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CIHDOTT SANTA CASA REALIZA 2º ENCONTRO DE CAPACITAÇÃO

A CIHDOTT (Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes) da Santa Casa de Piracicaba realiza nesta terça-feira, 27 de agosto, a partir das 8h30, no salão de Convenções do Hospital, o 2º Encontro de Capacitação dos Conceitos de Técnica de Comunicação, Comunicação de Más Notícias, Acolhimento Familiar, Comunicação de Morte e Estratégias para a Entrevista Adequada para a Doação de Órgãos e Tecidos. Já confirmaram presença equipes multiprofissionais de hospitais de Capivari, Rio Claro, Santa Bárbara, DRS-10 e hospitais de Piracicaba.

De acordo com a coordenadora da CIHDOTT da Santa Casa de Piracicaba, a enfermeira Jacqueline Defávari Bonilha, o encontro contará com a presença do neurologista Luiz Antonio da Costa Sardinha, coordenador da Organização de Procura de Órgãos da Unicamp, que palestrará sobre a importância de ter equipes preparadas e capacitadas para lidar com os processos em torno da morte considerada iminente -  aquela decorrida por doença terminal ou acidente te qualquer natureza -, cujos indivíduos tenham se declarado doadores de órgãos em vida, ou a situação em que a família do paciente manifesta o desejo pela doação, após a declaração do óbito. O especialista também discorrerá sobre as técnicas e os procedimentos da Resolução  2.173/17, publicada no dia 15 de dezembro de 2018 e que substituiu a de número 1.480/97.

De acordo com a nova resolução os procedimentos para a determinação da morte encefálica devem ser iniciados em todos os pacientes que apresentem coma não perceptivo, ausência de reatividade supraespinhal e apneia persistente. A nova diretriz atende determinações da lei 9.434/97 e do decreto presidencial 9.175/17, que regulamentam o transplante de órgãos no Brasil.

Pela legislação vigente, a retirada de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano destinados a transplante ou tratamento deve ser precedida de diagnóstico de morte encefálica, constatada por dois médicos não participantes das equipes de remoção e de transplante, mediante a utilização de critérios clínicos e tecnológicos definidos por resolução do CFM (Conselho Federal de Medicina).

De acordo com Jacqueline, iniciar a abordagem com uma família que acabou de receber a notícia da morte de um ente querido e perguntar se ela autoriza a doação dos órgãos da pessoa não é uma tarefa fácil. “Por isso, a necessidade de contarmos com uma equipe multiprofissional altamente qualificada e capacitada para realizar todo o procedimento de abordagem. É um momento delicado em que o familiar recebe a notícia e tudo precisa ser realizado de maneira ágil, pois após a família aceitar o fato se inicia o processo de exames clínicos para o diagnóstico de morte encefálica. Com o diagnóstico em mãos é preciso que a equipe ofereça à família a oportunidade de ser ou não doadora de órgãos”, disse à enfermeira que reforçou a “importância de a pessoa manifestar em vida quando deseja ser doadora e informar a família, pois numa situação delicada como esta faz toda diferença”.

As CIHDOTTs, são formadas por uma equipe multidisciplinar, com enfermeiro, psicólogo, assistente social e médico, e que esses profissionais, além de dominarem toda a parte teórica e prática do processo de doação, devem desenvolver habilidades de comunicação e acolhimento suficientes para demonstrar empatia, esclarecer todas as dúvidas da família e dar a ela segurança para dizer “sim” para a doação de órgãos.

Em dez anos, a CIHDOTT da Santa Casa de Piracicaba registrou cerca de 1550 doações de córneas e múltiplos órgãos, sendo que cada doador de múltiplos órgãos ajuda até dez pessoas, enquanto um doador de córneas possibilita que duas pessoas voltem a enxergar.

 

Legenda-foto: Palestra será realizada pelo neurologista Luiz Antonio da Costa Sardinha, coordenador da Organização de Procura de Órgãos da Unicamp

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Evento tem como objetivo capacitar e reciclar as equipes sobre o processo de doação de órgãos e comunicação de más notícias