Fone: (11) 3242-8111 Fax: (11) 3112-0554 | Endereço: Rua Libero Badaró, 158 – 6º andar – São Paulo – SP

ÉTICA REFLETE O COMPROMETIMENTO COM O CUIDADO NA SAÚDE
27/01/2017

 “Algumas pessoas pensam que a moralidade está fora de moda!”. Foi assim que o gestor da Qualidade o coordenador do Instituto Dona Helena de Ensino e Pesquisa (SC) e presidente da Sociedade Brasileira de Bioética de Santa Catarina, Carlos José Serapião, abriu sua palestra ‘Como a ética agrega valor ao negócio e aumenta a satisfação dos pacientes?’, no segundo dia do VIII Seminário Nacional em Acreditação Internacional, realizado pelo Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA), em São Paulo (SP), no mês de novembro.

Serapião defende que a qualidade ética é tão importante quanto à qualidade nos cuidados de saúde. “Ela traduz que as práticas através da organização são consistentes com standards éticos largamente aceitos, normas e expectativas de atuação preconizados”, argumenta. De acordo com o gestor da Qualidade, existem três níveis de qualidade ética: “o mais superficial corresponde às ações e decisões da prática diária de uma organização de saúde. Mais abaixo está o nível do sistema e dos processos que orientam e dirigem as decisões. Só aparece quando por algum motivo requisitamos análise ou consulta ética deles. Na profundidade situa-se o nível do ambiente e da cultura ética institucional. Estão os valores, entendimentos, assunções, hábitos e mensagens não escritas. Estes três níveis definem, em conjunto, a qualidade ética de uma organização de cuidados em saúde.”

Para construir um código de ética, o hospital deve considerar seus valores e missão e, ao contrário dos códigos legais, centrar-se em prevenir condutas não éticas, com ênfase positiva em modelos desejáveis de conduta. Serapião diz que o código de ética precisa ser “inspirador, encorajador e apoiador dos profissionais e instituições”, ajudando a determinar a responsabilidade social da empresa. O coordenador do Instituto Dona Helena recomenda que sejam criadas comissões institucionais de ética, que devem ser multidisciplinar, fomentar o diálogo em condições de igualdade e responsabilidade nos membros da empresa, elaborar protocolos para atender casos concretos e assumir caráter consultivo, de acordo com valores éticos reconhecidos livremente e não coercitivamente.

A ética na saúde é demonstrada ainda através do compartilhamento das decisões, do profissionalismo no cuidado com o paciente e de práticas de cuidados no começo e no final da vida, no gerenciamento do negócio, em pesquisas e no trabalho diário.

Caros José Serapião adianta que o termo Eticidade tem sido proposto para avaliar o grau da qualidade no cuidado, assim como acontece com as conformidades na prática clínica. “Também tem sido proposto que parâmetros e elementos de mensuração da ética, sejam incluídos nas avaliações da qualidade dos cuidados em saúde”.

 


Fonte: Revista Hospitais Brasil