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EFICIÊNCIA DO SISTEMA DE SAÚDE É DEBATIDO NO ÚLTIMO DIA DO CONGRESSO DA CMB
16/08/2019

No Painel 6 do Congresso, na tarde desta quinta-feira (15), o economista sênior do Banco Mundial, Edson Araújo, trouxe a palestra “Tendências, alertas e perspectivas para o setor”, mediada pelo diretor geral da CMB, José Luiz Spigolon. A palestra apresentou os trabalhos do Banco Mundial para melhorar o gasto público no Brasil, como uma proposta de reforma do Sistema Único de Saúde.

O economista alertou que a sustentabilidade do sistema de saúde é um desafio global, não só no Brasil. Os gastos do SUS cresceram mais que o PIB, com isso existe uma dificuldade de sustentabilidade.  IPCE tem uma inflação maior que no restante da economia, o que mostra as dificuldades vivenciadas pelo setor de saúde. “O Banco Mundial tem buscado utilizar melhor os gastos de saúde para melhorar a eficiência no setor”, completa.

O representante do BM informa que 1,4 trilhões de dólares são perdidos anualmente pela ineficiência na saúde. Um dos grandes problemas do setor é o subfinanciamento do sistema de saúde. O Brasil gasta 45% com saúde e o EUA, um país privatista, gasta 55%. Edson trouxe um número alarmante para o debate: mais de 50% dos gastos de saúde vão para a população com mais de 50 anos, que representa 22% da população brasileira. Um desafio demográfico que ficará mais latente nos próximos anos.

No comparativo da saúde de média complexidade e saúde primária, o economista apontou que esta última utiliza 63% dos recursos com eficiência, mas existe um problema dentro da balança de avaliação. Os municípios precisam ter pelo menos 20 mil habitantes para atender a média de gastos, mas 73% dos munícipios do país apresentam índice populacional menor. “Diferente do estigma, os estados mais desafiados com os baixos índices demográficos são São Paulo, Minas Gerais e Bahia, e não as unidades federativas do Norte, que apresentam menores taxas de renda”, disse.

Outro desafio, segundo o representante do BM, são os hospitais de pequeno porte. “Os hospitais não alcançam a eficiência esperada pela falta de leitos, proveniente da baixa densidade demográfica da sua região”.

“Três em quatro brasileiros avaliam o sistema público de saúde como ruim ou péssimo. É preciso direcionar os recursos para os setores que proporcionam melhor resultado”, destacou. Entre outras as reformas apontadas por Edson, estão: melhor coordenação com o setor privado, expandir a cobertura das APS para 100% e aumento relativo do financiamento da APS e racionalizar a oferta de serviços ambulatoriais e hospitalares.


Fonte: Etcetera Comunicação