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NO INTERIOR DE SP, CIDADÃOS, EMPRESÁRIOS E POLÍTICOS SE UNEM PARA MANTER HOSPITAIS FUNCIONANDO
06/04/2021

A atuação de cidadãos e de empresas tem sido decisiva para manter os hospitais funcionando num município do interior paulista. Piedade virou sinônimo de solidariedade.

Comércio e prefeitura se entendem na cidade que tem o nome de um sentimento tão importante neste momento. Em Piedade, cidade de 55 mil habitantes, quem deu o primeiro passo na campanha para aumentar o número de leitos no único hospital foi o prefeito Geraldo Camargo (MDB).

“Num momento de muito desespero porque as nossas enfermarias lotadas e as pessoas precisando, eu me disponibilizei a doar o meu salário do mês para a compra de um equipamento”, disse.

Com os R$ 12.500 doados, a Santa Casa comprou um monitor de pressão e de batimentos cardíacos, necessário para abrir um leito de enfermaria.

Mas ainda era pouco. A prefeitura buscou ajuda na associação que reúne os comerciantes da cidade. Os lojistas doaram mais dois equipamentos e assim, em menos de 12 horas, foram abertos mais três leitos de enfermaria na Santa Casa. E essa parceria foi além.

“Nós estamos arrecadando juntamente com empresários da cidade, com as pessoas físicas e os produtores rurais. Decidimos fazer uma ação para a compra de respiradores”, afirmou Sérgio Luiz Moreira, presidente da Associação Comercial de Piedade.

Um respirador já foi comprado para abrir mais um leito de UTI. Com as doações e a reforma de equipamentos, a capacidade do hospital triplicou.

“Precisa ter uma ação coletiva, desde o governo federal, os prefeitos, o governo do estado e a sociedade civil organizada para enfrentar essa tragédia humanitária que nós estamos vivendo no país”, disse Ary Vanazzi, presidente da Associação Brasileira de Municípios.

Em Sorocaba, os moradores atenderam ao apelo do padre que dirige a Santa Casa. Como o gasto mensal subiu muito, até alimentos são bem-vindos. Já chegaram mais de cinco mil litros de leite, oito mil fraldas geriátricas e nove mil máscaras.

Em Itu, um prédio desativado virou hospital de campanha com ajuda de empresários, que doaram R$ 800 mil para a reforma. São 44 leitos de enfermaria e dez de UTI.

Quando Thiago Vieira de Macedo, filho de um paciente gravou a entrevista, o pai dele estava intubado e morreu um dia depois. Mesmo num momento de tanta dor, a família doou válvulas para criar mais pontos de oxigênio no hospital e máscaras de inalação.

“Eu imagino se o meu pai precisasse de um equipamento e não tivesse. Como que a gente faz? Acredito que ele vai ficar muito feliz por nós, como filhos, termos feito isso por outras pessoas que tanto precisam neste momento”.


Por Jornal Nacional