PROJEÇÃO CONCLUIU QUE LEITOS DE UTI PODEM LOTAR ATÉ QUINTA (18) EM SÃO PAULO
17/03/2021
Um grupo de técnicos do governo de SP e de profissionais ligados à saúde cruzou dados da explosão de casos de Covid-19 e chegou a uma conclusão assustadora no domingo (7): em 96 horas —ou seja, na quinta (18)— todos os leitos de UTI no estado poderiam estar ocupados. E o temido colapso na saúde estaria consumado.
BEIRA DO ABISMO
Consultado, o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, não comentou os dados específicos. Mas afirmou que “um colapso ocorreria se não estivéssemos trabalhando intensamente para evitá-lo”. E reforçou que o governo de SP está tomando todas as providências necessárias.
ABISMO 3
Ele cita a abertura recente de 1.118 leitos no estado (cerca de 700 em UTI) e a instalação de novos hospitais de campanha, além de determinar maior restrição econômica para aumentar o isolamento social. O governador de São Paulo, João Doria, dá entrevista coletiva nesta quarta (17) e tratará do assunto, podendo anunciar novas medidas.
ABISMO 4
As projeções do domingo foram feitas levando-se em conta vários dados: números de pessoas internadas em UTI no momento da análise, estimativa de quantas vão morrer ou receber alta, abrindo vaga na UTI, velocidade de internações e agravamento da doença e capacidade de remanejamento de leitos.
ABISMO 5
A tensão atingiu o ponto máximo. Colaboradores deram ideias diversas.
CAMINHOS
Uma delas: o governo decretar lockdown (confinamento) nas regiões em que se verifique uma maior velocidade de disseminação do vírus. Diante da insuficiência de testagem no Brasil, o número de internações pode ser um parâmetro para definir os locais em que isso seria feito.
CAMINHOS 2
Assim, o estado não entraria em lockdown geral, medida radical de consequências dramáticas.
CAMINHOS 3
Algumas prefeituras já entraram em confinamento: na cidade de Ribeirão Preto, por exemplo, até mesmo supermercados e padarias vão fechar, podendo fazer apenas serviços de entrega. Araraquara chegou a suspender até mesmo a circulação de ônibus há algumas semanas.
Folha de S. Paulo