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SANTAS CASAS DO ABC SE REINVENTAM PARA CONTINUAR A OFERECER SAÚDE DE QUALIDADE
31/07/2023

Parcerias com o poder público, emendas parlamentares, convênios com empresas e operadoras de saúde, entre outras ações, mantêm as Santas Casas em funcionamento, na prestação de serviços de saúde, principalmente para a população carente. No Estado são 409 hospitais entre Santas Casas e hospitais filantrópicos que foram responsáveis entre dezembro de 2021 a novembro de 2022 por 60% das internações via SUS (Sistema Único de Saúde). Por conta da tabela do SUS nem toda Santa Casa consegue fazer o atendimento público. No ABC, a Santa Casa de Mauá não atende pelo SUS, apenas convênios e particulares e mesmo assim luta para concluir a reforma dos leitos. Já a Santa Casa de São Bernardo atende a população mais carente graças a um convênio com a Prefeitura.

Segundo a Fehosp (Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo), 46% (43.141 procedimentos) dos atendimentos hospitalares de procedimentos cirúrgicos em pediatria, no Estado, foram realizados em hospitais filantrópicos. A participação destas instituições na saúde pública é muito grande. No setor de oncologia, 56% dos hospitais que recebem pacientes para atendimentos hospitalares são filantrópicos; na saúde mental, 48% dos hospitais especializados em psiquiatria são filantrópicos; e 217 hospitais filantrópicos paulistas atendem ao serviço de maternidade (68%).

No caso da Santa Casa de São Bernardo, o convênio com a administração municipal garante atendimento para 40 pessoas em internação prolongada, a maioria idosos cujas famílias não teriam como pagar e não têm convênio. O diretor Antonio de Pádua Chagas explica que a defasagem da tabela SUS traz muita dificuldade, mas com criatividade e busca de novas parcerias a entidade segue. “A tabela do SUS dá prejuízo mas a gente vai atrás de emendas parlamentares e outras parcerias. Agora estamos atendendo convênios, aqueles menores mais focados no ABC mesmo. Estamos com 17 operadoras”, explica.

No atendimento via convênio com a Prefeitura, Chagas diz que sempre há a intenção de ampliá-lo. “Atendemos pessoas sem mobilidade, em internações prolongadas, a Prefeitura não tem como manter seus leitos ocupados muito tempo e a gente faz essa função. Realizamos os cuidados médicos e também com fisioterapeutas, enfermagem e as medicações. A gente quer ampliar, mas isso depende da Prefeitura, que tem seu planejamento”, afirma.

Uma das demandas das santas casas e dos hospitais filantrópicos é a aprovação do projeto de lei 1.435, que resolveria a questão da atualização da tabela do SUS. A propositura prevê a revisão periódica – no mês de dezembro de cada ano – dos valores de remuneração dos serviços prestados ao SUS, com garantia da qualidade e do equilíbrio econômico-financeiro.

Misericórdia é o lema

Segundo Chagas, todas as Santas Casas prestam serviço importante ao SUS. O atendimento ajuda o SUS em alta e média complexidade. Durante a pandemia as Santas Casas de São Paulo abriram 7 mil vagas de UTI da noite para o dia. “Eu avalio que se não fossem as Santas Casas o SUS já teria sucumbido. Aqui nós podemos passar de 40 para 120 vagas se a Prefeitura quiser e temos espaço para isso. A misericórdia é nosso lema, ajudar quem precisa é nossa missão, mas esbarramos na tabela, que paga R$ 12 por consulta, sendo R$ 10 para o médico. A inflação da medicina é muito mais alta e as prefeituras têm de elaborar a Lei Orçamentária Anual, então qualquer reajuste tem que ser previsto agora, mas só poderá ser pago no ano que vem, essa é a dificuldade”, relata.

Através de um acordo inédito, celebrado pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, por ocasião do anúncio da saída da Toyota e São Bernardo, a montadora de automóveis resolveu deixar um legado para a região e a Santa Casa de São Bernardo foi indicada para receber um investimento de R$ 5,5 milhões, para a construção de uma UTI e centro cirúrgico. “Vamos lançar a pedra fundamental em novembro, quando a empresa vai encerrar suas atividades. Foi assinado um termo para que os atendimentos sejam 70% SUS e 30% convênios e particulares. Termos como fazer 400 cirurgias eletivas por mês e vamos gerar 150 empregos novos”, explica.

A Santa Casa de São Bernardo tem projeto para um novo hospital com mais 180 leitos, mas está em busca de parcerias e doações para isso. “Em Porto Alegre a Gerdau doou R$ 100 milhões para construir um hospital assim. Aqui no ABC temos várias empresas do porte dela que poderiam ajudar”, completa Antonio de Pádua Chagas.

Em Mauá, a Santa Casa não faz atendimentos pelo SUS, apenas particulares e convênios. Dessa  forma a instituição tem conseguido se modernizar, apesar das dificuldades financeiras. “Em busca constante pela excelência no atendimento, a Santa Casa de Mauá já reformou 60% dos seus leitos e os outros 40%, segundo cronograma de obras, deverão ser finalizados nos próximos dois anos. O atraso se deu em razão da pandemia e a instituição trabalhado para a total recuperação de suas finanças a fim de rever e atualizar o plano de investimentos de modernização e melhoria de suas instalações físicas. A Santa Casa de Mauá não realiza atendimento pelo SUS e, portanto, não recebe verbas governamentais. Além do atendimento particular, o hospital é credenciado junto a 35 planos de saúde”, informou em nota.

 

Saiba mais em: https://www.reporterdiario.com.br/noticia/3294699/santas-casas-do-abc-se-reinventam-para-continuar-a-oferecer-saude-de-qualidade/

 


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