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As instituições de saúde devem se preparar para o envelhecimento da população brasileira
04/07/2016

De acordo com estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem 20,6 milhões de idosos atualmente. Esse número, que já representa cerca de 10% da população brasileira, deve subir ainda mais nos próximos anos, pois a expectativa de vida média do brasileiro chegará a 81 anos em 2060. A Organização Mundial de Saúde (OMS) reforça essa projeção dizendo que a porcentagem de pessoas com idade acima de 60 anos cresce acima da média mundial no Brasil e o número de idosos irá quase triplicar até 2050.

Com esse cenário cada vez mais real, é essencial pensarmos na situação do setor de saúde brasileiro, pois quanto mais idosa for nossa população, mais será necessário fazer investimentos estruturados nessa área. Pensando apenas em medicina preventiva, sem nos aprofundarmos em índices de doenças quando analisamos apenas essa faixa da população, o idoso precisa realizar mais exames periódicos. Uma mulher a partir já dos 50 anos, por exemplo, além de exames laboratoriais para verificar diabetes e hipertensão arterial e testes como mamografia, papanicolau e ecografia pélvica, também precisa começar a realizar com uma periodicidade anual, ou até semestral, dependendo da indicação médica, a densitometria óssea, o exame de fundo de olho, entre muitos outros. Devemos levar em conta também que, de modo geral, as pessoas deixam de fazer exames preventivos por motivos de tempo, dinheiro ou simplesmente porque não querem passar pelo processo interno demorado das instituições de saúde, principalmente públicas, e acabam desistindo e tratando apenas casos urgentes e inesperados em prontos-socorros. Para um paciente, passar horas em um hospital ou clínica aguardando um exame, é algo excessivamente cansativo, seja no momento da prevenção ou quando estão efetivamente doentes.

O sistema de saúde brasileiro não está completamente preparado para essa mudança na faixa etária da população, e, mais que isso, tem uma expectativa de vida cada vez maior. A OMS salienta em seu relatório que a estimativa de vida de uma criança que nasce no Brasil, atualmente, é de 20 anos a mais do que alguém nascido há 50 anos.

Embora seja muito positiva essa mudança, que mostra que o brasileiro está vivendo mais, isso não necessariamente é viver com mais qualidade. A OMS ainda destaca que existem poucas evidências de que ter mais anos de vida é o mesmo que ter mais condições de acesso à saúde do que as gerações anteriores na mesma faixa etária. O processo de envelhecimento da população tem sido muito rápido no Brasil. Enquanto alguns países europeus, como por exemplo, a França, tiveram 150 anos para se adaptar à mudança da faixa etária de sua população,  aqui essa alteração será rápida, e teremos aproximadamente de 20 a 30 anos para adaptar todo o sistema de saúde para esse adversidade.

E para auxiliar nessa questão, é de responsabilidade dos players da área de saúde adequarem seus serviços pensando nesse perfil de paciente e nesse novo cenário local. Um sistema tecnológico de gestão hospitalar adequado presta papel fundamental aos hospitais com mais e mais idosos fazendo exames preventivos e necessitando atendimento de urgência, internações, exames e aplicação de medicamentos e tratamentos.

Exemplos de sucesso na gestão da saúde

O Real Hospital Português, em Recife (PE), por exemplo, que possui 800 leitos, oito UTIs e quatro blocos cirúrgicos, com a utilização de uma solução para gestão hospitalar (HIS) conseguiu triplicar sua capacidade de atendimento da emergência geral.

Este tipo de sistema entrega relatórios e indicadores que auxiliam no planejamento estratégico e na criação de planos para cada um dos serviços oferecidos pelo hospital, assim como proporciona mais eficiência operacional por fazer um controle em tempo real de diversos serviços prestados que traz maior segurança, agilidade no atendimento e, consequentemente, tranquilidade para o paciente.

Visto a quantidade de exames de imagem que um paciente de idade avançada deve fazer, há outras soluções tecnológicas que também podem ajudar nesse processo, como o PACS, que controla o processo de gestão e arquivamento de imagens médicas. A maior operadora de saúde do norte e nordeste, Hapvida, conseguiu, com o software, mais que dobrar o número de laudos entregues com praticamente a mesma quantidade de pessoas na equipe e diminuiu os custos de impressão de exames de imagem em 80%, já que o arquivamento passou a ser digital.

Estes exemplos mostram como a tecnologia pode ser importante em termos de investimentos para os players do mercado de saúde quando o assunto é se precaver com relação à mudança na faixa etária da população. Estes exemplos mostram como a tecnologia pode ser determinante para que o mercado de saúde esteja preparado para atender de forma adequada o aumento da demanda eminente do envelhecimento da população brasileira de forma inovadora e sustentável.

Roberto da Cruz é CEO da Pixeon


Revista Hospitais Brasil