Atendimento domiciliar da Santa Casa de São Carlos comemora um ano de atividade
31/03/2015
A Santa Casa de São Carlos comemora um ano de atividade do Departamento de Atendimento Domiciliar (DAD) que, em 12 meses, atendeu 66 pacientes com idades entre 8 e 91 anos. Incorporado pelo hospital, o serviço identifica pacientes, que podem ter alta clínica, contudo precisam manter medicação regular com antibiótico com hora marcada. Esses pacientes voltam para suas respectivas casas e o hospital mantém uma equipe de enfermeiros e técnicos em enfermagem que vão diariamente até eles administrar medicação. O programa é inovador, pois só atende pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) e tem como fundamento principal a humanização do atendimento.
O serviço pôde ser consolidado com a doação de verba de R$ 28 mil feita pelo vereador e presidente da Câmara, Lucão Fernandes, no início de 2014, que possibilitou investir em um carro para a locomoção da equipe do DAD. O projeto, que já estava em estudo pela Mesa Diretora e gerência de Enfermagem da Santa Casa, foi implantado e desde então só trouxe resultados positivos.
Efetivamente, o serviço começou em 14 de fevereiro do ano passado com uma equipe formada pelo médico Luiz Carlos Bonjorno Júnior, as enfermeiras Melina Muszkat e Vanessa Moraes que supervisionam a equipe de atendimento e logística formada por Simone Perle, Ricardo da Silva e Mara Machado.
Para Lucão, a experiência como servidor público da Saúde do município por mais de 15 anos foi um dos motivos que o fez voltar seus olhos para a área. Conhecedor do dia a dia e das necessidades da saúde pública, Lucão ao se tornar vereador passou a destinar recursos financeiros por meio de emendas parlamentares a entidades da área.
“Sempre valorizei a área da saúde e sei que as dificuldades são muitas para poder oferecer um serviço de qualidade para toda a população. Como vereador pude ajudar entidades, como a Santa Casa, destinando emendas”, contou. Ao conhecer a proposta da Santa Casa de implantar o Programa Saúde em Casa de atendimento domiciliar, Lucão acreditou que o serviço traria bons frutos, minimizando dificuldades para os pacientes e para a instituição.
Segundo o diretor superintendente da Santa Casa, Gilberto Brina, desde a implantação no ano passado, 66 pacientes foram dispensados do atendimento hospital para serem atendidos em casa. Além de deixar vagos leitos para pacientes em real necessidade, o programa gerou uma economia de R$ 251.727,00. O custo dos pacientes se eles tivessem ficado internados seria de R$ 300.610,00, com alimentação, roupa de cama, entre outros gastos. E para implantar o programa o custo foi mínimo, R$ 48.883,00.
O médico Bonjorno destacou que o programa começou com um único paciente e em pouco tempo toda a agenda ficou tomada. “É bom reforçar que o DAD não é apenas uma assistência em domicílio. O trabalho consiste em ministrar doses de antibióticos pela veia que pode durar por até uma hora. Esse serviço denota cuidado e técnica diferenciada”, explicou. Destacou ainda que em alguns casos o serviço vem acompanhado de um cuidado paralelo com coletas de exames, análise do quadro clínico para identificar se a medicação está obtendo resultados.
O provedor da Santa Casa, Antônio Valério Morillas Júnior afirmou que o DAD traz benefícios não só para o hospital com o dinamismo de abertura de vagas em leitos, mas, da mesma forma, para a sociedade que encontra no serviço um acolhimento humanizado e técnico. “Não posso deixar de ressaltar a economia que o programa trouxe para a Santa Casa. A proposta é que o DAD seja expandido para abrigar mais pacientes”.
HISTÓRIAS E PERSONAGENS
Pacientes narram a experiência com o DAD nessa trajetória de um ano de atividade.
Entre os 66 pacientes que passaram pelo Departamento de Atendimento Domiciliar (DAD) em 2014, três deles relataram suas experiências bem sucedidas com a rotina do serviço hospitalar, que se deslocou até suas residências.
As dificuldades de Roberval Pereira Rocha, 61 anos, começaram em 2013 quando se acidentou, caindo de um caminhão que transportava carga. Durante a queda, que aconteceu na cidade de Americana, Roberval teve a bacia fraturada, braço, além de complicações nos rins, que hoje o faz submeter-se a hemodiálise.
Lá ficou internado por cerca de 40 dias, sendo trazido por sua esposa Sônia para São Carlos. “Tivemos muitas dificuldades, mas quando ele veio para casa e passou a receber atendimento foi ótimo. A equipe vinha até duas vezes por dia dar os antibióticos para ele. Uma equipe educada, que faz um ótimo trabalho”, conta a esposa Sônia.
Lá ficou internado por cerca de 40 dias, sendo trazido por sua esposa Sônia para São Carlos. “Tivemos muitas dificuldades, mas quando ele veio para casa e passou a receber atendimento foi ótimo. A equipe vinha até duas vezes por dia dar os antibióticos para ele. Uma equipe educada, que faz um ótimo trabalho”, conta a esposa Sônia.
Ela destacou ainda que o preço dos antibióticos é alto, e que a Santa Casa traz esses medicamentos sem custo. “O médico nos disse que não teríamos que nos preocupar, que a equipe traria os remédios, porque não tínhamos condições de comprar. Com certeza, esse programa foi algo que deu certo, muito bom mesmo”, reforçou.
Para a dona Edith Aparecida Bachini Gigliotti, de 60 anos, o programa Saúde em Casa permitiu que a sua recuperação de uma meningite bacteriana fosse perto de seu marido Paulo, suas filhas e seis netos. “Minha família é o meu maior tesouro. Com esse atendimento pude me recuperar em casa, perto deles. A equipe vinha duas vezes por dia em casa me trazer os remédios, colocar soro e me tratavam muito bem”, opinou. Para seu marido, a recuperação foi ainda melhor. “Ao todo foram 61 dias de internação e o restante da recuperação foi em casa, e foi muito melhor, sem falar que aqui ela não corria risco de infecção. Graças a Deus hoje ela está ótima”, declarou o senhor Paulo.
Dona Edith parabenizou a iniciativa. “Soube depois que esse programa tinha recebido verba do Lucão e eu sei que ele se preocupa de verdade com as pessoas, com a saúde na nossa cidade. Ele e a equipe da Santa Casa estão de parabéns”, disse.
O adolescente Kelvin Fernando Bório, 14 anos, utilizou o DAD em 2015 após uma cirurgia de apêndice. Ele disse que o conforto que o serviço trouxe ajudou bastante na recuperação pós cirurgia. “Pude ficar em casa com as minhas coisas, meu videogame e receber meus amigos. Foi bastante tranquilo, principalmente pela eficiência da equipe que me atendeu”.
*Informações da Santa Casa de São Carlos