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DORIA ANUNCIA DOAÇÕES DE LABORATÓRIOS PARA SUPRIR DEFICIT DE MEDICAMENTOS
14/02/2017

O prefeito João Doria (PSDB) afirmou nesta quarta-feira (8) que a rede municipal de saúde receberá doações de medicamentos de laboratórios farmacêuticos para suprir seu deficit pelos próximos três meses.

Depois disso, será iniciado um programa chamado Remédio Rápido, que distribuirá remédios em mais de 3.000 farmácias –o que hoje é feito em 458 unidades municipais.

"O nosso objetivo é sim eliminar a falta de remédio nas unidades básicas de saúde e hospitais", disse.

Doze laboratórios farmacêuticos vão doar 380 milhões de comprimidos de 165 tipos de medicamentos, avaliados em R$ 120 milhões. A maioria dos remédios são voltados a doenças combatidas com substâncias de uso contínuo, como diabetes e hipertensão.

Os medicamentos têm de ter mais de seis meses de validade. Parte dos remédios doada teria de ser descartada, já que nas farmácias privadas os medicamentos precisam ser incinerados com menos de um ano de validade.

A ação foi articulada com o governo Geraldo Alckmin (PSDB), que vai retirar o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) dos remédios doados, obrigatório mesmo em casos de doação.

Doria diz que se trata de uma ação emergencial. Depois disso, a prefeitura pretende comprar os remédios das farmácias, fugindo da licitação, que demanda sempre a exigência do menor preço.

A administração alega que ao distribuir os remédios nas farmácias, comprando não necessariamente pelo menor preço, economizará cerca de R$ 500 milhões com logística. Além disso, segundo o município, haverá mais agilidade do que no caso de licitações.

"Às vezes você está comprando pelo menor preço, mas está sendo enganado, porque tem que arcar com todo o resto da cadeia", disse o secretário municipal da Saúde, Wilson Pollara. "O que nós pretendemos fazer é o seguinte: contar com o remédio que está lá na farmácia. E fazemos uma ata de compra, que nem sempre é o mínimo, mas é um preço razoável".

A reportagem apurou que as grandes redes farmacêuticas municipais já aceitaram participar do projeto de Doria.

As farmácias das UBSs (Unidades Básicas de Saúdes) devem ser fechadas pela prefeitura, em um período de maior busca por medicamentos na rede pública devido à crise e alto desemprego no país.

Questionado por um repórter sobre restrição de especialistas em relação ao fechamento dessas unidades, Doria ironizou: "Eu amo os especialistas, o segmento que ajuda a imprensa que eu mais adoro são os especialistas, os mesmos que disseram que o Corujão da Saúde não iria funcionar, que iria ser um fracasso". 


Fonte: Folha de S. Paulo