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O PACIENTE GANHA PODER
28/10/2016

Quando adquirimos um produto ou um serviço, sempre buscamos evidências de qualidade, eficiência e boa relação custo-benefício. Na assistência à Saúde, no entanto, que também é serviço prestado ao cidadão, percebemos que essa lógica não prevalece. A população não conhece a qualidade do atendimento ao qual está se submetendo e, pior, desconhece a existência de critérios de avaliação que poderiam ajudá-la a identificar se determinada instituição tem a qualidade como premissa. A acreditação hospitalar – certificação de qualidade emitida por entidades acreditadoras – cumpre este propósito, e é alentador que a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) tenha tomado a decisão de tornar pública lista de hospitais certificados que atestam sua excelência.

A agência, acertadamente, aposta no empoderamento do cidadão, para que este possa, com transparência, avaliar e escolher entre as instituições de Saúde a que tem acesso aquela que apresenta melhor desempenho. A intenção, além disso, é reconhecer os hospitais que investem na melhoria da qualidade de suas estruturas, primam pela qualidade e segurança assistencial e pela recuperação mais efetiva dos seus pacientes. A iniciativa, que vem em conjunto com outras, como o renascimento do Qualiss (Programa de Qualificação de Prestadores de Serviços de Saúde), demonstra justificada preocupação da agência com a qualidade do atendimento aos beneficiários de planos de saúde em muitas instituições privadas, ansiedade esta a qual compartilhamos como entidade representativa dos hospitais privados de excelência no Brasil, que investem sistematicamente em programas de qualidade e aprimoramento da atenção ao paciente.

Em meio a momento político e econômico conturbado, este novo cenário que se desenha na Saúde suplementar é alento para o setor e para a população. Acreditamos que boas escolhas nascem, primeiramente, de boas informações, e a partir de agora os cidadãos podem e devem tomar decisões melhores sobre a sua saúde com base em informações mais transparentes. Esta proposta, felizmente, começa a ganhar mais força a cada dia. A saúde suplementar depende de rede credenciada de qualidade para atrair clientes – em especial, em período de retração e de crise como a que vivemos hoje. Na outra ponta, a sustentabilidade dos hospitais, assim como de muitos outros prestadores de serviços de saúde, dependem do equilíbrio do segmento de beneficiários de planos de saúde. Investir na transparência do relacionamento e na qualidade e segurança dos serviços prestados com certeza beneficiará a todos.

Francisco Balestrin é presidente da Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados) e eleito à presidência da IHF (Associação Mundial de Hospitais).
 


Fonte: Diário do Grande ABC