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Sábado Sem Câncer encaminha portadores de hepatite para tratamento

Pacientes passaram por nova bateria de exame para identificar o tipo de tratamento

A Campanha Sábado Sem Câncer promovida pela Santa Casa de Piracicaba, por intermédio do Cecan (Centro do Câncer) ocorreu em agosto, no entanto, as pessoas que foram detectadas com o vírus da hepatite B e C seguem em tratamento. Na época, dos 500 exames realizados, 34 foram positivos, sendo 26 para hepatite C e 8 para hepatite B.

 
Todos os que mostraram contato prévio com o vírus da hepatite C e B foram encaminhados ao IVIP (Instituto de Vacinação e Infectologia de Piracicaba), que foi parceiro da Campanha Sábado Sem Câncer, e estão em tratamento com o infectologista Hamilton Bonilha. “O que podemos dizer é que houve uma prevalência altamente significativa, muito além da nossa realidade, fruto da competência da triagem dos pacientes durante toda a campanha”, salienta.
 
De acordo com o infectologista, todos os 34 pacientes foram chamados e, a maioria, já passou em consulta médica no Instituto. “Ao passarem em consulta foram solicitados os exames de carga viral para a constatação da presença dos vírus com a finalidade de indicar ou não tratamento”, explica Bonilha.
 
Segundo ele, os exames para hepatite C, como carga viral (quantidade de vírus) e genotipagem (tipo de vírus: 1, 2 ou 3) foram colhidos gratuitamente. Aqueles pacientes com carga viral positiva, fizeram um exame chamado elastografia transitória hepática por fibroscan (também gratuito), que substitui a biópsia hepática, para verificar o grau da fibrose do fígado, uma exigência do novo protocolo do Ministério da Saúde para liberação das novas drogas para tratamento.
 
Já os casos diagnosticados como hepatite B, foram encaminhados ao Cedic (Centro de Doenças Infecto Contagiosas) da Secretaria Municipal de Saúde, para colher os exames complementares.
“Vale ressaltar que as duas hepatites têm tratamento, sendo que o da hepatite B é geralmente permanente e o da hepatite C, com essas novas drogas, levam a cura em 90% dos casos após um tratamento, na maioria das vezes, de 12 semanas”, informa Bonilha.
 
Quanto ao prognóstico do tratamento no caso da hepatite C, tudo vai depender do grau da doença (cirrose descompensada ou não) em cada paciente. Em relação a hepatite B, o prognóstico depende do estágio da doença, mas quando existe a necessidade de tratar, apenas um comprimido por dia, por tempo indeterminado, pode controlar a doença.
 
Tratamentos são diferenciados
O infectologista Hamilton Bonilha explica ainda que o tratamento é diferenciado para cada caso e por isso a necessidade de colher novos exames. “Em relação a hepatite C, existe um tratamento para cada tipo de vírus, seja em relação as drogas e ao tempo da terapia. Mas eles têm algo muito importante em comum, ou seja, as novas drogas antivirais que levam a uma chance de cura acima de 90%, sem eventos adversos e com comodidade posológica”.
 
Dos 34 pacientes diagnosticados com hepatite, 26 são do sexo masculino e 8, do sexo feminino, uma constatação esperada já que para cada três homens infectados, há uma mulher. Desse total, 47% já tinham diagnóstico anterior da doença e 53% sequer imaginavam terem tido contato com o vírus da hepatite. Dos soropositivos, apenas 30% tinham sido vacinados contra a hepatite, apenas 26% fazem uso regular de preservativo, 24% já foram diagnosticados com DST (Doença Sexualmente Transmissível), 24% já haviam feito transfusão de sangue e 18% são usuários de drogas.
 
Na análise do infectologista Hamilton Bonilha, a campanha realizada em agosto foi exemplar, sobretudo por ampliar a consciência de que hepatite e câncer de fígado são doenças que podem, e devem, ser banidas do planeta. “Eliminando as hepatites A e B, que já dispõem de vacina preventiva e moderno tratamento para os casos comprovados, a incidência do câncer de fígado será infinitamente menor”, avalia.