A IMPORTÂNCIA DAS SANTAS CASAS
17/08/2022
Uma história que ultrapassa meio século, tendo como missão oferecer assistência médica à população mais carente. Esta tem sido a prerrogativa das mais de 2000 Santas Casas de Misericórdia espalhadas pelo Brasil, onde essas instituições respondem por 51% de toda assistência SUS; fazendo com que o Dia Nacional das Santas Casas, celebrado em 15 de agosto, seja uma data muito importante e especial.
Prova mais recente da relevância das Misericórdias foi a atuação desses hospitais no atendimento da pandemia da covid-19, quando mais de 50% da população brasileira que precisou de assistência médico-hospitalar foi atendida em uma Santa Casa, conforme recente estudo divulgado pelo Sindhosp (Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Laboratórios e Estabelecimentos de Saúde do Estado de São Paulo).
A atuação da Santa Casa de Piracicaba neste cenário foi tão relevante que, em março deste ano, o coordenador regional do Sindhosp, José Benedito Filho, esteve na Instituição para ressaltar a importância das ações desenvolvidas nos 18 meses mais críticos da pandemia. "Os números dessa pesquisa estão reunidos no eBook ‘Uma análise da pandemia no Estado de São Paulo’, de acesso público pelo site sindhosp.org.br", esclareceu o provedor João Orlando Pavão.
Ele lembra que, mesmo diante das dificuldades financeiras enfrentadas durante a pandemia, principalmente por suspender as cirurgias eletivas para atender as emergências, o hospital se reorganizou, compartilhou ajuda e não deixou de atender um paciente sequer.
“Desde o início da pandemia, o planejamento e gestão para situações de emergência foram intensificados para agir de forma rápida diante das adversidades; não nos faltou nada, nem equipamentos, nem medicamentos seja para os pacientes, seja para os funcionários trabalharem com segurança", disse Pavão, deixando claro, entretanto, a extrema dificuldade pela qual têm passado as instituições filantrópicas devido, também, aos altos custos com pacientes cardiopatas, oncológicos e neurológicos, que continuam internados com quadros clínicos agravados pela covid-19. "Some-se a isso o aumento indiscriminado no valor dos insumos”, complementou.
Para o diretor-presidente da Fehosp- Federação das Santas Casas do Estado de São Paulo, Edson Rogatti, além do valioso suporte à saúde, as Santas Casas têm relevante papel nas áreas de assistência social e de educação. No Brasil, e em alguns outros países, foram elas as responsáveis pela criação de alguns dos primeiros cursos de Medicina e Enfermagem. “Já na atualidade devemos ressaltar que Santas Casas e hospitais filantrópicos tiveram papel importantíssimo no atendimento da covid-19. No Estado de São Paulo, por exemplo, epicentro da doença no País, no ano passado, de janeiro a maio, período mais crítico da pandemia, há instituições que foram responsáveis por 99,2% dos atendimentos”, ressaltou.
Para o presidente da CMB- Confederação das Misericórdias do Brasil, Mirocles Véras, o Dia das Santas Casas ressalta a importância de mostrarmos o que representa o setor filantrópico de saúde no Brasil. “Trata-se da maior rede hospitalar do país. São 1.824 hospitais espalhados pelos mais diversos cantos desse País, sendo que, em 824 municípios, a Santa Casa ou hospital filantrópico é o único equipamento de acesso ao cuidado e à assistência em saúde, com uma representatividade ao SUS de 70% do volume assistencial nos procedimentos de alta complexidade e mais de 50% dos atendimentos considerados de média complexidade”, ressalta.
Essa rede, segundo Véras, dispõe de 169 mil leitos hospitalares e 26 mil leitos de UTI, responsável por absorver mais de 5 milhões de internações, 1,7 milhão de cirurgias e mais de 280 milhões de atendimentos ambulatoriais. Além disso, mais de 3 milhões de pessoas, com vínculo direto e/ou indireto, trabalham ou dependem economicamente dessas instituições.
“Na pandemia, essas entidades, mesmo com muitas dificuldades, não mediram esforços para dar suporte no atendimento aos pacientes da Covid-19. Somente os filantrópicos abriram mais de 10 mil leitos para atendimento exclusivo à doença. A rede pública, sozinha, não teria capacidade para enfrentar a pandemia e os resultados teriam sido ainda mais desoladores”, completa.
Gazeta de Piracicaba