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FALTA DE MEDICAMENTOS NAS SANTAS CASAS PREJUDICAM ATENDIMENTOS
01/07/2020

No dia 24, secretários estaduais alertaram para estoque zerado de medicamentos em hospitais públicos

Sem os medicamentos, as equipes de saúde ficam impossibilitadas de fazerem a entubação para salvar a vida do paciente Foto: JOAQUIN SARMIENTO/AFP

Sem os medicamentos, as equipes de saúde ficam impossibilitadas de fazerem a entubação para salvar a vida do paciente Foto: JOAQUIN SARMIENTO/AFP

SÃO PAULO — Depois do Conselho Nacional de Secretários de Saúde alertarem para o fim dos estoques de sedativos usados em pacientes da Covid-19 em 22 unidades da federação,a Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB) afirmou nesta terça-feira que as Santas Casas e hospitais filantrópicos de todo o país também estão em situação crítica em relação ao aocesso aos medicamentos sedativos e anestésicos.

Segundo a CMB, o uso está sendo poupado para casos de urgência ou de maior gravidade. Cirurgias e exames estão sendo adiadas em razão da falta de medicamentos.

"Em razão disso, alguns hospitais estão reduzindo os atendimentos, como exames e cirurgias eletivas, outros estão fechando temporariamente centros cirúrgicos e unidades específicas, como de atendimento à pacientes com queimaduras e de procedimentos de transplantes. Há instituições que não estão conseguindo mais receber pacientes por não terem como atendê-los sem o suporte dessas medicações", afirma a entidade.

No último dia 24, um estudo do Conass apontou que vários estados tem medicamentos considerados essenciais para pacientes de Covid que precisam de entubação.

De acordo com o Conass, um grupo coordenado pelo Ministério da Saúde, com representantes do Conass e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) está acompanhando a situação. Na entrevista coletiva concedida no último dia 29, os técnicos do Ministério da Saúde apresentaram algumas ações que estão sendo realizadas para reverter a situação.

Desde então, o governo federal anunciou  ações para rever ter a situação. Entre elas, a cotação para uma compra emergencial desses sedativos junto à Organização Pan-Americana de Saúde, e a abertura de um processo de pregão via Sistema de Registro de Preços.

— Esses medicamentos, na maioria dos hospitais, adotou-se o mesmo protocolo que se adotava para as cirurgias eletivas. Antes da Covid-19, tínhamos uma demanda bastante significativa, mas com a doença isso extrapolou qualquer expectativa — afirmou Sandra de Castro Barros, diretora do Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos.

De acordo com a CMB, os laboratórios responsáveis pela fabricação dos itens alegam falta de matéria-prima para a produção. Segundo a entidade, os laboratórios apontam a alta dos preços dos princípios ativos e a demanda mundial por esses medicamentos como razão para a dificuldade na produção e distribuição dos sedativos.

—A falta desses medicamentos é extremamente preocupante, pois está ocasionando a interrupção dos atendimentos em hospitais de todo o país — afirma o presidente do CMB, Mirocles Véras.

FONTE: O GLOBO


O GLOBO