SANTA CASA FOCA NA SAÚDE MENTAL DO TRABALHADOR
No próximo dia 25 de setembro, das 13h às 14h no Salão de Convenções, a equipe da Medicina do Trabalho e o Serviço de Psiquiatria da Santa Casa de Piracicaba realizam o 1º Encontro de Saúde Mental, direcionado às lideranças, gestores e coordenadores de setor. A ação integra o Programa de Saúde Mental do Trabalhador, iniciado há quatro anos.
De acordo com o médico do trabalho do Sesmt da Santa Casa (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho), André Gusmão, os trabalhos deste primeiro encontro serão conduzidos pelo médico psiquiatra Arthur Silva Mattos Cardoso, que já atua na Medicina do Trabalho, com conteúdo direcionado às relações interpessoais e comunicação.
“A Santa Casa de Piracicaba saiu na frente mais uma vez ao integrar em nossa equipe um médico psiquiatra. Ele fará toda diferença no programa que teve início há quatro anos e que tem como foco a saúde mental dos nossos funcionários”, disse Gusmão.
Segundo ele, em um primeiro momento, a equipe atuará de forma coletiva para o posterior direcionamento de cada caso, pois diferente da intercorrência física em que o médico sabe o local da dor por algo palpável, atuar na mente requer outro tipo de intervenção.
Gusmão revela que estudo divulgado em dezembro de 2018, mostra que nove em cada dez brasileiros no mercado de trabalho apresentam sintomas de ansiedade, do grau mais leve ao incapacitante. Metade (47%) sofre de algum nível de depressão, recorrente em 14% dos casos. Os dados são da última pesquisa da Isma-BR, representante local da International Stress Management Association, organização sem fins lucrativos dedicada ao tema.
“A segunda causa de afastamentos pelo INSS está relacionado a problemas de saúde mental (transtornos de ansiedade, depressão, síndrome do pânico) e, por isso, é preciso um novo olhar para o adoecimento mental, que é ocasionado de maneira multifatorial e que afeta todas as áreas da vida da pessoa vitimada”, disse Gusmão.
O Gestor de Pessoas da Santa Casa, Ricardo Fedrizzi, ressaltou a importância dessas ações a fim de manter a saúde mental dos trabalhadores ou de reverter algum quadro quando constatado o transtorno. Segundo ele, a Santa Casa tem investido nessa área. “Neste ano, por exemplo, fizemos uma pesquisa para avaliar possíveis riscos da síndrome de Burnout, para que pudéssemos analisar e avaliar a saúde mental dos trabalhadores e assim, determinarmos ações direcionadas”.
Ele alerta que, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), uma em cada quatro pessoas sofrerá com um transtorno da mente ao longo da vida. “No entanto, a maioria ainda trata o tema com preconceito e medo de falar abertamente sobre ele”, observa Fedrizzi.
Mente adoece
De acordo com o médico do trabalho do Sesmt da Santa Casa (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho), André Gusmão, vários fatores colaboram para o adoecimento mental. O excesso de estímulos é uma delas.
“Nessa era de hiperconectividade, as pessoas são atingidas por uma avalanche de informações, mensagens instantâneas, redes sociais, alertas para compromissos, conversas virtuais com dezenas de pessoas ao mesmo tempo e uma cobrança contínua a qualquer hora do dia ou da noite”, observou o médico lembrando que, na era da tecnologia, somos controlados 24 horas/dia.
O gestor de RH Ricardo Fedrizzi, por sua vez, citou ainda o problema do presenteísmo, quando o funcionário vai para o trabalho, mas está com a cabeça em outro lugar. “Esse hábito desencadeia erros, baixo desempenho, aumento dos problemas de saúde e piora na qualidade de vida, afetando mais a produtividade que o próprio absenteísmo”, observou.
Ele explica que as palestras e oficinas são realizadas com o intuito de instruir, informar e até mesmo vencer o preconceito. “Queremos fazer com que todos entendam que qualquer um pode ter esse problema e que existe uma maneira de tratar e resolver essa situação”, disse o gestor.
Integrantes do o Programa de Saúde Mental do Trabalhador realizado pela Medicina do Trabalho da Santa Casa de Piracicaba