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Congresso Fehosp inicia com palestras sobre sustentabilidade do setor
22/10/2020

O 29º Congresso Fehosp iniciou na quarta-feira (21), de forma online,  O evento – que vai até o fim da semana, contabiliza recorde de inscrições – 1.361 participantes inscritos, de hospitais de 16 estados do Brasil – e reunirá 80 palestrantes e autoridades da área da saúde, no Congresso e nos 10 Fóruns Técnicos que vem sendo realizados em paralelo.
O primeiro painel, moderado pelo diretor técnico da Planisa, Marcelo Carnielo, discutiu o tema “Rentabilidade e sustentabilidade do setor filantrópico da saúde”. O secretário- executivo do Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde), Mauro Guimarães Junqueira, falou sobre a problemática do subfinanciamento do SUS e o trabalho do Conasems para auxiliar na sustentabilidade dos hospitais filantrópicos. “Foi determinado o repasse de R$ 2 bilhões para as instituições filantrópicas, porém, mais de 100 dias depois, parte desses recursos ainda não chegou, quando o prazo era de cinco dias. Isso mostra a burocracia e dificuldades que são desafios a serem enfrentados. Trabalhamos para dar segurança jurídica aos gestores para o repasse dos recursos”.
A diretora executiva da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), Vera Valente, destacou a importância da complementaridade público-privada para o atendimento à saúde, especialmente neste período de pandemia. “A atual situação levou à integração do sistema púbico e privado e que seja cada vez mais enérgica, racional e sustentável, para maior eficiência do sistema de saúde como todo”.
Finalizando a primeira parte dos debates, o superintendente geral da Santa Casa de Passos, Daniel Porto Soares, explanou sobre a atuação da instituição, os aprendizados com a pandemia e ressaltou a necessidade de fazer um ajuste do modelo SUS, buscando um “protagonismo que concentre densidade tecnológica, que tenha expertise variada e possa participar de governança compartilhada desse ecossistema da saúde”.
 

Cases

A segunda rodada de palestras apresentou cases do atendimento à saúde e teve como moderador o coordenador científico do 29º Congresso Fehosp e diretor geral da Santa Casa de Araraquara, Rogério Bartkevicius.
A presidente e consultora do Grupo de Inovação em Saúde da Prefeitura de Belo Horizonte, Jomara Alves da Silva, contou sobre as experiências com a Rede SUS da capital mineira e ações de enfrentamento à pandemia. “Quando se melhora a gestão e a eficiência, temos impactos na segurança assistencial”, ressaltou.
Na sequência, o gerente de Planejamento e Controladoria da Santa Casa de Belo Horizonte, Francisco de Souza Coelho Junior, falou sobre o trabalho desenvolvido pela instituição, que rendeu diversas premiações, principalmente na questão de sustentabilidade. “Tudo foi fruto de planejamento”, pontuou.
Por fim, o presidente do Conselho de Administração da Fundação Padre Albino, José Carlos Rodrigues Amarante, compartilhou a trajetória e o trabalho da instituição, referência em 19 cidades e que atua nas áreas da saúde, assistência social e educação.
 

Fóruns

O período da tarde do 29º Congresso Fehosp foi dedicado aos fóruns técnicos. Um deles trouxe o tema “Qualidade e Segurança do Paciente”, moderado pelo diretor técnico da Santa Casa de Araraquara, Andre Peluso Nogueira.
Na primeira rodada de debates, que abordou a “Experiência do paciente: qualidade, segurança, eficiência, desfecho clínico e prestação de serviços pela ótica do usuário”, palestraram a gerente assistencial da Santa Casa de Araraquara, Fernanda Gonçalves Fernandes, que destacou sobre a metodologia para a humanização do atendimento); o superintendente assistencial da Santa Casa de Marília, Márcio Mielo, que trouxe os caminhos possíveis para a experiência do paciente em Terapia Intensiva; e o CEO e Co Founder da ConectaExp, Marcelo Alvarenga.
“Não importa se a gente chama de humanização ou cuidado centrado, estamos falando de coisa comum, de dar autonomia, empoderar a pessoa, de relação baseada em acolhimento, empatia, transparência e como olhamos para as pessoas como pessoas e não doentes”, salientou Marcelo.

Na segunda parte da atividade, com a temática “Cuidados Centrados na Pessoa e a Política Nacional de Humanização”, a explanação foi feita pela coordenadora do Serviço de Atenção ao Usuário, do Instituto de Medicina Física e Reabilitação HC FMUSP, Júnia Galvão Ammirati e pela enfermeira do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar da Unidade de Longa Permanência das Casas André Luiz, Rosa Luiza Moraes Teixeira de Aguiar.
Outro fórum técnico explanou o tema “Sistema de gestão e TI”, mediado pelo CEO da empresa TECHTOOLS, Jefferson Plentz.
Sobre LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), o advogado com atuação em Direito Digital, Lucas Bonafé, explicou como os hospitais devem proceder a implantação.

O conselheiro e diretor administrativo (voluntário) – CE Nosso Lar Casas André Luiz, Djalma Gomes dos Santos, esclareceu os mitos e verdades sobre a Saúde 4.0. “O mundo 4.0 cuida de pessoas através da tecnologia. A tecnologia vai aumentar a assertividade de atuação, essa é uma das grandes vantagens”, disse.
Já a presidente da ABCIS (Associação Brasileira CIO Saúde), Jihan Zoghbi e o gerente de Tecnologia do Hospital Moinhos de Vento, Vitor Tadeu Ferreira, falaram sobre “Blindagem da estrutura de segurança da informação no tripé - pessoas, processos e tecnologia”.


Oncologia e Comunicação

Especialistas trataram sobre a área da Oncologia e seus desafios em mais um fórum técnico do Congresso Fehosp.  
O gerente jurídico da Fehosp, Tiago Farina Matos, fez a abertura do primeiro bloco do painel, que teve como tema “Estratégias para a retomada consciente, eficiente e segura dos atendimentos oncológicos profundamente afetados pela pandemia”. A atual situação e o enfrentamento à questão foram explanados pela coordenadora de Residência Médica de Oncologia da Santa Casa de Ribeirão Preto, Thais Inácio de Carvalho; a diretora de Desenvolvimento e Saúde da Fundação Amaral Carvalho, Cristina Moro, e pela oncologista clínica da Santa Casa de São Carlos, Patricia Ratto Guimaraes. O debate foi moderado pela presidente e diretora executiva do Instituto Oncoguia, Luciana Holtz.
Na segunda etapa do fórum, especialistas fizeram análise sobre um alerta: as barreiras para a garantia do diagnóstico precoce do câncer no SUS e como superá-las. Relatório de auditoria operacional publicado pelo TCU (Tribunal de Contas da União), em 2019, constatou que o diagnóstico do câncer no país não está sendo realizado em tempo de reduzir o grau de estadiamento elevado no início do tratamento da doença. “Temos que focar em tentar resgatar o diagnóstico precoce”, frisou o médico oncologista e ex-ministro da Saúde, Nelson Teich, um dos palestrantes.
Participaram ainda da discussão o secretário de Saúde de São Bernardo do Campo, Geraldo Reple Sobrinho e a presidente da Sociedade Brasileira de Patologia e professora associada da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), Katia Ramos Moreira Leite. O debate foi mediado pelo diretor geral do Instituto do Câncer Dr. Arnaldo Vieira de Carvalho, Pascoal Marracini e pelo gerente jurídico da Fehosp, Tiago Farina Matos.

A Comunicação no setor filantrópico foi o foco do último fórum técnico do dia, com mediação da assessora de imprensa da Fehosp, Carolina Fagnani.
O Professor da ESPM para os MBAs de Marketing e Comunicação Digital, Fabrizio Bruzetti, explicou sobre Conversational CRM – Como utilizar as ferramentas de mensageria como Whatsapp e Facebook Messenger para melhorar a experiência dos pacientes e do quadro clínico, reduzir custos e ganhar agilidade e eficiência nos atendimentos.
A estrategista em Marketing Digital e Vendas pelas redes sociais, Liliam Leal, deu dicas de como os hospitais podem potencializar seus resultados aplicando estratégias de Marketing Digital no Linkedin.
O fórum de Comunicação foi concluído com case da Santa Casa de Porto Alegre, apresentado pela gerente de comunicação e marketing do hospital, Andréa Schüür Macagnan, que mostrou campanhas realizadas para a captação de recursos que auxiliaram no enfrentamento à pandemia.