PREÇO DE MEDICAMENTOS PARA HOSPITAIS SOBE 6% EM 2021
18/01/2022
O IPM-H (Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais) registrou avanço de 5,96% em 2021, abaixo da inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) no período, de 10,06%. A informação foi apurada pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) em parceria com a Bionexo, healthtech de soluções digitais para gestão em saúde.
O resultado foi menor do que o registrado em 2020, quando houve crescimento de 14,36%, mas superou as altas de 2019 (3,97%), 2018 (4,97%), 2017 (3,94%), 2016 (4,97%) e 2015 (4,74%). Após seis meses consecutivos de queda na margem, o IPM-H registrou avanço de 0,19% em dezembro. Em novembro, o índice apresentou recuo de 0,17%.
"O avanço nos preços no ano passado pode ser atribuído em parte aos aumentos registrados entre março e maio, período que combinou o agravamento do quadro da pandemia e os reajustes nos preços pela CMED [Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos]", avalia o CEO da Bionexo, Rafael Barbosa.
Os grupos de medicamentos com a maior contribuição para o avanço do IPM-H em 2021 foram preparados hormonais (27,54% em 12 meses), sangue e órgãos hematopoiéticos (17,28%) e imunoterápicos, vacinas e antialérgicos (14,69%). Órgãos sensitivos (10,05%), aparelho respiratório (6,62%), agentes antineoplásicos (5,06%), aparelho digestivo e metabolismo (4,27%), aparelho geniturinário (3,53%) e sistema nervoso (1,96%) completam a lista.
Por outro lado, ao longo do ano, apenas três grupos de medicamentos monitorados registraram queda nos preços aos hospitais. São eles: aparelho cardiovascular (-10,69%), anti-infecciosos (-2,85%) e sistema musculoesquelético (-1,21%).
Pandemia
O IPM-H registra alta acumulada de 18,84% desde o início da pandemia da Covid-19, em março de 2020. O crescimento foi impulsionado por variações positivas na maior parte dos grupos de medicamentos no período, com destaque para aparelho digestivo e metabolismo (56,02% entre março de 2020 e dezembro de 2021), sistema nervoso (48,99%) e preparados hormonais (16,65%).
Os medicamentos de aparelho cardiovascular (37,20%), sangue e órgãos hematopoiéticos (30,77%), imunoterápicos, vacinas e antialérgicos (21,62%) e sistema musculoesquelético (19,90%) também tiveram contribuição expressiva no intervalo analisado.
Jornal Estadão