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Em entrevista, Fehosp explica seu sobre o Programa de Sustentabilidade em parceria com o IDIS
30/04/2015

O diretor-presidente da Fehosp, Dr. Edson Rogatti, fala sobre o Programa de Sustentabilidade da entidade em parceria com o IDIS (Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social). Segundo ele, a proposta está bem estruturada e é importante acompanhar os projetos de captação de recursos que as Santas Casas estão desenvolvendo. Confira a primeira parte da entrevista.
 
IDIS: As Santas Casas do estado já desenvolvem algum projeto para captação de recursos?
Dr. Rogatti: Sim, a maioria das Santas Casas já desenvolve projetos ou campanhas para a captação de recursos, sem nenhuma orientação profissionalizada. Agora, com a orientação do IDIS é que nossos hospitais terão pela primeira vez uma orientação mais focada nesse sentido.
 
IDIS: De que forma a captação de recursos vai melhorar com o projeto de sustentabilidade? Os setores serão mais estruturados, mais profissionais?
Dr. Rogatti: Deverá melhorar muito. É importante citar que não será necessário contratar nenhum colaborador adicional. As equipes que já integram os quadros dos hospitais serão profissionalizadas para esse esforço. A percepção é que os hospitais precisam mostrar sua importância nas comunidades em que atuam. Temos convicção de que a população saberá entender isso.
 
IDIS: Alguma Santa Casa está colocando em prática o que aprendeu nas oficinas?
Dr. Rogatti: Embora ainda estejamos em um estágio preliminar, trabalhando as primeiras oficinas, algumas Santas Casas já estão colocando em prática aquilo que aprenderam nesses treinamentos, como a Santa Casa de Palmital.
 
IDIS: Como engajar a comunidade no projeto?
Dr. Rogatti:  Há várias ações no projeto que levam a esse engajamento. Nossa expectativa é que com esse esforço mais centrado e planejado, venhamos a ter um esclarecimento maior das comunidades locais sobre a importância do hospital na sua região. O nível de resposta às demandas dos hospitais deverá ser bem mais representativo.
 
IDIS: Na avaliação do senhor, as pessoas doam menos? Por que os hospitais sofrem com a falta de doações? 
Dr. Rogatti: Na minha opinião, se o projeto de captação de recursos for bem feito, com planejamento adequado, a comunidade participa e faz doação para o Hospital. Sempre fomos muito tímidos em dialogar com a sociedade. É hora de mostrarmos o quanto nossos hospitais são fundamentais para a população. 
 
IDIS: A situação financeira das Santas Casas já foi melhor? Em outras épocas, a comunidade participava mais, era mais ativa?
Dr. Rogatti: A situação financeira das Santas já foi bem melhor, sem dúvida. O problema reside no subfinanciamento do SUS, que cresceu muito nos últimos anos. Por outro lado, quando a população é estimulada, quando a Santa Casa atende bem os munícipes, ela recebe o apoio da comunidade.
 
IDIS: Falta apoio dos governos (municipal, estadual e federal)?
Dr. Rogatti: O que nós temos observado é uma falta de recursos financeiros, principalmente do Governo Federal. Para 2015 e 2016, as previsões são sombrias em decorrência da situação difícil do país, com a consequente queda de arrecadação, do Governo Federal, Estadual e Prefeituras. Tudo isso levará a cortes de verba no setor Saúde, e com isso prejudicando o atendimento dos usuários do SUS, e a capacidade da rede hospitalar. Será necessário, portanto, alavancar novas fontes de receita.
 
IDIS: O projeto Fehosp/IDIS também é uma forma de tornar a aquisição de recursos para os hospitais mais transparente?
Dr. Rogatti: O projeto de captação de recursos também tem esse viés. Mostrará à comunidade quanto se arrecada e como serão gastos esses recursos. Transparência total.
 
IDIS: A capacitação também é um caminho para que as Santas Casas dependam menos do SUS e conseguiam se manter mais sozinhas?
Dr. Rogatti: Se chegássemos a esse estágio, seria o melhor dos mundos. Na verdade, o projeto é uma pequena parte complementar para compensar a defasagem do pagamento da Tabela de procedimento do SUS, que é obrigação do Governo e ele não faz. Tudo o que se pretende com esse esforço é criar uma fonte de renda adicional para manter em funcionamento adequado o atendimento à saúde da população.