Médicos atendem convocação durante epidemia; escala pede mais profissionais
05/03/2015
Para médicos que aderiram, gratificação é colaborar para que vidas sejam salvas
A epidemia de dengue que atinge Marília e vários municípios do interior paulista, com mortes por agravamentos, provoca recorde na demanda nos serviços de urgência e emergência. A nova realidade colocou em alerta administradores hospitalares, profisisonais de enfermagem e também os médicos. Na Santa Casa de Marília, a diretoria conseguiu sensibilizar parte do Corpo Clínico para ampliar o número de profissionais na escala do PS (Pronto Saúde). Porém, para continuar salvando vidas, é necessário ampliar a adesão.
O clínico geral e nefrologista Luis Carlos Pavanetti, da equipe do IRM (Instituto do Rim de Marília), foi um dos médicos que respondeu ao chamado. Desde fevereiro, são entre três e quatro plantões por semana dedicados aos pacientes com sintomas de dengue. Ele conta que há muito tempo não atuava em serviços de pronto atendimento, porém isso não é empecilho. O respaldo da equipe do setor oferece tranquilidade.
“Temos trabalhado bastante, mas em termos de organização não há o que reclamar. O trabalho está sendo feito em equipe. O médico não está ficando sozinho, por isso os colegas que também estão longe da urgência e emergência há algum tempo podem ficar tranquilos”,disse.
O médico destaca ainda o uso do sistema (prontuário eletrônico) e a classificação de risco. “No começo todos têm dúvidas, não sabíamos se iria funcionar bem. Mas hoje vemos o quanto essas melhorias ajudam, principalmente para a segurança do paciente. Se chega alguém com classificação vermelha, o atendimento é imediato. Não temos o risco de alguém com sintomas graves ficar esperando”, disse.
A cardiologista e clínica geral Maria Cristina de Mello Barboza da Silva, que atua na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) da Santa Casa, está entre os colaboradores que ingressaram no plantão do PS. Ela lembra a importância do trabalho feito nas unidades de pronto saúde.
“O paciente não está vindo só porque está com medo. Ele está vindo porque está com sintomas de dengue e tem que vir mesmo. A pessoa não consegue levar sua vida normalmente se está com a doença. Precisa da orientação correta, da hidratação, de atestado para se afastar do trabalho e se recuperar, enfim, precisa de atendimento médico”, destaca.
Maria Cristina reforça ainda a necessidade de novas adesões dos colegas. “Estamos percebendo que a equipe está ficando fisicamente esgotada e e não sabemos por quanto tempo a situação vai se manter, por isso seria muito importante que outros profissionais se juntassem a nós”, convida.
A diretora técnica da Santa Casa de Marília, Ismênia Torres, lembra que a convocação tem caráter voluntário, já que estes médicos convidados atuam em outras áreas e não têm compromisso regular com o PS. Entretanto, a instituição remunera o plantão nornalmente. “É um momento adverso e extremamente difícil pelo qual Marília e o Estado estão passando. Estamos muito gratos a todos que já estão colaborando e esperamos que mais profissionais possam aderir”, disse.
*Informações da Santa Casa de Marília