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CONGRESSO DA ABRAMED MOSTRA O FUTURO DA SAÚDE NO BRASIL
24/11/2016

Um debate sobre os desafios da área da saúde, abordando questões que englobam desde relações do trabalho até as perspectivas dos setores hospitalar, da medicina diagnóstica, da indústria e das seguradoras e operadoras, marcou o 1º Congresso Internacional de Gestão em Saúde, que aconteceu neste sábado no Hotel Renaissance, em São Paulo.

O simpósio, promovido pela Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) e pelo Instituto Coalizão Saúde (ICOS), reuniu nomes como o do Diretor Presidente da Agência Nacional de Saúde (ANS), José Carlos Abrahão, o Presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) Jarbas Barbosa, o presidente do conselho ICOS, Claudio Lottemberg, a presidente do conselho da ABRAMED, Claudia Cohn, o presidente do conselho da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), Francisco Balestrin.

"O objetivo foi aproveitar a presença de tantas lideranças para estimular a reflexão sobre os desafios do setor, como também provocar linhas de ação. As pessoas que estiveram aqui absorveram questões bastante importantes à saúde", explica a presidente da Abramed, que agraceu o esforço de todos por estarem presentes, mostrando o comprometimento de toda a cadeia para mudar o panorama do setor.

Ao abordar as relações de trabalho no setor, o primeiro módulo do congresso teve como ponto principal a terceirização. Antônio Carlos Matteoni de Athayde, presidente do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, destacou que "há médicos melhores remunerados como prestadores de serviço". "O que nós defendemos é o direito de opção da autonomia, que é algo democrático. As relações de trabalho no setor da saúde são dinâmicas". Lilian Lira do grupo de relações de trabalho da OAB reiterou a posição da renomada instituição, além de pontuar o status dos projetos de lei atuais.

Renato Nunes, Sócio da Nunes e Sawaya advogados, pontuou como o Brasil responde à legislação e ao futuro das reformas com a capacidade de geração de trabalho e economia do país.

A mesa "Agendas Regulatórias:impactos no setor de saúde" foi moderada pelo presidente do Instituto Coalizão Saúde-ICOS, Claudio Lottenberg.

Ao falar da governança na Agência Nacional de Saúde (ANS), José Carlos Abrahão destacou a importância de criar boas práticas regulatórias e enfatizou impactos no setor da saúde, como judicialização.

"Trabalhamos para criação de uma agenda mínima de consenso para reduzir os custos assistenciais desnecessários, combatendo o desperdício, as fraudes, os modelos de remuneração inadequados e a judicializacão do segmento", observa Abrahão.

Já o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Jarbas Barbosa, contou as dificuldades da Agenda Regulatória, serviços que a Anvisa oferece à sociedade, aos servidores e ao setor regulado, tem definidos 172 subtemas agrupados em 76 temas.

"Agendas regulatórias que se fragmentam por temas criam dificuldades no ambiente regulatório", avaliou, defendendo que haja modernização da forma e estrutura da agenda.

A aplicação da legislação antitruste nos Estados Unidos e a experiência do advogado americano Michael J. Perry em casos de fusões e aquisições também foram apresentados aos participantes. Um dos cases que Michael J. Perry contou, quando foi do FTC – Federal Trade Comission, órgão que controla, como o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), nos dos Estados Unidos, foi a fusão de dois grupos médicos, St Luke e Saltzer, cuja aquisição aumentaria preço para consumidor mesmo que melhorasse o assistência ao paciente. "Foi questionada a fusão porque os grupos competiam entre si e ação acabou bloqueada", conta Perry, que completa: "O setor de saúde é peculiar. Demanda diversidade no mercado um bom atendimento médico à população". E principalmente, conhecimento do grupo técnico, econômico, sobre como é a realidade de cada região, além do entendimento do funcionamento de cada setor. Esther Flesch moderou o debate e ainda mostrou o panorama da corrupção no mundo e chamou atenção para o tema compliance nas empresa de saúde.

Carlos Marinelli, CEO do Grupo Fleury citou que além de tecnologia, o conhecimento é fundamental para qualidade e futuro da medicina diagnóstica.

Pedro Bueno, CEO do Grupo Dasa, pontuou que existe uma pressão por atualização tecnológica, uma vez que os pacientes cada vez mais estão mais conhecedores e exigentes e a demanda vem crescendo no ramo de medicina diagnóstica. "Hoje, 70% das decisões clínicas são tomadas com base em algum exame, seja clínico ou de imagem", complementa.

As operadoras de saúde e os hospitais estiveram entre os segmentos que tiveram painéis específicos. O setor hospitalar, por exemplo, sofre com a crise da saúde suplementar. Em muitas unidades cerca de 90% dos atendimentos realizados são de pacientes com plano de saúde. De acordo com dados da Anahp, a receita líquida por paciente-dia aumentou 3,5%, ao passo que a despesa por paciente-dia subiu 9,4%, no mesmo período.

– A tributação é uma questão que deve estar no topo da pauta do setor, pois é uma das principais razões dos altos gastos, já que os valores de produtos e equipamentos utilizados levam em seu bojo uma porcentagem elevada de taxas. Estudos indicam que impostos municipais, estaduais e federais acabam representando 1/3 do valor do serviço ou produto médico-hospitalar. Como manter uma empresa sustentável com uma carga tributária tão alta? – questiona o presidente da Anahp, Francisco Balestrin, que participou do painel sobre os hospitais ao lado do presidente ICOS, do CEO do Hospital Sirio Libanês, Paulo Chapchap e da CEO da Beneficiência Portuguesa de São Paulo, Denise Soares dos Santos.


Fonte: Segs