GRANDE SÃO PAULO E SOROCABA PODEM REGREDIR NO PLANO DE FLEXIBILIZAÇÃO APÓS LOTAÇÃO DE HOSPITAIS
19/01/2021
A Grande São Paulo, incluindo a capital paulista, e a região de Sorocaba, no interior do estado, podem sofrer uma nova classificação e serem rebaixadas de fase no Plano São Paulo de flexibilização econômica devido ao aumento do número de casos de Covid-19 e lotação de hospitais.
De acordo com Paulo Menezes, coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus, as reclassificações podem ocorrer até o fim desta semana. A região de Sorocaba está na fase laranja e a região metropolitana de São Paulo está na fase amarela do Plano São Paulo.
“São regiões onde nós estamos observando essa pressão frequente sobre os leitos, especialmente de UTI. E é possível sim que essas regiões, eu diria que é até provável, que sejam reclassificadas brevemente ao longo desta semana”, disse.
Segundo Menezes, a situação é preocupante, especialmente na região metropolitana que concentra metade da população do estado. Ele afirmou que o Centro de Contingência analisa diariamente o aumento de casos para fazer uma nova avaliação conforme os indicadores da doença.
“A pandemia continua subindo no estado de São Paulo, em todas as regiões. O que nós estamos observando na região do município de São Paulo e na Grande São Paulo também está sendo observado na maioria das regiões do estado, um crescimento no número de casos e o número de internações aumentando progressivamente a taxa de ocupação dos leitos de UTI, que são aqueles necessários para os casos mais graves”, afirmou.
Lotação UTI
Quatro hospitais da cidade de São Paulo registravam 100% de ocupação dos leitos de UTI para tratamento da Covid-19 nesta terça-feira (19).
O Hospital da Cruz Vermelha, localizado na Avenida Moreira Guimarães, em Indianópolis, na Zona Sul de São Paulo, não tem mais vagas na Unidade de Terapia Intensiva.
Todos os 20 leitos disponíveis estão ocupados. O mesmo problema ocorre em outra instituição filantrópica, a Santa Casa de Santo Amaro, também na Zona Sul, com 20 leitos de UTI destinados para casos de Covid-19 e todos ocupados.
Nos hospitais municipais, os 34 leitos do Hospital Carmem Prudente, no Centro, e os 10 leitos do Hospital São Luiz Gonzaga, na Zona Norte, estão todos ocupados.
Dentre os hospitais que não têm mais vagas são:
- Hospital da Cruz Vermelha (20 leitos de UTI, todos ocupados)
- Santa Casa de Santo Amaro (20 leitos de UTI, todos ocupados)
- Hospital Carmem Prudente: (34 leitos de UTI, todos ocupados)
- Hospital São Luiz Gonzaga: (10 leitos de UTI, todos ocupados)
Estado de alerta
- Hospital Bela Vista: 88% da ocupação de UTI
- Hospital Tide Setúbal: 73%
- Hospital Santa Marcelina: 89%
Índice corresponde aos leitos da rede municipal ou que foram contratados pela Prefeitura de São Paulo para atender a demanda no sistema público.
Rede privada estadual
Levantamento feito pelo Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo, divulgado no último sábado (16), aponta que a sobrecarga também afeta a rede particular.
Cerca de 64% dos hospitais particulares do estado de São Paulo registram mais de 80% de ocupação dos leitos de UTI para Covid-19 ocupados.
Ainda de acordo com os dados, no dia 13 de janeiro, apenas 14% dos hospitais privados tinham até 40% dos leitos ocupados.
A pesquisa foi feita em 76 hospitais de 15 das 17 regiões administrativas estaduais, o que representa 20% dos 383 hospitais aptos a tratar pacientes com a doença.
Além disso, 86% desses hospitais registraram aumento nas internações nas duas primeiras semanas de 2021.
Mortes e casos
O estado de São Paulo registrou o maior número de novos casos confirmados de Covid-19 em uma semana desde o início da pandemia.
Entre os dias 10 e 16, de domingo e sábado, foram 79.106 confirmações no total, o que dá a média de 11.301 casos por dia.
O maior valor semanal* anterior havia sido observado na semana entre 9 e 15 de agosto, quando foram confirmados 75.799 casos no total, o que dá a média diária de 10.828.
(*Observação: No dia 4 de agosto, a média diária de casos no estado foi de 12.562, mas o valor não pode ser considerado porque é resultado de dados acumulados após um dia em que os registros não foram divulgados)
"No número de casos, foi a nossa pior semana. Tivemos uma elevação de 9% em relação à semana anterior. Mesmo naquele momento em que testávamos mais, e que chegamos ao nosso pico, que aconteceu na 33ª semana epidemiológica [de 9 a 15 de agosto], já superamos este montante. Já superamos o número de casos no pico que nós tivemos naquela semana, 33ª", disse o secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (18).
A média móvel de mortes diárias, que considera os registros dos últimos sete dias, é de 230 nesta segunda-feira (18). O valor é o maior desde o dia 23 de agosto de 2020 e cresceu 57% em relação ao registrado há 14 dias, o que para especialistas indica tendência de alta da epidemia.
O dado considera a média dos registros dos últimos sete dias e está acima de 200 há dez dias seguidos, valor que não era observado desde o dia 16 de setembro do ano passado. Como o cálculo da média móvel leva em conta um período maior que o registro diário, é possível medir de forma mais fidedigna a tendência da pandemia.
G1 SP — São Paulo