SANTAS CASAS COBRAM RECURSOS EM CASO DE APROVAÇÃO DO PISO DA ENFERMAGEM
04/05/2022
Enquanto profissionais e sindicatos dos profissionais pressional pela aprovação do Projeto de Lei 2564, que institui o piso salarial nacional para enfermeiros, técnicos e auxiliares, os hospitais filantrópicos, responsáveis por mais da metade dos atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o pais, ententem a demanda, mas cobram contrapartidas para poder manter os valores propostos no texto do PL.Através da campanha Chega de Silêncio, promovida pela Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB), os hospitais filantrópicos pedem a alocação de recursos na ordem de R$ 17,2 bilhões, anualmente, em caráter de urgência, em simultaneidade à aprovação do projeto.
“Estamos passando por um período sem reajuste nas tabelas do SUS. Só sobre o valor do piso previsto no PL 2564, a estimativa de aumento de custo é de 6,3 bilhões”, ressalta a vice-presidente da Federação das Santas Casas do RS, Vanderli de Barros. Conforme seu texto atual, se a lei for aprovada, o piso passa a ser de R$ 4.750,00 para enfermeiros, R$ 3.325,00 para técnicos de enfermagem e R$ 2.375,00, para auxiliares e parteiras.
Vanderli afirma que as federações regionais e os hospitais entendem que essa pauta deve ser votada e todos os profissionais da área da saúde tem que ser valorizados. "A saúde se faz por pessoas, por profissionais. Essa valorização é fundamental em todas as categorias. O que não estamos percebendo é um movimento para que tenha uma previsão orçamentaria que atenda as entidades filantrópicas. Essa é nossa grande preocupação”, explica.
A Santa Casa de Porto Alegre, que aderiu a campanha no último dia 19 de abril, junto aos demais hospitais filantrópicos do Estado, teve um déficit de R$ 155 milhões em 2021. Para cobrir o prejuízo, a entidade utilizou recursos oriundos de consultas, exames e procedimentos de convênios e particulares, estacionamento, bistrôs, além de empréstimos bancários que acarretam o pagamento de juros e a diminuição da capacidade de investimentos em melhorias dos serviços. Nos últimos seis anos, 315 hospitais já fecharam às portas no país e o temor que mais venham a deixar de atender por falta de recursos.
Correio do Povo