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Hospital Santa Marcelina combateu o vírus com doações do Fundo Emergencial para a Saúde
21/01/2021

A diretora-presidente da rede de saúde Santa Marcelina, Rosane Ghedin, sentiu medo da escassez de insumos ao perceber o tamanho da pandemia que chegava ao Brasil no começo de 2020.

“Estávamos diante de um evento grave que levava as pessoas a óbito”, conta a freira. “A preocupação foi grande, pois não tínhamos quantidade suficiente de insumos, materiais, medicamentos e equipamentos."

A mesma dor era sentida por grande parte dos profissionais de saúde de hospitais públicos e filantrópicos do país. Em abril, pesquisa da Associação Paulista de Medicina mostrou que 50% dos médicos acusavam falta de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual).

Foi pensando no fortalecimento da Saúde e da nação que três agentes do terceiro setor —Idis (Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social), Movimento Bem Maior e BSocial— se uniram.

Com liderança das empreendedoras sociais Paula Fabiani, Carola Matarazzo e Mariana de Salles Oliveira, o pioneiro Fundo Emergencial para a Saúde nasceu junto à chegada do vírus no Brasil e distribuiu R$ 40 milhões para Santas Casas e Hospitais Filantrópicos.

Foram ao todo 60 instituições fortalecidas em 25 estados do Brasil.

O Hospital Santa Marcelina de São Paulo foi um dos beneficiários do Fundo, que destinou à instituição R$ 2,4 milhões. Com a quantia, a equipe pôde comprar novos insumos, equipamentos e medicamentos, ampliando o número de vidas salvas.

“Mas a doação vem também carregada de empenho, de desejos, de pessoas solidárias e participativas, que sabem que estão salvando vidas”, diz a irmã Rosane Ghedin em depoimento.

“Nós somos capazes de ser solidários quando somos capazes de amar, e o amor é divino”, completa.

Outra equipe agraciada foi a do Hospital São Paulo, que desacreditou ao ouvir, em junho, a notícia de que receberia R$ 1,9 milhão de um fundo solidário. Era bom demais para ser verdade.

Com a doação, foi possível comprar novas bombas de injeção de medicamento, que livraram os profissionais de saúde da difícil tarefa de escolher qual paciente receberia e qual ficaria sem.

“Com a ajuda do fundo, pudemos nos estruturar e atender aos infectados de maneira humana e eficaz. Somos muito gratos às meninas”, diz Cláudio Bonduki, docente de ginecologia da Escola Paulista de Medicina. Após conhecer Carola Matarazzo, ele se tornou uma espécie de ponte entre o fundo e o hospital.

A colaboração dos 10 mil doadores garantiu às instituições de saúde 2,8 milhões de EPIs, 125 mil testes para Covid-19, 653 equipamentos hospitalares e um número inestimável de pessoas impactadas.

“Pela primeira vez, os hospitais não precisavam pedir por contribuições, éramos nós que íamos atrás e levávamos até eles”, afirma Carola, cheia de orgulho do trabalho que realizou pelo país em um ano desafiador.

“Diz um ditado que quem quer ir rápido, vai sozinho, mas quem quer ir longe, vai em grupo”, complementa Paula Fabiani. “O caso do Fundo Emergencial para a Saúde nos ensinou que é possível ir rápido e longe ao mesmo tempo.”


Folha de S. Paulo