável pelo exame”, explica. Com a Sala de Comando, o laboratório conseguiu garantir a qualidade de excelência, a padronização dos exames e reduzir o índice de reconvocação de pacientes, com o especialista em ressonância visualizando as imagens por meio de um computador conectado à rede ou à Internet, enquanto um auxiliar local realiza os procedimentos presenciais.


Fonte: O Estado de S. Paulo