NOVE REGIÕES DO ESTADO DE SÃO PAULO TÊM MAIS DE 90% DAS UTIS OCUPADAS
19/05/2021
Publicado em; 19/05/2021 07h43 - Atualizado em 19/05/2021 09h34
São João da Boa Vista, Ribeirão Preto, Registro, Presidente Prudente, Marília, Franca, Bauru, Barretos e Araraquara apresentam taxas elevadas de ocupação dos leitos; especialistas temem repique da Covid-19
Nove regiões do Estado de São Paulo continuam com mais de 90% dos leitos de UTI para Covid-19 ocupados, segundo dados da secretaria de saúde. São João da Boa Vista, Ribeirão Preto, Registro, Presidente Prudente, Marília, Franca, Bauru, Barretos e Araraquara apresentam taxas elevadas de pessoas com quadros graves da doença. Apenas a Baixada Santista está com o índice abaixo de 70%.
O diretor-presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficientes do Estado, Edson Rogatti, alerta para um novo colapso no sistema de saúde. “A gente tem a preocupação da falta de medicamento também, porque o único jeito é diminuir a ocupação dos leitos para não usar, ou vai usar todo esse kit intubação. Não adianta ter dinheiro, vai morrer do mesmo jeito se não tiver vaga para fazer o tratamento ideal. É preocupante, alguma medida mais enérgica tem que ser tomada ou teremos um novo colapso na área da saúde”, relata. Nos últimos 15 dias, o número de hospitais privados com ocupação de leitos de UTI acima de 80% saltou de 79% para 85%. Destes, 39% registram índices entre 91% e 100%, segundo dados do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo.
Os estoques do chamado kit intubação também preocupam: mais da metade das unidades afirmam que tem medicamentos suficientes para, no máximo, 15 dias. A infectologista da Unicamp Raquel Stucchi, creditou a nova tendência de alta às flexibilizações antes do Dia das Mães. “Nós não saímos da segunda onda, nós começamos uma leve descida e optamos por flexibilizar em um platô muito alto. Nós não sabemos ainda se temos outras variantes circulando entre nós, que é possível que tenhamos. Temos a variante já detectada da Índia, detectada na Argentina, tudo leva a crer que ainda não sabemos que ela [nova cepa] está aqui porque não sequenciamos. E a terceira razão é a maneira lenta de como a vacinação está acontecendo”, disse.
Especialistas cobram o retorno de medidas distanciamento social para evitar um repique da doença. Atualmente, 21.844 pacientes estão internados no Estado, sendo 10.159 em unidades de terapia intensiva e 11.685 em enfermaria. A taxa de ocupação dos leitos de UTI no Estado é de 78,5% e na Grande São Paulo é de 76,6%.
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