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SUS OU S.O.S? – POR JOSÉ CARLOS RIZOLI
04/01/2017

O Sistema Único de Saúde (SUS) é o maior sistema de saúde do mundo, abrangendo desde um simples atendimento ambulatorial até o transplante de órgãos, garantindo o acesso integral, universal e gratuito a toda população do país.

Sua estrutura permite atendimento médico, dental e possui vários programas de orientação ao usuário da forma de utilização desses benefícios.

Dito isso, indagamos por que um programa como o SUS, com toda sua magnitude, sofre tantas críticas e é desvalorizado pelos usuários? O que poderia ser feito para que esse imenso plano de saúde possa oferecer à população os serviços por todos ambicionado? Quais os problemas mais apontados pelos usuários e críticos do sistema?

Esses problemas são:

  1. Falta de financiamento.
  2. Demora na marcação e realização de procedimentos.
  3. Atendimento precário por parte dos profissionais que trabalham junto ao público.
  4. Falta de estrutura física e de equipamentos nos locais destinados aos atendimentos.

Todas essas reclamações são efetivamente procedentes. Quais as providências que poderiam ser tomadas para solucionar, ou, ao menos, minorar tais acontecimentos?

Inicialmente, devemos analisar os motivos que causam tais críticas e chegaremos infalivelmente a um fator preponderante: “O SUS cuida da doença e não da saúde”. Essa frase resume perfeitamente os motivos que levam grandes multidões a procurarem os serviços do SUS, fazendo com que se agravem as quatro principais queixas relacionadas.

Senão, vejamos.

O SUS emprega seu orçamento quase que integralmente no atendimento junto aos hospitais. Trata de pessoas portadoras de males e patologias já existentes, não destinando recursos para a prevenção, o que poderia evitar o surgimento ou agravamento de doenças que exaurem os recursos do sistema.

Recursos, que a cada ano são maiores, porém sempre insuficientes, em função da demanda crescente.

Qual a saída, então? A prevenção.

  1. O SUS destinaria recursos para que, em todos os hospitais, houvesse setores destinados à prevenção, com academias ou convênios, para exercício físicos, principalmente de idosos, e orientações nutricionais e de higiene.
  2. Equipes multidisciplinares de visitação domiciliar com objetivo de orientação básica e preventiva de saúde.
  3. Programa educacional no nível básico em todas as escolas do país, orientando e fortalecendo os conhecimentos necessários à manutenção da saúde.
  4. Promulgar uma lei que todo formando na área da Saúde (médicos, enfermeiros etc), obrigatoriamente, prestaria um ano de trabalho junto ao SUS.
  5. Campanha intensiva, junto à população, informando os direitos, as providências e os resultados obtidos, procurando encontrar eco e respaldo na sociedade para um apoio constante e vital para o sucesso pretendido.

Estas sugestões são fruto da vivência, observações e diálogos com profissionais da área da Saúde e de quem está há muito tempo atuando nesse setor. Não se pretende, em momento algum, que elas sejam as únicas para um problema tão complexo quanto este abordado neste curto artigo.

Uma população mais saudável, mais consciente de seus direitos, com acesso a um atendimento humanizado, reduziria o custo e o fluxo de procura, gerando alívio financeiro e possibilitando um Brasil com mais saúde. Um SUS que cuide mais da saúde do que da doença.

*Artigo escrito por Artigo José Carlos Rizoli,  Presidente do INDSH (Instituto Nacional do Desenvolvimento Social e Humano).