CORTES EM PROGRAMAS ESTADUAIS DE FINANCIAMENTO COLOCAM SANTAS CASAS EM RISCO
14/01/2021
O ano começou com preocupação e ameaças às Santas Casas e Hospitais Filantrópicos de São Paulo. É que o Governo do Estado anunciou a redução de recursos indispensáveis ao funcionamento desses hospitais.
A resolução foi publicada em 5 de janeiro no Diário Oficial do Estado (DOE). O corte de 12% (equivalente a R$ 80 milhões) afetou dois programas de auxílio criados pelo Estado: Pró-Santa Casa e Santas Casas Sustentáveis. A função deles é ajudar financeiramente os hospitais filantrópicos, reduzindo o endividamento crescente causado, principalmente, pela diferença entre o que é gasto e o que é pago pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A Santa Casa de Jahu participa dos dois programas, o que representa R$ 666.752 por mês. Com o corte anunciado, o valor mensal cai para R$ 586.741,76 – uma diminuição de cerca de R$ 80 mil mensais no orçamento mensal e R$ 960.122 no ano.
“Esse recurso é utilizado para manutenção das UTIs e também para compra de materiais e medicamentos. Com a Covid-19, eles tiveram um aumento abusivo por parte dos fornecedores. Este corte impactará severamente a prestação de serviços realizados à população. A Santa Casa de Jahu realiza 80% dos atendimentos pelo SUS e é referência para mais 11 municípios da região”, explica a Gerente Administrativa da Santa Casa, Scila Carretero.
Segundo ela, o corte não vai influenciar o atendimento direto ao Covid-19. “Mas não podemos esquecer que o hospital atende pacientes com outras patologias, que não deixaram de existir por conta do Coronavírus”, completa.
Fehosp
Diante da importância do setor filantrópico para o atendimento da população brasileira e principalmente, paulista, a Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo (Fehosp) enviou um ofício ao Governador de São Paulo, João Dória, expondo números do setor e pedindo a revogação da medida.
Em nota assinada pelo diretor-presidente da entidade, a Fehosp afirma que “os programas estaduais já sofriam com defasagem dos valores e cortes anteriores, mas não irão suportar o mesmo volume e qualidade de atendimento com esse corte em plena pandemia.”
“Temos esperança de que o Governador impedirá qualquer tipo de redução dos recursos comprometidos para o setor filantrópico da saúde. Caso não encontre uma forma de remediar essa injustiça (...), a população só terá como alternativa buscar atendimento nos hospitais públicos estaduais”, encerra a manifestação da Fehosp.
Assessoria de Comunicação Santa Casa