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APESAR DA CRISE E AMEAÇA CONSTANTE DE BLOQUEIO, CIRURGIAS ELETIVAS AUMENTAM
23/08/2022

Apesar da enorme crise que assola as finanças da Santa Casa de Mogi Mirim, as cirurgias eletivas no mês de agosto aumentaram quase 50% em relação ao mês anterior. Foram realizadas 125 operações ante apenas 57 de julho. De janeiro até julho, a média mensal de cirurgias eletivas na Santa Casa era de 55.

O anúncio foi feito durante uma coletiva à imprensa no gabinete do prefeito Paulo Silva (PDT) na tarde de segunda-feira (22). “Estamos conseguindo isso, apesar do sufoco para manter o único hospital público da cidade em funcionamento”, observou ele.

O prefeito ressaltou que a sociedade mogimiriana precisa saber que a Prefeitura investe, sim, na Santa Casa, mesmo sabendo da situação econômica crítica daquele hospital. A secretária Municipal de Saúde, Clara Alice Franco de Almeida Carvalho, presente na coletiva, afirmou que a Santa Casa está com os 60 leitos do SUS (Sistema Único de Saúde) totalmente ocupados.

“Principalmente nesses meses de inverno, quando, segundo ela, aumenta as doenças respiratórias”, aponta. Apesar disso, ela disse que fez um acordo com os médicos para que as cirurgias eletivas se mantenham em crescimento. “Para isso, alugamos equipamentos, melhoramos as seis salas cirúrgicas, inclusive a exclusiva para partos, adquirimos um aparelho para videolaparoscopia e um tomógrafo novo”, destacou.

Ela lembrou ainda que há muita gente que faz críticas à Secretaria da Saúde, afirmando que há leitos desocupados na Santa Casa. “Isso são inverdades, coisa de pessoas que não conhecem a realidade daquele hospital”, disparou. “A prova está aí, com o aumento de atendimento das cirurgias eletivas”, retrucou.

Clara destacou ainda que só de internações no primeiro semestre foram 1,7 mil. Outro número divulgado por ela e que impressiona é o número de consultas e demais procedimentos ambulatoriais, como inalação, lavagem gástrica, medicação, pontos, curativos, punções, etc, que somaram 45,6 mil.

A secretária salienta que o maior problema enfrentado pela Santa Casa são os bloqueios de verbas que, todos os dias, é uma ameaça ao funcionamento daquele hospital. A gerente de Saúde do Município, a enfermeira Patrícia Santon, disse que, a cada dia, busca novas estratégias para manter o hospital aberto.

O advogado Eliseu David Assunção Vasconcelos, secretário municipal de Negócios Jurídicos relata que existem muitas ações na Justiça que cobram dívidas da Santa Casa junto à fornecedores e em pendências com a Justiça do Trabalho.

“TEIMOSINHAS”

Ele explica que há, inclusive, as ações chamadas de “teimosinhas”, que ficam numa espécie de espiral jurídica e que, diariamente, ameaçam as contas do hospital com bloqueio de dinheiro. “Essa é uma situação praticamente insustentável, pois é difícil planejar algo, sendo ameaçado dessa maneira”, reforça o administrador da Santa Casa, José Carlos De Carli. Todos concordam que a única situação para resolver essa questão, com repasses da Prefeitura e SUS sem a ameaça de bloqueios, seria a nomeação do INCS (Instituto Nacional de Ciências da Saúde), uma associação sem fins lucrativos que atualmente mantém contrato com a Irmandade para a exploração dos serviços particulares de saúde do hospital, como interventor da Santa Casa, cumprindo o papel que hoje cabe à Prefeitura.

Além de ficar imune às constantes tentativas de bloqueio de bens, o INCS poderia, através de um plano de trabalho, promover ações organizadas, com auxílio de novas tecnologias, para otimizar os recursos humanos e financeiros disponíveis na Santa Casa, garantindo qualidade e, ao mesmo tempo, economia ao hospital.

O diretor de Assuntos Jurídicos pretende levar, dentro de pouco tempo, um projeto para a Justiça local analisar. Para Paulo Silva, isso traria mais segurança jurídica, administrativa e financeira à Santa Casa, uma vez que os recursos repassados pelos governos Federal, Estadual e Municipal, não sofreriam mais bloqueios.

“Não podemos administrar a Santa Casa sem saber como será o dia seguinte, se haverá dinheiro para pagar a folha, comprar insumos, etc”, acrescentou Paulo Silva. O administrador do hospital lembrou que 70% da população mogimiriana depende do SUS e, portanto, a Santa Casa é de suma importância. “O importante é que apesar de toda a crise, estamos salvando vidas”, destacou.


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