MODELO DE SAÚDE BRASILEIRO PRECISA SER REPENSADO PARA SOBREVIVER
10/10/2018
Com o aumento do desemprego, milhões de brasileiros perderam seus planos de saúde e voltaram a usar a estrutura do SUS. Pressionadas pelos custos, muitas empresas estão optando por retomar o gerenciamento dos serviços de assistência em saúde oferecidos aos funcionários. As perspectivas trazidas por esse cenário impactam nos setores público e privado e precisam ser debatidas de forma integrada. O diagnóstico, de especialistas em gestão hospitalar, ganhou destaque durante o 8º Encontro Paranaense da Saúde.
Segundo o CEO dos Hospitais Leforte, de São Paulo (SP), Rodrigo Lopes, é preciso repensar o modelo de assistência adotado pelo Brasil. “Todo mundo deveria sentar junto, entender a cadeia produtiva como um todo, entender o modelo de remuneração possível de forma meritocrática, para que o sistema de saúde matricialmente sobreviva. E não é melhorar, é refazer o sistema de saúde como um todo no país”.
Nesse contexto, os hospitais privados têm papel fundamental no debate, conforme avaliou o diretor geral do Hospital Santa Cruz, de Curitiba (PR), Claudio Enrique Lubascher. “Precisamos encontrar alternativas sustentáveis independente dos movimentos políticos e econômicos e contribuir para a criação de um ambiente mais favorável para a saúde no país. Precisamos que todos os stakeholders da saúde participem do debate de forma mais ativa”.
Lubascher moderou o painel “Desafios da Gestão Hospitalar” que ocorreu durante o 8º Encontro Paranaense da Saúde. Além do CEO dos Hospitais Leforte, participou da programação o superintendente executivo do Hospital Beneficência Portuguesa, de São Paulo (SP), Luiz Sergio Santana.
Sustentável
Redução de custos, aumento da rentabilidade e capacidade de negociação também ganharam destaque durante o painel. Segundo os palestrantes, alcançar o equilíbrio entre esses fatores depende de investimento em tecnologia e do gerenciamento inteligente de dados e informações estratégicas. “Para buscar eficiência operacional, temos que saber medir. Sem medição e números, não temos como acompanhar e estabelecer metas”, enfatizou Santana.
Na opinião de Rodrigo Lopes, é preciso pensar a saúde em um formato 4.0, assim como a indústria tem buscado ser. “Por que não utilizar a tecnologia para manter o cadastro dos pacientes na nuvem e fazer com que as pessoas tenham todos os seus dados médicos no smartphone e consigam mostra-los em qualquer hospital? Quantos exames a menos faríamos? Quanto mais assertivos seríamos?”, questiona Lopes.
“O cliente tem expectativa de agilidade e nós temos a expectativa de desenvolvimento tecnológico para conseguir reduzir tempo no agendamento, no recebimento de laudos e exames, no agendamento cirúrgico, no processo de conclusão do ciclo da assistência. Temos que utilizar a informação de forma mais inteligente”, completou Santana.
Fonte: Revista Apólice