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EM SP, ‘CORUJÃO’ FAZ EXAMES ATÉ DE MADRUGADA E REDUZ FILA DE PEDIDOS
15/02/2017

Até agora, 141 mil exames atrasados foram realizados. Tempo livre é usado para diminuir a fila de exames de imagem.

Em São Paulo, a fila de exames no Sistema Público de Saúde está encolhendo. É o resultado de uma iniciativa que pode servir de inspiração pra outras cidades.

Até o fim de 2016, quem precisava de exame pelo SUS tinha que entrar na fila de 457.206 pedidos médicos. Aí demorava.

A máquina fica ligada o tempo todo, 24 horas por dia. Do outro lado do vidro tem sempre um especialista em tomografia de plantão para qualquer emergência. Só que de madrugada o número de exames cai, fica tudo pronto para fazer a máquina funcionar, mas ela passa muito tempo vazia.

É esse tempo livre que está sendo usado para reduzir a fila de exames de imagem como tomografia, ressonância magnética, ultrassonografia.

Quarenta e seis hospitais públicos, filantrópicos e privados aderiram ao programa chamado “Corujão da Saúde”.

Quem está na fila é chamado por telefone e vai a uma unidade de saúde fazer a remarcação.

“Fiquei na fila de espera, aguardando. Quando foi ontem que me ligaram que eu tinha que vir retirar a guia”, afirma a auxiliar de limpeza Rosmira Pereira da Costa.

Quem espera há mais de seis meses precisa de uma nova consulta para saber se o exame ainda é necessário.

A maioria dos pacientes está sendo encaixada em horários livres durante o dia. Apenas um hospital atende de madrugada e alguns pacientes receberam horários um tanto ingratos.

A prefeitura paga pela tabela do SUS. O preço de uma tomografia de abdômen em hospitais privados, por exemplo, custa mais de R$ 1 mil. Eles recebem R$ 138,63. A prefeitura prevê gastar R$ 7 milhões no programa.

“Tem alguns hospitais que se propuseram a fazer pelo próprio orçamento deles onde o custo é arcado pelo próprio hospital. Então, isso aliviou muito o nosso custo”, revela o secretário de saúde Wilson Pollara. 

O “Corujão” aumentou o trabalho nos hospitais. A direção de um deles diz que os funcionários não reclamam.

"Eles se sentem muito protagonistas, engajados num processo de resolução de um problema muito real que estava ali expresso nos olhos dessas pessoas e colocam isso também como um motivo de trabalhar na instituição”, diz Ana Paula Pinho, diretora de Sustentabilidade do Hospital Oswaldo Cruz.

Até agora, 141 mil exames atrasados foram realizados. Trinta e três mil pacientes não apareceram. Ou seja, a fila diminuiu bastante em pouco mais de um mês e a ideia é zerar até abril. Depois, os exames voltam a ser feitos no sistema normal do SUS.

Assista a reportagem exibida no Jornal Nacional em 14/02/2017

http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2017/02/em-sp-corujao-faz-exames-ate-de-madrugada-e-reduz-fila-de-pedidos.html


Fonte: G1 São Paulo