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Famílias estão gastando mais do que o governo com saúde, diz pesquisa

Parte desse dinheiro é para pagar convênio médico, consultas e exames particulares. E também para comprar remédio que o SUS não oferece.

 

Uma pesquisa do IBGE mostra que as famílias estão gastando mais para bancar a saúde do que o governo. Ou seja, os gastos das famílias brasileiras somados são maiores que os do próprio governo federal. Boa parte desse dinheiro é para pagar convênio médico, consultas e exames particulares. E principalmente comprar remédio que o SUS não oferece.
 

A quantidade de boletos bancários é a prova de que não dá para contar com o serviço público quando o assunto é a saúde. A Mariane paga convênio médico para ela e para duas filhas. O valor de R$ 365 foi o menor que ela conseguiu. Mas nunca para por aí.
 
"Ainda tem taxa de consulta, taxa de emergência, taxa de exame, várias taxas que acabam juntando e acabam acarretando no valor", diz a dona de casa Mariane Bonani.
Como só o marido trabalha, o valor pesa no orçamento da família. Sem contar que a cestinha de remédio está sempre cheia. A compra na farmácia entra para essa conta porque não tem jeito: depois de consultar e fazer exame, normalmente tem que comprar remédio. O levantamento do IBGE mostrou que as famílias brasileiras gastam mais com convênio e outras despesas médicas, como os medicamentos. Acaba sendo maior do que o próprio governo gasta com a saúde.
 
Em 2013, as famílias brasileiras desembolsaram R$ 1.162 por pessoa para cuidar da saúde. Juntando tudo, o valor representa 4,3% do Produto Interno Bruto do país. No mesmo ano, o governo gastou R$ 946 por pessoa, ou 3,6% do PIB.
É, doença não espera. Quem pode, garante o remédio por conta própria. Mesmo no sufoco.
 
Bom Dia Brasil: Não tem alternativa? Tem que comprar?
Adriana Volpini, telefonista: Não, ou toma ou toma, ou compra ou compra.
 
Daniela Ponce, técnica em enfermagem: Tem medicação que está em falta na rede pública, então a gente não pode deixar sem, então a gente tem que recorrer à farmácia.
 
Bom Dia Brasil: E acaba indo quanto aí por mês?
 
Daniela Ponce: Então, mais ou menos, no mínimo, uns R$ 300.
Quem tem algum problema crônico de saúde sabe bem o peso de cada visita à farmácia. Seu José tem diabetes e problema nas articulações.
 
Bom Dia Brasil: Precisa tomar todo mês o remédio?
José Fábio Duarte, aposentado: Todo mês.
Bom Dia Brasil: E acaba pesando no bolso?
José Fábio Duarte, aposentado: Pesa, pesa demais,
"Eu já cheguei a atender clientes que gastam R$ 1 mil por mês, às vezes até mais, só em medicação, só em remédio", diz a farmacêutica Michelle Xavier.