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SANTA CASA DE ARAÇATUBA DESTACA MÉDICOS QUE AJUDARAM NA EVOLUÇÃO DO HOSPITAL
18/10/2022

Nesta terça-feira (18), Dia do Médico, a Santa Casa de Araçatuba (SP) presta uma homenagem a alguns dos profissionais que ao longo dos anos foram além da tarefa de socorrer em urgências e emergências e tratar pacientes internados.

Segundo a assessoria de imprensa do hospital, com visão de futuro, eles contribuíram para consolidar a verdadeira vocação da instituição: ser referência de atendimentos especializados para 40 municípios da região.

Célio Mori, Sebastião Conrado Neto e Hélio Poço Ferreira estão entre os profissionais de medicina que estão na instituição desde a época em que o corpo clínico era formado por poucas dezenas especialistas para atendimentos de baixa e média complexidades.

Foram as inovações e empreendedorismo por parte deles, aliadas aos investimentos de várias diretorias que estiveram na gestão da instituição, que resultaram na elevação da Santa Casa de Araçatuba para referência em alta complexidade, o que aconteceu no final dos anos 90, e na consolidação da estrutura atual, considerada compatível à de grandes hospitais.

Hoje a Santa Casa conta com 26 especialidades de alta complexidade, corpo clínico com 368 médicos e serviços médicos especializados e únicos na região. O hospital conta com as especialidades de nefrologia, neonatologia intensivista, neurocirurgia, cirurgia pediátrica e medicina diagnóstica, que ancoraram os mais de 271 mil procedimentos médico-hospitalares realizados em 2021. Desse total, 92% dos procedimentos foram realizados em pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde).

Fundamental

O provedor da Santa Casa, Petrônio Pereira Lima, comenta que o trabalho desenvolvido por todos os profissionais médicos que atuaram e atuam na Santa Casa foi e continua sendo fundamental para melhoria da assistência médica da população de Araçatuba e região.

"Através deles conseguimos desempenhar os atendimentos de média e alta complexidade em quase 30 especialidades, garantindo com isso saúde com qualidade, segurança e conforto para os pacientes e familiares”, argumenta.

O diretor técnico, Carlos Henrique Mori, destaca que os investimentos que o hospital tem recebido das instituições governamentais e da comunidade, também são resultado do trabalho do médico.

De acordo com ele, um serviço é avaliado não somente pela estrutura física, mas também pela qualidade do atendimento ao usuário, sendo o atendimento médico crucial nesta avaliação, trazendo reconhecimento da sociedade e consequente investimentos ao hospital. "E neste aspecto nosso corpo clínico tem sido bem avaliado pelos usuários”, afirma.

Instalação da Residência de Ortopedia foi um sonho concretizado por Célio Mori

O cirurgião ortopedista Célio Mori costuma dizer que um hospital público não nasce pronto. Ele fala com a autoridade de quem, ao chegar à Santa Casa de Araçatuba, em 1984, precisou de uma sala emprestada para instalar seu consultório. “No primeiro ano trabalhei sozinho nas cirurgias e   participava da escala de plantão gratuitamente”, conta.

A maioria dos pacientes dele ocupava a enfermaria existente no subsolo do hospital, destinada aos “indigentes”, denominação dada na época aos doentes que não eram cobertos pelo antigo INPS (Instituto Nacional de Previdência Social) e nem tinham dinheiro para pagar os tratamentos.

Hoje os pacientes de Célio Mori e equipe são internados em uma ala recém-reformada e revitalizada, que tornou-se uma das mais confortáveis do hospital. A assessoria de imprensa informa que todos os avanços da especialidade são fruto de seu pioneirismo e persistência contínua na Santa Casa.

"Célio Mori agora desfruta do status de professor de dez médicos ortopedistas que integram a equipe do Serviço de Ortopedia e Traumatologia e dos alunos da especialidade na grade de cursos da Residência Médica mantida no hospital, na qual atua como preceptor" , informa o hospital.

Ainda de acordo com o que foi divulgado, Célio Mori cita que a instalação da Residência de Ortopedia foi um sonho concretizado dele, que já resultou na formação de três turmas.

Atendimentos

Com a maior demanda dentre as especialidades cirúrgicas de alta complexidade da Santa Casa, o Serviço de Ortopedia e Traumatologia realiza em média 2 mil cirurgias por ano e está apto para oferecer, em futuro próximo, um novo avanço para o hospital: a criação do centro regional de referência em atendimento de trauma.

“Sinto que mesmo com 45 anos de medicina, sou útil para resolução dos problemas ortopédicos que afligem a população. Por outro lado, quero continuar formando jovens especialistas sobre conhecimento, ética e compaixão para com os menos favorecidos”, declara Célio Mori.

Sebastião Conrado Neto cita que o Serviço de Oncologia aproximou a população de Araçatuba e região do tratamento

O pioneirismo do otorrinolaringologista Sebastião Conrado Neto, especialista em cirurgia de cabeça e pescoço, também está associado a outro importante avanço da Santa Casa de Araçatuba, a Unacon (Unidade de Alta Complexidade em Oncologia).

Trata-se de um centro de referência completo para o tratamento de câncer que integra a Rede Estadual “Hebe Camargo” de Combate ao Câncer da Rede Hebe Camargo. “O Serviço de Oncologia aproximou a população de Araçatuba e da região do tratamento” , comemora Conrado Neto.

Com média de 42 mil atendimentos/ano, a Unacon da Santa Casa também está integrada ao COB (Centro de Oncologia Bucal) da Unesp, no qual o cirurgião atua. O serviço também é estimulo à formação de novos especialistas, através da Residência Médica e o Internato curso de Medicina do UniSalesiano.

O cirurgião recorda, que, no entanto, até conseguir ver a especialidade reconhecida e o hospital ter um Serviço de Cirurgia Oncológica consolidado, muitos desafios precisaram ser vencidos por ele e pela instituição. “Na época, meu maior desafio foi ingressar no corpo clínico da Santa Casa como especialista em cirurgia de cabeça e pescoço” , conta.

Oncologia

Ele lembra que em 1986, quando chegou no hospital, a otorrinolaringologia, sua especialidade principal, não era associada à oncologia, pois não havia especialista na área oncológica na Santa Casa. Somente em meados dos anos 1990 chegaram os primeiros oncologistas.

Os profissionais, somados aos investimentos feitos pela instituição, governo do Estado e comunidade, foi possível formar o serviço e obter o credenciamento da Santa Casa de Araçatuba como referência de tratamento especializado de todos os tipos de câncer. A exceção é a retinoblastoma, tumor maligno que atinge a retina.

Conrado Neto também destaca a compra de equipamentos de ponta que possibilitaram substituir as cirurgias abertas por procedimentos por videolaparoscopia e a capacitação das equipes multidisciplinares.

“A parte técnica da enfermagem e outras funções também evoluiu muito. A preparação desses profissionais é um apoio importante para os pacientes, principalmente no pós-operatório, pois são cirurgias de grande porte e muito complexas”, conclui.

Hélio Poço diz que o desafio atual é criar estrutura necessária procedimentos minimamente invasivos

Em dezembro, o cirurgião torácico e cardiovascular Hélio Poço Ferreira completará 44 anos de formação e 37 anos de serviços prestados na Santa Casa de Araçatuba. Ele chegou ao hospital em 1985, já capacitado em relação aos avanços do tratamento das doenças do coração.

No entanto, esbarrava na falta de estrutura para colocá-los em prática. “O grande desafio era consolidar um serviço de alta complexidade em cirurgia torácica e cirurgia cardiovascular em uma época em que o hospital era de média complexidade”, explica.

Com capacidade de investimentos limitada, devido ao alto índice de atendimentos aos pacientes do SUS, que remunera os procedimentos sem os reajustes necessários, o hospital só conseguiu iniciar a estruturação da especialidade em 1995, quando foram realizadas as primeiras cirurgias cardiovasculares. Hoje o Serviço de Cirurgia Cardiovascular e Torácica é considerado centro de excelência para tratamento de cardiopatias.

A estrutura envolve ambulatório da especialidade para o primeiro atendimento, centro para diagnóstico com tecnologia de ponta para exames e procedimentos de cardiologia intervencionista, sala cirúrgica, ala de internação e UTI (Unidade de Terapia Intensiva) exclusivas, pronto-socorro 24 horas e ambulatório para acompanhamento de portadores de marcapasso artificial.

“Essa consolidação foi possível pelo apoio que recebemos das várias diretorias que atuaram nesse período e do corpo clínico, que sempre estiveram dispostos em ajudar” , reconhece o cirurgião.

Ele, juntamente com a equipe, realizam em média 350 cirurgias por ano, dentre revascularização do miocárdio, implantação de próteses valvares e de marcapasso e correção da dissecção da aorta.

Modernização

De acordo com Hélio Poço, o desafio atual para quase todas as especialidades cirúrgicas é a criação de estrutura necessária para realização de procedimentos minimamente invasivos. Na cirurgia torácica por exemplo, esse avanço humaniza dentre outras, a lobectomia pulmonar, procedimento para retirada total dos lobos pulmonares realizada por videotoracoscopia, técnica pouco invasiva utilizada no tratamento oncológico dos pulmões.

“A técnica ainda não é custeada pelo SUS, mas com o envolvimento de todos os setores pode caminhar para a viabilização. Podemos utilizar essa mesma força também para credenciar a Santa Casa de Araçatuba para a realização de tratamentos endovasculares (tratamento de doenças vasculares através da utilização de cateteres)”, argumenta.

Indagado sobre o que move um profissional que já está consolidado, continuar projetando o futuro de um hospital público no qual cumpre jornadas extenuantes dentre cirurgias, pacientes internados, consultas no ambulatório e atendimentos de urgência e emergência, Hélio Poço responde:

“Amo o que faço e, graças a Deus, tenho saúde para realizar. Há também o aspecto social, pois o que faço é importante para a sociedade. Por outro lado, estou devolvendo o que a sociedade investiu para minha formação; do primário à universidade, estudei em escola pública, então sinto que estando em condições, tenho de devolver para a sociedade o que ela investiu na mina carreira, atuando em um hospital público com a mesma dedicação com que atuo um hospital privado” , conclui.


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