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SANTA CASA LANÇA CAMPANHA “MÃES E MÃOS QUE AJUDAM”

Uma lição de solidariedade e amor ao próximo: mães de funcionárias da Santa Casa de Piracicaba aderiram à campanha “Mães e Mãos que Ajudam” e, juntas,  estão confeccionando 10 mil máscaras e gorros para serem utilizados por funcionários do Hospital.

A iniciativa, fruto do olhar atencioso e do comprometimento da enfermeira Gisele Vilarinho, coordenadora da CME (Central de Materiais Esterilizados), começou a ganhar forma quando ela propôs a reutilização do SMS (abreviação de Spunbonded Meltblown e Spunbonded), constituído 100% de polipropileno e utilizado para embalar material estéril.

“Observei que o material, descartado até então, poderia ter outras utilidades, devido à barreira microbiológica que ele oferece”, disse Gisele revelando que a partir daí, surgiu a ideia de confeccionar gorros e máscaras hospitalares, em conformidade com a norma técnica NBR 15052.

Ela revela que tudo começou em 2019, quando a proposta inicial era reutilizar o material para a confecção de travesseiros e  sacos de dormir para moradores de rua, no inverno. “A pandemia do coronavirus, entretanto, alterou os planos e submetemos a proposta de confecção de máscaras e gorros à análise do SCIH (Serviço de Controle de Infecção Hospitalar) e do Sesmt (Serviço Especializado de Segurança e Medicina do Trabalho), que aprovaram a iniciativa e os modelos confeccionados”, contou Gisele.

Segundo ela, as máscaras estão sendo confeccionadas conforme recente orientação do Ministério da Saúde, devido à dificuldade de obtenção de máscaras no mercado. “Depois de prontas, elas são esterilizadas e embaladas para distribuição aos setores, juntamente com um manual de utilização e higienização”, conta.

O engenheiro de segurança da Santa Casa, Cesar Acconci, explicou que o SMS é composto por três camadas. A primeira repelente a líquidos, como água ou sangue; a segunda com barreira contra microorganizamos; e a terceira é permeável aos  agentes esterilizantes. “O SMS fornece barreira com 99% de proteção”, informou o engenheiro, apontando o alto nível de segurança que a máscara oferece.

O coordenador do SCIH da Santa Casa, Dr. Hamilton Bonilha, por sua vez, explicou que as máscaras confeccionadas serão utilizadas apenas por funcionários de setores administrativos e de apoio.  “Médicos, enfermeiros e profissionais que mantêm contato direto com os pacientes, continuarão usando as máscaras cirúrgicas triplas descartáveis com tiras ou elástico e as máscaras N95”, revelou. 

Gisele conta que, após a validação técnica, os primeiros moldes foram feitos  com a colaboração de sua mãe, Maria Aparecida Milagre Vilarinho. “A ideia deu tão certo que logo conseguimos o apoio de outras mães de funcionários e a colaboração do Rotary Clube Piracicaba Luiz de Queiroz para a confecção de 500 gorros e 8.000 máscaras”, disse.

Também participaram deste esforço coletivo Algemira de Oliveira (Mãe da Susana Olivieira, coordenadora do Almoxarifado);  Eleni Geraldini Vitti (mãe de Camila Vitti, do Departamento de  Qualidade Hospitalar);  Maria Alici Frederici (mãe da enfermeira Lucia Frederici, do Sesmet) e Silvia Regina S. Teixeira (sogra da assistente social Alayde Mendes Teixeira).

Elas têm mais de 60 anos, pertencem ao grupo de risco para a Covid-19 e  reforçam o bem que a iniciativa tem proporcionado em época de reclusão domiciliar. “Estamos de quarentena, mas estamos produzindo e auxiliando o próximo como podemos”, afirmaram.

Ao agradecer o empenho e apoio de todos, Gisele falou da honra que sente em poder contar com este tipo de apoio num momento tão crucial para o Hospital e para o mundo, que enfrentam a pandemia do  novo coronavírus. “Precisamos nos manter firmes e unidos em prol de um bem maior, que é a saúde mundial”, considerou.

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Equipe da Central de Materiais Esterilizados embalando máscaras e  gorros confeccionados pelas mães voluntárias