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UNIDADES DA SANTA CASA DO ALTO TIETÊ ENFRENTAM PROBLEMAS FREQUENTES POR FALTA DE RECURSOS
08/08/2022

O Alto Tietê tem cinco Santas Casas, hospitais importantes atendem, basicamente, pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Embora a maioria receba repasses dos governos municipal e estadual, as unidades enfrentam com frequência, crises por falta de recursos.

A instituição tem sido alvo de polêmicas. Em julho, o anúncio do fechamento do Pronto-Socorro por falta de dinheiro deixou a população preocupada. Porém, dias depois, a prefeitura e a Santa Casa de Misericórdia anunciaram a renovação do convênio do PS.

O novo contrato vai ser de 12 meses, válido a partir de 29 de agosto. O valor vai ser o mesmo, pouco mais de R$ 2 milhões por mês, cerca de R$ 1 milhão a mais que o repasse mensal que era efetuado até o final de 2021.

Além da Santa Casa de Mogi, o Alto Tietê tem mais quatro unidades: em Guararema, Salesópolis, Santa Isabel e Suzano. Apenas Salesópolis não tem participação do poder público municipal. As outras quatro recebem a verba anual do Governo do Estado e o repasse mensal das prefeituras.

No final do ano passado, o Governo do Estado lançou o programa "Mais Santas Casas", ampliando em 25% o repasse em custeio e mais que dobrou as entidades beneficiadas. São 333 hospitais participantes contra 120 de programas anteriores. Os convênios ainda estão sendo formalizados.

As unidades de Guararema e de Salesópolis, por exemplo, não faziam parte de nenhum programa e devem receber este ano, respectivamente, R$ 177 mil e R$ 57 mil. A Santa Casa de Suzano, que recebeu anteriormente R$ 5,6 milhões, tem previsão de receber R$ 5,9 milhões neste ano. Em Mogi das Cruzes, a Santa Casa, que já fazia parte de programas anteriores, deve receber R$ 9,3 milhões.

Selma Santos, especialista em gestão hospitalar, explica "Quando a gente fala em despesa, a maior parte das nossas despesas são na questão dos insumos. Principalmente agora com a questão da pandemia, a grande maioria dos insumos que é consumida nos hospitais são importados. Então, com a alta do dólar, a gente tem um grande consumo na área de materiais e até medicamentos. E com a pandemia, esses valores foram triplicados de tamanho. Tanto que o orçamento que nós fizemos há um ano atrás está sempre sendo revisto por conta da questão da dolarização. Então, sobe o dólar, automaticamente sobe também a questão dos insumos intra hospitalar, que é o que mais consome".

Além disso, com a estabilização da pandemia, as cirurgias voltaram a ser realizadas e as despesas aumentaram ainda mais.

"O que vai gerar um valor financeiro expressivo para qualquer hospital de fato é a parte cirúrgica. De novo, uma vez que a gente vinha sofrendo com esvaziamento de hospitais com a questão de cirurgia, agora a expectativa é que essa quantidade de cirurgia aumentasse. E de fato aconteceu, que a gente está aí com um volume expressivo de cirurgia. Porém, o nosso custo também aumentou", disse a especialista.

Em Suzano, uma reforma que já dura anos. Mas apesar das obras, o atendimento na Santa Casa segue normalmente. Além da verba do Governo do Estado, a prefeitura repassa R$ 822 mil por mês. Apesar dos problemas estruturais, a população diz estar satisfeita com os serviços oferecidos aqui.

"Não tem o que reclamar delas não. Para mim, sempre que a gente precisa a gente é sempre bem-vindo aqui na Santa Casa, bem recebido. Atendimento rápido. {pergunta da repórter} E em relação à estrutura? A estrutura já precisa das uma atenção. Principalmente na parte da emergência, que ali já está bem acabadinha. Uma reforma, porque tem umas partes que até da parede está descascando tudo lá", disse o porteiro Renato dos Santos.

"Desde a triagem, desde a medicação. Eu sempre fui muito bem atendida. Exames saem entre três a quatro horas. Para mim está ótimo, porque se você for para um convênio você não tem esse tempo. Então, para mim, com um atendimento público, toda vez que eu precisei fui atendida e não tenho o que reclamar", contou a comerciante Vera Lúcia dos Santos.

Em nota, a Prefeitura de Suzano informou que a única obra em andamento é a reforma do telhado da unidade, com investimento de R$ 878 mil. A expectativa é de que os trabalhos sejam concluídos entre outubro e novembro. Até lá, os atendimentos seguem normalmente. A administração do município ainda disse que deve começar nos próximos meses a reforma do andar superior do prédio.

 

Saiba mais: Unidades da Santa Casa do Alto Tietê enfrentam problemas frequentes por falta de recursos | Mogi das Cruzes e Suzano | G1 (globo.com)


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