DIA MUNDIAL DE COMBATE AO CÂNCER É LEMBRADO EM 4 DE FEVEREIRO
03/02/2017
Fundação do Câncer mobiliza a sociedade no controle da doença
No dia 4 de fevereiro é celebrado o Dia Mundial do Câncer. A campanha internacional criada pela União Internacional de Controle do Câncer (UICC) traz o mote “Nós podemos. Eu posso”, com o objetivo de reforçar a importância da sociedade no controle da doença. A Fundação do Câncer, membro da UICC, irá promover ações nas redes sociais para massificar informações sobre adoção de hábitos saudáveis, prevenção, diagnóstico precoce e tratamento.
Referência nacional no combate ao câncer há mais de 25 anos, a Fundação do Câncer desenvolveu um teste de conhecimento para engajar a população. O quizz intitulado “O que você sabe sobre câncer?” traz oito perguntas e respostas sobre a doença e as formas de prevenção. Disponível em: www.cancer.org.br/o-que-voce-sabe-sobre-cancer.
A instituição também irá publicar dicas para uma vida saudável, nos canais Facebook (facebook.com/fundacaodocancer), Instagram e Twitter (fdocancer). Ainda nas mídias sociais, posts irão alertar sobre a necessidade de se falar, abertamente, sobre câncer e de compartilhar histórias de superação, a fim de reduzir o estigma em relação à doença.
“A sociedade precisa falar sobre o câncer, acabar com possíveis tabus. Prevenção e diagnóstico precoce são dois pilares importantes desta causa e a campanha para o dia 4 de fevereiro reforça isso: com informação e o engajamento de todos podemos mudar o panorama atual, em que muitas pessoas não recebem o diagnóstico precoce por falta de informação, medo de procurar ou dificuldade de acesso a um especialista. O diagnóstico precoce aliado ao tratamento adequado aumenta sobremaneira a chance de cura. A luta é diária e é de todos.”, afirma o oncologista clínico da Fundação, Frederico Müller.
O câncer é um problema de saúde pública mundial e sua incidência cresceu 20% na última década. No Brasil, é a segunda causa de morte por doença, atrás apenas das ocorrências cardiovasculares. Para 2030, a expectativa, em todo o mundo, é de 21,4 milhões de novos registros e 13,2 milhões de óbitos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Os países em desenvolvimento serão os mais afetados, incluindo o Brasil.
A Fundação do Câncer é uma instituição privada e sem fins lucrativos que, há 25 anos, realiza ações estratégicas para a prevenção e o controle do câncer no Brasil. Atua em promoção à saúde, diagnóstico precoce, assistência, cuidados paliativos, educação e pesquisa. A Fundação é responsável pelo desenvolvimento do Programa Nacional de Formação em Radioterapia, contemplado no âmbito do Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon), do Ministério da Saúde, e é parceira do Instituto Nacional de Câncer (Inca) no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome) e no projeto de expansão da Rede Brasileira de Bancos Públicos de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário (Rede BrasilCord).
No Dia Mundial do Câncer, oncologista faz alerta sobre a prevenção
Neste sábado (4) é comemorado o Dia Mundial do Câncer e, no domingo (5), o Dia Nacional da Mamografia. Os oncologistas têm motivos de sobra para alertar a população sobre a doença, que mata 8,3 milhões de pessoas por ano no mundo. O objetivo dessas datas é amenizar os índices e a mortalidade do câncer. Estima-se que até 2030, 21,7 milhões de pessoas terão algum tipo de câncer e 13 milhões morrerão em decorrência da doença.
A maior incidência do câncer de mama se dá dos 45 aos 65 anos, embora com aumento particularmente entre pacientes jovens, abaixo de 40 anos. Os tipos de câncer mais incidentes no mundo são pulmão (1,8 milhão), mama (1,7 milhão), intestino (1,4 milhão) e próstata (1,1 milhão). Nos homens, os mais frequentes são pulmão (16,7%), próstata (15,0%), intestino (10,0%), estômago (8,5%) e fígado (7,5%). Em mulheres, as maiores frequências encontradas são mama (25,2%), intestino (9,2%), pulmão (8,7%), colo do útero (7,9%) e estômago (4,8%).
Atualmente, o câncer é responsável por uma em cada sete mulheres mortas no mundo, atrás apenas das doenças cardiovasculares em causa de mortes. Por esse motivo a mamografia é de extrema importância. A Comissão Conjunta de Imaginologia Mamária do Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR), da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) recomenda o rastreamento do câncer de mama com mamografia para as mulheres a partir de 40 anos (exame de rastreamento), assim como para todas as faixas etárias na presença de sintomas (exame diagnóstico).
No Brasil, as taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas, muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estágios avançados.
Segundo a mastologista do COT, Bianca Candeloro de Faria, a mamografia ainda é o melhor exame para detecção precoce do câncer de mama, resultando em comprovada redução na mortalidade pela doença. Na grande maioria dos casos, quanto mais inicial for o tumor, maior a chance de cura.
A doutora Bianca ainda reforçou que no caso de mamas densas pode ser necessário associar outros exames, como a ultrassonografia, a ressonância magnética e as punções percutâneas. “Toda mulher deve conhecer suas mamas e fazer os exames de rotina. Isso permite que ela perceba mais precocemente eventuais alterações existentes e possa esclarecê-las com o mastologista, que investigará se necessário”, disse a médica.
Alguns hábitos como fumar, alimentar-se inadequadamente, fazer ingestão abusiva de álcool e o sedentarismo podem prejudicar o funcionamento do organismo e aumentar as chances de doenças como o câncer. Para alertar as mulheres, a mastologista do COT, Bianca Candeloro de Faria listou algumas dicas que podem contribuir com a prevenção da doença:
– Evite a obesidade, mantendo uma dieta equilibrada, com baixa ingesta de gorduras e álcool, aliada à prática de exercícios regulares;
– Conheça suas mamas e faça seus exames de prevenção periodicamente;
– Mulheres com história familiar de câncer de mama devem iniciar acompanhamento com mastologista mais cedo, a partir dos 30 anos ou antes , dependendo da idade de ocorrência do câncer da parente
– Toda mulher com 40 anos ou mais deve procurar um especialista para ter suas mamas examinadas por um profissional de saúde anualmente;
– Toda mulher deve fazer mamografia anual a partir dos 40 anos, segundo recomendação da Sociedade Brasileira de Mastologia.
Cirurgião oncológico do Hospital São Vicente faz recomendações de como evitar a doença
A doença pode se tornar a principal causa de morte no Brasil até 2029, caso não existam políticas de prevenção, detecção e tratamento. A estimativa é do Observatório de Oncologia, plataforma de análise de dados criada pelo movimento ‘Todos Juntos Contra o Câncer’, liderado pela Associação Brasileira de Leucemia e Linfoma (Abrale). Somente em 2017, o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) prevê a ocorrência de cerca de 600 mil novos casos de câncer.
Para ajudar a evitar o surgimento da doença, o cirurgião oncológico, Marciano Anghinoni, especialista em câncer do aparelho digestivo e Chefe do Serviço de Cirurgia Oncológica Digestiva da Unidade de Assistência de Alta Complexidade (UNACON) do Hospital São Vicente, em Curitiba (PR), orienta sobre o que fazer para prevenir o câncer.
Não fume
Essa é a principal recomendação. O tabaco está associado a vários tipos de câncer, incluindo os cânceres de pulmão, de boca, de garganta, de laringe, de pâncreas, de bexiga, de colo do útero e de rim. O cigarro é considerado o principal carcinógeno (substância cancerígena) da atualidade e o responsável por um elevado número de mortes relacionadas ao câncer.
Além disso, mesmo fumantes passivos, ou seja, aquelas pessoas que não fumam, mas convivem com fumantes, têm risco aumentado para desenvolvimento de câncer de pulmão. Hoje, já existem tratamentos para as pessoas que não conseguem largar o hábito do cigarro e procurar auxílio para deixar o cigarro é uma decisão muito importante quando assunto é prevenção do câncer.
Mantenha uma dieta saudável
Existem muitos estudos científicos publicados que correlacionam alguns hábitos alimentares saudáveis com a diminuição do risco de câncer, principalmente os cânceres de intestino e de mama. As principais orientações são:
– Comer muitas frutas e vegetais, incluindo grãos integrais e feijão;
– Reduzir o consumo de carnes vermelhas e processadas;
– Evitar a obesidade;
– Reduzir a ingestão de álcool.
Mantenha no seu peso ideal e pratique atividades físicas regulares
Manter um peso baixo pode diminuir o risco de vários tipos de câncer, incluindo os cânceres de mama, de próstata, de pulmão, de cólon e de rim.
A atividade física também é importante. Além de ajudar a controlar o peso, o exercício físico por si só pode diminuir o risco de câncer de mama e de cólon.
Adultos que praticam qualquer atividade física, ganham alguns benefícios de saúde. Mas, para esses benefícios serem substanciais, esforce-se para realizar, pelo menos, 150 minutos de atividade aeróbica moderada ou 75 minutos de atividade física aeróbica vigorosa por semana.
Proteja-se do sol
O câncer de pele é um dos tipos mais comuns de câncer. A incidência é muito alta em pessoas de pele branca. No Sul e Sudeste do Brasil, por causa da colonização europeia, a incidência é ainda maior. O câncer de pele é evitável, por isso é fundamental o conhecimento dos fatores que aumentam o risco de câncer:
– Evite o sol do meio-dia. Fique longe do sol entre 10h e 16h, pois é nesses horários em que os raios solares são mais fortes.
– Quando estiver ao ar livre, fique na sombra sempre que possível. Óculos de sol e chapéu de aba larga também ajudam.
– Na praia, sempre que possível, use roupas para cobrir o máximo possível de sua pele. Opte por cores brilhantes ou escuras, que refletem mais radiação ultravioleta do que pastéis ou algodão branqueado.
– Não economize no protetor solar. Use quantidades generosas quando estiver ao ar livre e reaplique frequentemente.
Vacine-se
Determinados cânceres têm origem em infecções por vírus. Os mais comuns são:
– O Papilomavírus humano, o HPV, um vírus transmitido sexualmente que pode levar a cânceres do colo do útero e de outros tipos, como o câncer de células escamosas da cabeça e pescoço. A vacina contra o HPV é recomendada para meninos e meninas a partir dos nove anos. Também está disponível para homens e mulheres com idade igual ou inferior a 26 anos e que não tiveram a vacina quando adolescentes.
– A hepatite B, que pode aumentar o risco de desenvolver câncer de fígado. A vacina contra a hepatite B é recomendada para adultos de alto risco – pessoas sexualmente ativas, mas que não estão em uma relação monogâmica; pessoas com infecções sexualmente transmissíveis; usuários de drogas intravenosas e trabalhadores da área da saúde.
Além das vacinas, outra medida eficaz é evitar comportamentos de risco que podem transmitir infecções e aumentar a chance de desenvolver um câncer. Um exemplo é praticar sexo seguro e evitar exposição à drogas injetáveis com seringas compartilhadas.
Faça consultas médicas regulares
Muitos cânceres, como o de colo de útero, podem ter início a partir de lesões facilmente tratáveis e identificáveis nas consultas médicas. A detecção precoce, por meio de exames regulares, está aumentando a chance de cura. Por isso, é importante que cada pessoa tenha um cronograma de consultas e exames, baseados na avaliação médica, levando em conta o sexo, a idade, os hábitos e o histórico familiar de câncer. Pergunte ao seu médico sobre o melhor cronograma de investigação para você.
Hospital Universitário Clementino Fraga Filho alerta que tabagismo é um dos principais fatores de risco
O Dia Mundial de Luta Contra o Câncer é uma excelente data para alertar que, embora algumas pessoas tenham predisposição genética a desenvolver a doença, outros podem evitar os fatores de risco e diminuir consideravelmente as chances de desenvolvê-la. Quem explica a relação é o coordenador do Núcleo de Estudos e Tratamento do Tabagismo (NETT) do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), do Rio de Janeiro (RJ), Alberto Araújo. “Consumo de álcool e tabaco aumentam o risco de desencadear o câncer de laringe. No caso do câncer de pulmão, o mais associado ao tabaco, o cigarro é o maior vilão para o aparecimento da doença, sendo responsável por 80% dos casos. No geral, o tabagismo está relacionado a 38% das mortes por câncer em homens e 23% em mulheres”, enumera o pneumologista.
A nicotina, principal substância química que mantém o efeito viciante do cigarro, demora entre seis e nove segundos para chegar aos pulmões, coração e cérebro, gerando a sensação de prazer. Mais esse não é o único componente a prejudicar a saúde. “Em cada tragada o fumante exala uma mistura tóxica com mais de sete mil substâncias, incluindo 69 classificadas como carcinogênicas pela respeitável Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC)”, explica.
O pneumologista lembra, no entanto, que os que largam o vício reduzem significativamente os malefícios. “Se os fumantes têm uma probabilidade 15 vezes maior de morrer por câncer de pulmão, principal causa de morte por câncer em homens e segunda em mulheres, a cada dez anos de abstinência esse risco reduz para 1/3 ou metade, mesmo em idade avançada”, enfatiza.
O Núcleo de Estudos e Tratamento do Tabagismo oferece um programa para ajudar o tabagista. Os interessados podem se informar pelo e-mail nett@hucff.ufrj.br ou pelo telefone (21) 3938-2195
Fonte: Revista Hospitais Brasil