Fone: (11) 3242-8111 Fax: (11) 3112-0554 | Endereço: Rua Libero Badaró, 158 – 6º andar – São Paulo – SP

Contra zika, gestantes de SP iniciam corrida por repelentes em farmácias

"E agora? Repelente?", perguntou Ismara Mendonça Pianio, 26, ao marido, quando viram, na noite de terça (1º), as notícias do vírus zika na TV.

Grávida de quatro meses, Ismara se assustou com a possibilidade de ser picada pelo Aedes aegypti e contrair o vírus que o Ministério da Saúde relaciona ao avanço da microcefalia, má-formação cerebral que pode trazer limitações ao desenvolvimento da criança.

 
No dia seguinte, seu marido comprou um spray contra mosquitos. Ismara, professora que está em casa por causa de uma gravidez de risco, não abre mais as janelas. Já "manga comprida, nesse calor, fica difícil", diz ela. O casal mora na região do Horto Florestal (zona norte).
 
Farmácias na cidade registram o crescimento da procura por repelentes. Em metade das 16 unidades visitadas pela reportagem nas regiões de Pinheiros, Jardins (zona oeste) e Higienópolis (região central), funcionários relataram aumento nas vendas desde o fim de semana. Em algumas, certas marcas estavam esgotadas -mas há reposições.
 
A outra metade informa que a procura é constante desde o surto da dengue na cidade, em abril deste ano.
 
Em uma loja na av. Angélica, uma mulher levou, na terça (1º), dez repelentes, disse um atendente. Luciana Valim, gerente de uma farmácia na rua dos Pinheiros, afirma que a procura aumentou desde domingo e que clientes levam mais de uma unidade.
 
Na loja, um cartaz comunica uma oferta de repelentes: "Proteja-se do mosquito que transmite zika vírus, chikungunya e dengue!".
 
O Ministério da Saúde recomenda que gestantes adotem medidas para eliminar criadouros de mosquitos, mantenham portas e janelas fechadas ou teladas, usem calça e camisa de manga comprida e utilizem repelentes.
 
Segundo a dermatologista Denise Steiner, especialista em saúde pública, mulheres devem adquirir o produto para crianças -esses repelentes são menos agressivos.
 
O produto deve ser usado no corpo inteiro. "É a última coisa que ela vai usar, depois de creme ou filtro solar", avisa Steiner. Antes de dormir, recomenda lavar a pele e deitar sem o repelente, já que o mosquito tem hábito diurno.
 
É preciso, ainda, ficar atenta à duração do produto no rótulo. Os repelentes duram entre seis a dez horas, segundo a médica. São recomendados repelentes com as substâncias DEET, Icaridina e IR3535.