MATERNIDADE DE CAMPINAS COMEMORA 107 ANOS E REALIZA “CHÁ DE BEBÊ”
28/09/2020
O Hospital Maternidade de Campinas (SP) fará aniversário no dia 12 de outubro. Sem qualquer possibilidade de comemoração dos seus 107 anos de serviços filantrópicos na cidade devido ao isolamento social provocado pela pandemia de Covid-19 e enfrentando a brusca queda das receitas provocada pela restrição às cirurgias eletivas, a instituição comemorará a data com um grande Chá de Bebê em prol das gestantes, puérperas e recém nascidos assistidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Eles representam 60% de seus pacientes. A campanha pretende atingir empresas e pessoas físicas em busca de doações que possam tanto contribuir para o hospital fazer frente às suas necessidades financeiras, quanto para as mães e bebês que necessitam de ajuda nesse momento. A instituição é a maior maternidade do interior do Brasil e realiza cerca de 850 partos por mês, quase 30 por dia.
Para as doações em dinheiro, as pessoas físicas ou jurídicas podem depositar qualquer quantia diretamente na conta bancária do Hospital Maternidade de Campinas (Banco Itaú, agência 1026, conta corrente 03979-0, CNPJ 46.043.980.0001-00). Para aqueles que preferem fazer a doação em produtos, foi elaborada uma lista de “presentes” para os bebês, para as mamães ou com produtos fáceis de serem encontrados no comércio e que são consumidos em grande quantidade na rotina do hospital. Receber os produtos em doação contribui para a redução das despesas.
As doações de produtos podem ser entregues diretamente no setor de Relações Institucionais da Maternidade, com Sandra Sula, ou aos voluntários que se encarregarão de retirar as doações e levá-las ao hospital. As doações em dinheiro devem ser concentradas somente por meio de depósitos bancários na conta da instituição. As receitas financeiras do hospital advêm de repasses do SUS, da saúde suplementar (convênios) e dos atendimentos particulares. Toda a diretoria da instituição é voluntária, ou seja, seus diretores não recebem salários para administrar a instituição, e um grupo de quase 200 médicos associados contribui com mensalidades para ajudar o hospital. Mas tudo isso não é suficiente para fazer frente à queda das receitas e às despesas crescentes.
Instituição completa 107 anos
“A Maternidade é parte da história de Campinas e grande parte da sua população nasceu aqui. Esse hospital representa a vida de várias gerações. Por isso, agradecemos imensamente às pessoas e empresas que são sensíveis a essa situação, no momento, e estão colaborando da maneira como podem”, diz o presidente do Hospital Maternidade de Campinas, Dr. Carlos Ferraz. De acordo com a pediatra Dra. Mônica Barthelson, coordenadora da campanha, foi solicitado o auxílio de alguns voluntários externos para nos ajudar neste Chá de Bebê, por ser essencial o envolvimento da comunidade neste novo cenário no qual os hospitais filantrópicos precisam da ajuda da sociedade para continuar prestando a assistência, além de acolher as mães com seus bebês. “O voluntarismo reúne e atrai pessoas de bem, preocupadas com o próximo. Estamos criando uma rede de voluntários que reconhecem e admiram o trabalho realizado pelo Hospital Maternidade de Campinas em prol da comunidade”, informa.
Lista de “presentes”
A lista de presentes para o Chá de bebê em prol do Hospital Maternidade de Campinas contém produtos de fácil acesso às pessoas físicas, que podem escolher entre os itens e doar a quantidade que puderem ou quiserem. Para os bebês, estão sendo arrecadadas fraldas descartáveis antialérgicas, para recém nascidos (tamanhos RN ou P, as que melhores se adequam são as das marcas Pom Pom e Diguinho, mas são aceitas outras, também); roupinhas, como macacão, body, calça com pé, luvas, meias, touca, manta ou cobertor; produtos de higiene (sabonete líquido, cotonete, algodão e pente), além de mamadeira, chuca e chupeta (próprias para esterilização na autoclave), copinho para ordenha (com tampa) e mobile de plástico para berço (material que possa ser esterilizado).
Para as mães, as doações podem ser de camisola ou pijama, sutiã com alças de sustentação largas, calcinhas, roupa para retornar para casa (solta e confortável), produtos de higiene pessoal (escova e pasta de dente, desodorante, shampoo, hidratante, sabonete neutro, pente e escova para cabelos, absorventes para seio e absorventes íntimos (noturno), além de máscara de tecido. Produtos que são consumidos em grande quantidade na rotina do hospital também são bem-vindos, como copos descartáveis, panos de limpeza (multiuso), caixas plásticas (todos os litros), canetas (preta, azul ou vermelha), marca texto, pilhas (todos os tamanhos), clips, grampo, durex, fita crepe (todos os tamanhos), papel sulfite, papel alumínio (utilizado para o Teste do Pezinho) e filme de PVC.
Sensibilização
Uma das pessoas que abraçou a campanha foi a consultora de marketing, Mariana dos Santos Fernandes. Ela planejava uma grande festa para o seu aniversário de 30 anos, mas foi impedida pela pandemia. “Como eu engravidei nesse período, pensei em fazer algo grandioso, envolvendo todas pessoas que eu amo. Foi quando eu vi um post nas redes sociais sobre a campanha Chá de Bebê da Maternidade de Campinas. Resolvi ajudar. Fiz um vídeo no qual, em vez de convidar as pessoas para o meu aniversário, eu as convidei para contribuir com o projeto. Foi um sucesso. Arrecadei cerca de R$ 4.000,00 e consegui comprar mais de 3.000 itens, entre fraldas, roupas, kit escova, mamadeiras e mantinhas. Foi um dos melhores aniversários e pretendo levar essa ideia para todos os próximos. Para mim, a generosidade e empatia são as melhores virtudes de um ser humano. E saber que esse ato pode ajudar milhares de famílias, só abastece meu coração de felicidade e gratidão”, conta Mariana.
A pedagoga Jacqueline Longuini, que já mantém um grupo de amigas da área da Educação para ajudar as campanhas das entidades assistenciais, também abraçou a causa e conseguiu comprar 72 mantas antialérgicas de microfibra para doação. “Até pelo meu trabalho e pelas situações que vivenciei, a questão ligada principalmente à primeira infância, que são crianças de 0 a 3 anos, mexe muito comigo. Além disso, a Maternidade de Campinas é uma instituição super idônea e atende com muito carinho e dedicação as mães numa hora tão especial, que é o parto. Usei minhas redes sociais, o telefone e o Whatsapp para pedir a ajuda. E as pessoas que já participam comigo de campanhas ajudaram e chamaram outras para ajudar, também. Assim, nosso grupo vai se tornando cada vez maior”, conta
Hospital filantrópico
Nunca a ajuda financeira foi tão necessária para que os hospitais filantrópicos possam seguir prestando assistência à toda a população. As cirurgias eletivas foram proibidas em março devido à pandemia da Covid-19, e liberadas com restrições em agosto. Assim, instituições como o Hospital Maternidade de Campinas viram suas receitas serem reduzidas em cerca de 40%. O hospital é referência para o atendimento de gestantes e recém nascidos infectados pelo novo Coronavírus.
“Nossas despesas aumentaram e o nosso faturamento despencou de R$ 7,9 milhões/mês para R$ 4,4 milhões, acumulando um déficit mensal de R$ 3,5 milhões apenas com a restrição das cirurgias eletivas. Para manter a filantropia, que representa mais da metade dos nossos atendimentos, precisamos recorrer aos bancos, às emendas parlamentares e à ajuda dos empresários e da população para conseguir honrar os nossos compromissos com fornecedores, com o corpo clínico e com os colaboradores”, explica o presidente da instituição, Dr. Carlos Ferraz.
“O retorno do agendamento dos procedimentos represados ainda limita e retomada das cirurgias eletivas em cerca de 50% da capacidade instalada, considerando a necessidade de respeitar as taxas de ocupação dos leitos de UTI, e conforme a evolução da cidade nas fases no Plano São Paulo”, diz.
No Hospital Maternidade de Campinas são realizadas cirurgias avançadas nas especialidades de endometriose e endoscopia ginecológica, de oncológica abdominal, de cirurgia bariátrica e metabólica e de urológica e patologias masculinas. Além dos modernos equipamentos para cirurgias de alta complexidade, a instituição conta, a seu favor, com os baixíssimos índices de infecção hospital. A taxa de infecção em cirurgia limpa é de apenas 0,03%, abaixo da referência utilizada, que é de 0,44%.
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