O governo simplificou a prescrição da profilaxia após o contato com o vírus, que precisa ser administrado em até 72 horas após a exposição
Desde junho até o final de novembro, o uso da "pílula do dia seguinte" do HIV aumentou em 186% em comparação ao mesmo período do ano passado, de acordo com informações divulgadas pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (1º). Conhecida como PEP, em inglês, que significa profilaxia pós-exposição, a "pílula" pode ser usada por pessoas que tenham sido expostas ao vírus em até 72 horas após o contato, para impedir que ele se instale no organismo — tanto por profissionais de saúde expostos ao sangue de soropositivos por acidente ou pessoas que tiveram o contato por meio de relações sexuais, de acordo com o G1.
Disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) desde a década de 90, a "pílula do dia seguinte" do HIV ganhou novas diretrizes a partir da metade do ano: não é mais preciso um especialista em Aids para dispensar a PEP. “Agora as pessoas sabem mais sobre essa possibilidade e procuram como uma alternativa de prevenção contra o HIV”, disse o médico Fábio Mesquita, diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, durante coletiva de imprensa sobre a situação da Aids no país.
O uso de PEP no Brasil apresentou um total de 10.419 casos, enquanto em 2014 teve 3.646. Conforme afirmou o médico Fábio Mesquita ao G1, as regras que facilitaram a prescrição da PEP entraram em vigor em julho.
O ideal é que a profilaxia pós-exposição seja feita em até duas horas, mas pode ser adotada após 72 horas de contato. Ela funciona da seguinte maneira: são utilizados quatro medicamentos antirretrovirais — tenofovir, lamivudina, atazanavir e ritonavir — por 28 dias consecutivos. Depois, a pessoa deve ser acompanhada por três meses.