Hospital Santo Amaro deixará de prestar serviços eletivos a partir do dia 15
Motivo é o atraso nos repasses de verbas por parte da Prefeitura e de planos de saúde
Único hospital a atender a rede pública de saúde em Guarujá, o Hospital Santo Amaro irá interromper os serviços eletivos a partir do próximo dia 15, por conta da falta de repasses de dinheiro por parte da Prefeitura e de planos de saúde.
A medida afetará as áreas de maternidade, ambulatório e cirurgias. Somente o serviço de Urgência e Emergência continuará em funcionamento. O HSA tem, ao todo 220, leitos para o Sistema Único de Saúde (SUS) e 80 destinados a convênios.
Com o fechamento, os pacientes serão obrigados a procurar unidades de saúde de outras cidades. Só na maternidade, por exemplo, de cada dez partos, oito ou nove são pelo SUS.
De acordo com comunicado à imprensa, os serviços eletivos serão retomados assim que os pagamentos forem regularizados em sua totalidade.
O HGA afirma que a Prefeitura de Guarujá tem dívida de R$ 4,2 milhões com a instituição, referentes aos repasses não realizados nos últimos quatro meses. Convênios médicos reduziram os valores dos pagamentos em razão da crise econômica.
Por isso, optou-se por cortar os serviços eletivos. "A espinha dorsal de um hospital é a unidade de emergência, que desencadeia em centro cirúrgico, Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e unidade de internação clínica e cirúrgica. Se um desses elos se quebrar, o hospital quebra. Então, só podemos cortar os atendimentos paralelos", disse Urbano Bahamonde Manso, diretor-presidente da Associação Santamarense de Beneficência do Guarujá (ASBG), mantenedora do HSA, a A Tribuna em matéria publicada no último domingo (29).
O diretor afirmou ainda, na ocasião, que a suspensão dos atendimentos eletivos resultaria na diminuição do quadro de funcionários (hoje, são 1.400) e das equipes terceirizadas.
Posicionamento
A Prefeitura de Guarujá repetiu o posicionamento dado no último domingo e alegou que "a crise financeira que afetou todos os municípios, somado a baixa de arrecadação, comprometeu a regularidade do pagamento feito ao hospital".
A Administração Municipal salientou que tem diálogo permanente com a direção do hospital para demonstrar todos os esforços que tem feito para liberar as parcelas pendentes. "Porém, não se pode atribuir a Prefeitura todos os problemas financeiros do HSA, uma vez que os planos de saúde têm débitos com a instituição", destacou.
A Prefeitura informou ainda que, por mês, repassa cerca R$ 3,4 milhões de verba vinculada (repasse federal SUS) e R$ 1 milhão do Tesouro Municipal. "De janeiro a outubro deste ano, já foram transferidos ao HSA pouco mais de R$ 40 milhões, sendo R$ 33 milhões SUS e mais de R$ 7 milhões dos cofres públicos", disse.