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SANTA CASA REALIZA O 8º ENCONTRO DE DOADORES E RECEPTORES DE ÓRGÃOS

Nesta sexta-feira, 27 - Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos – a CIHDOTT (Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos, Tecidos e Transplantes) da Santa Casa de Piracicaba realiza o 8ª Encontro de Doadores e Receptores de Órgãos, no Salão de Convenções, a partir das 9h. Para o evento são convidadas a participar pessoas que foram submetidas a um transplante e familiares que doaram órgãos de entes queridos.

O encontro acontece duas semanas após a realização da Corrida Pela Vida, que há três anos integra o calendário de ações e que a cada edição ganha força ao divulgar, durante os 5 km de corrida, a importância de ser um doador de órgãos. Na última corrida cerca de 2000 pessoas participaram do ato.

Dentro da programação do setembro verde, a CIHDOTT também realizou o 2º Encontro de Capacitação dos Conceitos de Técnica de Comunicação, Comunicação de Más Notícias, Acolhimento Familiar, Comunicação de Morte e Estratégias para a Entrevista Adequada para a Doação de Órgãos e Tecidos, destinado aos profissionais da saúde.

De acordo com a coordenadora da CIHDOTT da Santa Casa de Piracicaba, a enfermeira Jacqueline Defávari Bonilha, todas as ações realizadas neste mês têm como foco principal a conscientização de populares e a capacitação dos profissionais de saúde.

“O 8º Encontro vem para encerrarmos o mês de conscientização com chave de ouro. Todas as ações que propusemos realizar conseguimos atingir nosso objetivo”, lembra Jacqueline ao salientar que o ponto alto do encontro - que conta com missa de ação de graças, palestras e roda de conversa, - é o depoimento das pessoas que passaram por situações que envolvem a doação ou o transplante.

“Cada participação é muito emocionante, pois ficamos conhecendo da luta de cada uma das pessoas ali presentes. É a oportunidade que encontramos de agradecer os familiares pelas doações registradas na Santa Casa”, disse.

NOVA VIDA

O transplante de órgãos é a tão esperada resposta para milhares de pessoas com insuficiências orgânicas terminais ou cronicamente incapacitantes. É, na maioria dos casos, a única oportunidade de restabelecer a saúde e, sem dúvida, a esperança de uma nova chance de vida.

Entre os participantes do 8º encontro está a médica nefrologista Astrid Giorgia Zanatta que há quase três anos passou por um transplante de rim. A insuficiência renal foi constatada quando ela ainda cursava medicina e a necessidade do transplante foi  decorrência do problema. Após quatro anos de hemodiálise e de espera por um doador, ela foi comunicada que havia um rim compatível.

Após a cirurgia, ela permaneceu por dois meses internada devido a complicações que foram desde a rejeição até infecção. “Tiveram várias intercorrências e foram dois meses de pós operatório. É preciso entender que o transplante não é a cura, é um processo do tratamento”, afirmou. De acordo com ela, os transplantados de rim seguem com medicação durante toda a vida. “O transplante representa a liberdade de você não precisar mais da máquina de hemodiálise, isso já é maravilhoso”, disse Astrid.

Em 2018, a Santa Casa de Piracicaba recebeu um prêmio de reconhecimento da Secretaria de Estado da Saúde devido a atuação da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes como sendo a comissão que mais registrou notificações para captação de córneas no Estado no ano anterior. O resultado garantiu à Santa Casa também o Título de Hospital Amigo do Transplante.

SER DOADOR

A CIHDOTT da Santa Casa trabalha com vistas à busca ativa de doadores de órgãos,  ao diagnóstico, à notificação de morte encefálica e à abordagem da família para doação. “A Comissão reúne profissionais preparados para esclarecer dúvidas quanto ao aspecto da doação e o resultado tem sido positivo", disse.

Dados da Comissão revelam que essas ações permitiram à Santa Casa registrar 58 doações de múltiplos órgãos e mais de 1.400 doações de córneas nos últimos dez anos. “Cada doador de múltiplos órgãos ajuda até dez pessoas, enquanto um doador de córneas possibilita que duas pessoas voltem a enxergar”, lembrou a coordenadora.

Levantamento divulgado em março deste ano pelo RBT (Registro Brasileiro de Transplantes) revelam que 33.984 pessoas adultas aguardam na fila de transplante. O Estado de São Paulo agrega 15.701 desses pacientes. Em números gerais, a maior espera é pelo rim, com 22.616 pacientes. Outras 660 crianças também estão na fila; 403 delas vivem no Estado de São Paulo.

“Quando a pessoa manifesta em vida o desejo de ser doador, os familiares respeitam esta decisão quando são abordados pela CIHDOTT para uma possível doação de órgãos”, disse Jacqueline, apontando a necessidade de fazer com que o assunto  faça parte do cotidiano das pessoas.  “Apostamos na adesão da sociedade e no apoio de profissionais de saúde e da mídia para tornar a espera por um órgão menos longa e dolorosa”, disse.

Ela lembra que, para se tornar um doador, é importante que a pessoa comunique esta decisão à família, pois de acordo com a legislação dos transplantes no Brasil, a doação deve ser consentida pelo familiar de até 2º grau. “Essa conversa é fundamental para subsidiar a decisão da família”, disse Jacqueline, indicando o site oficial da ABTO - Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (http://www.abto.org.br) para mais informações sobre como se tornar um doador.

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Foto-Legenda: A médica nefrologista e transplantada Astrid Giorgia Zanatta e a enfermeira e coordenadora da Cihdott, Jacqueline Defávari Bonilha