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PROGRAMAS ASSISTENCIAIS E AÇÕES QUE APERFEIÇOAM A ROTINA HOSPITALAR FORAM TEMÁTICAS QUE ENVOLVERAM O SEGUNDO DIA DO AUDHOSP E AUDHASS
26/09/2022

Nessa quinta-feira (22) foi realizado o segundo dia de programação dos congressos AUDHOSP e AUDHASS, que reuniram palestrantes renomados da área da Saúde para debater e trazer diferentes enfoques relacionados à rotina hospitalar e times operacionais.

O palestrante Vanderlei Soares Moya, médico do Grupo Normativo de Auditoria e Controle da Saúde - GNACS/SES-SP, discursou na mesa 7 do AUDHOSP e apresentou tópicos ligados as diárias e dias de permanência hospitalares, AIH sem internação e internação sem AIH, e internações em pronto socorro. “O que estamos discutindo refere-se a análise dos dados para podermos conferir indicadores, que estão ligados ao financiamento por resultado. Em cima dos dados, verificamos como eles são gerados e as regras que são dadas para conhecermos o sistema e entendermos o que estes números representam nos aspectos de internação e outros”, disse Vanderlei Soares.

Já o AUDHASS reuniu três palestrantes para apresentarem o enfoque a partir da auditoria realizada pela enfermagem, sob a ótica da operadora e do prestador. Foram eles: Tigussa Yoshida, gerente de processos operacionais e auditoria de contas do Hospital Japonês Santa Cruz, Alexandra Garcia, auditora em serviços de saúde, gestão de recursos humanos, e Artur Fernando Giovanella, analista de Inteligência em auditoria na Dynamix Software.

“A auditoria interna de enfermagem tem um papel importante nos hospitais. A análise das demandas e orientações concisas entre enfermeiros, supervisores e gestores são fundamentais para um bom resultado, qualificando o papel da auditoria e adiantando processos com o faturamento. O trabalho é conjunto, já que a redução de glosas também é fundamental”, disse Tigussa Yoshida, que apresentou práticas adotadas na rotina do hospital paulista.

Após revisitarmos as técnicas da auditoria com a enfermagem, o congresso AUDHASS propôs explorarmos o olhar da auditoria médica. Na mesa 6, Wolney Bullara Arjona, WSaúde - Consultoria em Empresas de Saúde Ltda, e Gisele Maria Couto Eugênio de Souza, médica e Mestre em saúde coletiva e em gestão de saúde, discursaram e apresentaram o contraponto da operadora e do prestador.

Ao pontuar os desafios enfrentados pelo setor de auditoria, Wolney Bullara afirmou que é preciso mudar os paradigmas, privilegiar os médicos que trabalham bem e os hospitais que atuam objetivando as melhores práticas, desfechos clínicos e menores índices de internação. "A gestão da assistência ao paciente deve ser feita prioritariamente, ao invés da gestão de sinistros. Por isso, temos que buscar a transição de uma auditoria de custos por uma auditoria de qualidade, pois queremos um trabalho voltado para o paciente e para o bom atendimento. Fazer essa transição trará benefícios e economia”, disse.

Os debates sobre AIH de Cirurgia em Oncologia e APAC de Oncologia foram discutidos por Maria Inez Pordeus Gadelha, médica e Oncologista Clínica pelo Instituto Nacional de Câncer/Ministério da Saúde e Secretária adjunta da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde – SAES/Ministério da Saúde, durante a mesa 8 do AUDHOSP.

As mesas 7 e 8 do AUDHASS deram continuidade às apresentações e debates sobre experiências vividas nos diferentes hospitais e entidades de Saúde.

Cassiano dos Santos Macedo, administrador de formação, com vivência na área hospitalar e no sistema suplementar de saúde, Douglas Arashiro, diretor operador do Grupo São Cristóvão Saúde, e Julio Cesar Majzoub Vieira, superintendente comercial do HCOR, apresentaram tópicos distintos, como: após a terceirização da auditoria, vamos reinternalizar?, e negociações conjuntas de hospitais e operadoras.

Experiências de hospitais de pequeno, médio e grande porte no faturamento das contas médicas foi a temática que norteou o debate promovido pelas palestrantes Márcia Ribeiro Mota, coordenadora de negócios e gestora das áreas do ciclo de receita da Santa Casa de Marília, Fernanda do Valle Tibúrcio Mimoso, enfermeira, membro do corpo docente dos cursos de Enfermagem e Fisioterapia da ESC Cruzeiro, e Natália Martinez Martos, representante de custo e efetividade do Hospital A.C. Camargo – Unidade Antônio Prudente.

Já o AUDHOSP recebeu mais uma representante do Ministério da Saúde para discutir sobre novos programas ligados ao setor. Dessa vez, o debate foi relacionado ao QUALISUS – programa de qualificação de assistência cardiovascular no SUS, apresentado pela secretária da Secretaria de Atenção Especializada do MS, Maíra Batista Botelho, na mesa 9 do congresso.

“O programa de qualificação de assistência cardiovascular no SUS parte de uma revisão das OPMEs à assistência cardiovascular de alta complexidade. Fizemos um estudo histórico que contemplou 57 OPMEs e que resultou na redução ou retirada de sobrepreço que tínhamos em itens como marcapassos e estenios”, disse Maíra.

Segundo a palestrante, a adesão ao QUALISUS iniciou de forma voluntária, mas com o critério de que se houvesse o cadastro por um hospital, o RNI passaria a ser obrigatório para que fosse possível trabalhar a informação clínica, melhorar e agregar outros desfechos ao programa com fins de avaliação. Entre os aspectos relevantes a palestrante destacou que “todo o elenco de procedimentos estratégicos que apuramos e avaliamos durante a criação passaram a ser migrados para o FAEC (Fundo de Ações Estratégicas e Compensação); a classificação de níveis de desempenho, em quatro etapas distintas, passa a ser utilizada a cada dois anos. E criamos um índice chamado IC-CARDIO, que possibilita mensurar os resultados por unidade federada, por estabelecimento e por país, para que seja possível fazer as comparações e monitoramento bianual”, disse.

A palestrante considera que o programa possibilita um avanço no modelo de financiamento de atenção especializada no SUS, incorporando o desempenho como critério fundamental para o custeio diferenciado. “A melhoria de resultados assistenciais está disponível como uma oportunidade para todos os hospitais”, completou Maíra Batista Batelho.

Uma conversa com especialistas de diferentes setores foi promovida ao fim da programação AUDHOSP dessa quinta-feira (22). O momento foi propício para tirar dúvidas com palestrantes renomados que integram os ambientes da saúde, tanto no nível empresarial quanto acadêmico.