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FUGA DO PLANOS DE SAÚDE FORÇA ESTRUTURA DO SUS COM AUMENTO DA DEMANDA
25/11/2016

Com reajuste de preços de 1,07%, em média, neste mês, os planos de saúde ganharam grande destaque entre os vilões do custo de vida, medido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15). A evolução do gasto contribuiu para levar o grupo de despesas com saúde e cuidados pessoais à liderança dos vilões da inflação. As remarcações desse item acumularam 0,68% em novembro, frente ao avanço de 0,28% em outubro.

Os percentuais ficaram bem à frente do IPCA-15, que subiu 0,26% neste mês, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado de 2016, os planos de saúde encareceram 12,35% no Brasil, em média, e 12,31% na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A taxa apurada nos últimos 12 meses atinge 13,55% na média do país e 13,51% na Região Metropolitana de BH.

Nos últimos doze meses terminados em junho, a receita dos planos de saúde totalizou R$ 131,3 bilhões com aumento de 12,5%. Já as despesas dos convênios somaram R$ 129 bilhões nos últimos doze meses terminados em junho de 2016, acréscimo de 11,4% na mesma base de comparação. O mercado também segue sua tendência de consolidação. Entre dezembro de 2006 e setembro deste ano, 480 operadoras deixaram o setor. Atualmente, 1.101 estão em operação.

O microempreendedor Saymon Sadler, de 26 anos, também está sem plano de saúde desde que perdeu o emprego numa empresa de call center há um ano e seis meses. “Quando preciso de atendimento médico, recorro à rede pública. Já cheguei a esperar 12 horas para ser atendido. Assim que fui demitido, a empresa recolheu minha carteira de plano de saúde. Ficou difícil contratar um plano por conta própria. Muito caro”, reclama Saymon.

A dona de casa Elizabeth Ambrósio da Silva reforça a dificuldade de arcar com um plano de saúde por conta própria. “Estou desempregada e preciso do dinheiro para outras despesas. Antigamente, eu tive plano de saúde particular, mas essa crise prejudicou demais a gente”, reclama Elizabeth.

Na segunda-feira, ela precisou de consultar um dermatologista e procurou o Centro de Saúde do Cafezal. “Estou na fila de espera. Disseram que vou ter que esperar entre 10 e 12 meses. A opção é usar remédio caseiro”, diz, indignada. A dona de casa conta chegou a pesquisar preços de planos de saúde particulares, mas o mais barato que encontrou representa parcelas mensais de R$ 256, sem incluir o pagamento de contrapartidas em consultas e exames.


Fonte: Estado de Minas