Fone: (11) 3242-8111 Fax: (11) 3112-0554 | Endereço: Rua Libero Badaró, 158 – 6º andar – São Paulo – SP

O PRESIDENTE DA FEHOSP, EDSON ROGATTI, ESTEVE PRESENTE NA APRESENTAÇÃO DO PRIMEIRO ANO DE GESTÃO DO MINISTRO DA SAÚDE, RICARDO BARROS.
31/05/2017

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, apresentou nesta segunda-feira (29), na sede da Fiesp, em São Paulo, os resultados do primeiro ano de sua gestão à frente do Ministério da Saúde.  Segundo o gestor, no último ano, a pasta apostou em eficiência econômica e conseguiu economizar R$3,2 bilhões. "Os gastos foram otimizados em grandes negociações de medicamentos, redução de cargos comissionados e revisão de contratos, por exemplo. Também conseguimos expandir e qualificar a assistência à população. Foram habilitadas 126 UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), que funcionavam sem custeio federal e 340 novas ambulâncias para renovação da frota do SAMU." O ministro apontou a informatização do sistema público e a instalação do prontuário eletrônico nos postos de saúde como desafios da saúde pública. 

“Com a implantação do ponto eletrônico, que é inerente à informatização, o médico passa a receitar no sistema e o tempo que ele permanece na unidade de saúde fica registrado. Muitos profissionais têm outras atribuições, outros vínculos empregatícios e não cumprem a carga horária exigida. Então, com a chegada do ponto eletrônico o número de médicos poderá ser reduzido em outros espaços."

Sobre aids, hepatite C e  sífilis, Barros contou que o Brasil caminhou bastante no último ano. "Já resolvemos o problema da falta de penicilina no SUS, tanto a cristalina, usada no tratamento de sífilis em bebês, e a benzatina, usada por adultos. No tratamento contra a aids temos à disposição um dos melhores medicamentos do mundo, o dolutegravir. A droga foi incorporada recentemente. Além disso, estamos investindo em um plano de erradicação da hepatite C."

O ministro assegurou aos empresários, na reunião do Comitê da Cadeia Produtiva da Saúde e da Biotecnologia da Fiesp, que é impossível haver redução do orçamento para a Saúde. “Educação e Saúde terão orçamentos crescentes. As demais áreas do governo vão ter que enxugar”, disse.

Ao ser questionado por psiquiatras, o ministro disse ainda que apoia o uso do canabidiol (substância não-alucinógena presente na maconha) no tratamento de pacientes com epilepsia. “Temos interesse de acelerar isso, porque é bom e barato”.

SUS legal

Outro assunto abordado por Ricardo Barros nesta manhã foi as mudanças no repasse de recursos para estados e municípios. Segundo o ministro, em 2018, os prefeitos terão mais autonomia na aplicação de recursos.

Até agora, os repasses tinham destinos específicos e eram divididos em seis diferentes contas: atenção básica; atenção de média e alta complexidade; vigilância; assistência farmacêutica; gestão; e investimentos. A partir da mudança, o repasse será dividido em apenas duas contas: custeio e investimentos.

Segundo Barros, a mudança tem apoio da Comissão Intergestores Tripartite, composta pelo Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Secretários de Saúde e Conselho Nacionais de Secretarias Municipais de Saúde.

A modificação nos repasses engloba também o pagamento em parcela única das obras de construção, ampliação ou reforma ligadas à saúde. O atual modelo que prevê financiamento parcelado e condicionado ao andamento da obra.

Fila única

O ministro contou que a pasta está criando uma fila única para a realização de cirurgias eletivas pelo Sistema Único de Saúde  (SUS) em todo o país. A ideia é analisar os procedimentos mais solicitados e reorganizar a distribuição de verbas. “Todas as consultas, exames e pedidos de cirurgias precisam estar em um cadastro único para termos a dimensão das demandas em cada estado.”

Barros acredita que com a fila única será possível acabar com a “peregrinação” por hospitais. “Queremos que os pacientes sejam atendidos dentro de uma ordem geral e não que tenham que ir de hospital em hospital. O estado tem fila, a prefeitura tem fila, cada hospital tem fila. Isso não é possível, não é o conceito do SUS.”

O evento durou aproximadamente duas horas e o ministro respondeu às perguntas dos empresários. Ao final, já na coletiva de imprensa,  o ministro disse aos jornalistas que o problema dos usuários de drogas removidos pela prefeitura de São Paulo da região da Cracolândia, no centro da cidade, no último dia 21, deve ser enfrentado: “Temos ações descentralizadas no Sistema Único de Saúde, mas cada gestor age da forma como entende que é necessária. No caso da Cracolândia, esperamos que se encontre uma maneira conciliatória de recuperar essas pessoas para a sociedade”, disse.


Fonte: Agência de Notícias